Um game criado na Universidade Estadual de Londrina (UEL) tem tudo para se tornar um instrumento no tratamento da diabetes. Trata-se do jogo Gamellito Adventures, um pet virtual em que o jogador deve ajudar o alienígena Mellito a se adaptar a doença da diabetes tipo 1 (DM1). Toda a interação ingame tem por objetivo fazer com que as crianças se identifiquem com o personagem e aprendam a lidar com a patologia de forma divertida.
Durante a jogatina a criança deve ficar atenta aos níveis de insulina do Mellito, pois se ela ficar baixa, o personagem fica enfraquecido. Outra coisa a se preocupar é se a insulina ficar alta demais, pois se isso acontecer, o personagem pode até morrer. O macete é dar a noção para quem tem diabetes de que é uma doença que demanda atenção frequente. Deste modo, a criança aprende a se cuidar se divertindo.
A trama de Gamellito narra a história de Mellito, um alienígena laranja que vive no planeta Záccari, onde todos os seus amigos são cinzas. Vez por outra Mellito sente fraquezas, sede e fome excessiva, além de outros sinais de que há algo errado com sua saúde. Após uma breve pesquisa, o personagem descobre o planeta Terra, onde crianças possuem os mesmos sintomas. Mellito manda um sinal ao nosso mundo a fim de encontrar uma criança que possa ajudá-lo a aprender mais sobre a diabetes e como tratar a doença.
Gamellito é composto basicamente por três mini games: um shmup, para representar a viagem do Mellito para a Terra; uma esteira para selecionar alimentos saudáveis; e um speed runner, em que o jogador deve desviar de alimentos inapropriados como bolos e chocolates. Nesta última parte, aliás, há até metáforas do que as crianças diabéticas enfrentam, tais como preconceito, piadas e imposição de hábitos por parte de adultos. Não fosse o bastante, o título ainda conta com quizzes para firmar alguns ensinamentos sobre o tratamento da doença.
De acordo com Vânia Vargas, psicóloga da UEL, Gamellito ajuda as crianças a se adaptar melhor à diabetes, pois a criança acaba por entender os cuidados que irá precisar ter durante sua vida. Além disso, a abordagem de pet care do Gamellito faz com que se gere um sentimento de empatia para com o visitante espacial.
Gamellito ainda está em fase final de desenvolvimento através da produtora Coffe & Coffe, startup da Incubadora Internacional de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina (Intuel). O desenvolvimento já dura quatro anos pelos estudantes do departamento de computação da UEL. Há duas versões do game: “Pró” e “Kids”.
A primeira é mais voltada para profissionais de saúde que desejam usar a aplicação como instrumento no tratamento das crianças mais jovens. Já a versão kids é recomendada para crianças como meio de diversão lúdica, de modo que pode-se jogar sozinha ou com acompanhamento dos pais. Se você ficou interessado em Gamellito, basta entrar em contato com os desenvolvedores através da página do game para ter acesso a uma versão de testes.
Os jogos educativos tem uma lacuna imensa a ser preenchida, principalmente por ser complicado manter a atenção de quem joga.. Conciliando o lúdico com o conteúdo.. Minha turma está desenvolvendo um jogo de perguntas e respostas pra ser utilizado em diversas matérias no IFF Itaperuna e realmente tem sido um desafio!