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Os games e a máfia do upgrade

Máfia Upgrade

Por Orlando Camargo, do Acid Minds

Se você usa o computador para jogar (e também para muitas outras coisas), assim como eu e milhares de pessoas mundo afora e possui uma configuração top de linha em sua máquina, deve também estar se preocupando com o aumento no número de jogos que pedem um alto requerimento mínimo. Por mais que pareça contradição, é uma triste constatação.

Que eu me lembre, o primeiro dessa leva de jogos next-gen (próxima geração) foi Rainbow Six: Las Vegas. Um jogo muito bonito e com pinta de ser bom. Mas infelizmente eu não joguei e por isso não posso dar mais detalhes.

E por que eu não joguei? Por causa do ‘requerimento mínimo’ do game. Pasmem… o game só roda com uma placa de vídeo bem superior à minha por culpa, principalmente, do shader model 3.0 (a minha placa suporta a versão 2.0). Na época, não me preocupei muito, mas me mantive de olho nos lançamentos que estariam por vir: Shadowrun, Medal of Honor: Airborne, Bioshock, Pro Evolution Soccer 2008, Call of Duty 4 Modern Warfare e muitos outros. Todos estes requerem o maldito SM 3.0 para serem jogados.

Agora me respondam: Um jogo precisa necessariamente de gráficos detalhadíssimos e alta definição gráfica para ser bom? Evidente que não! Se fosse assim, o glorioso Atari não faria tanto sucesso. Mas as indústrias não querem saber disso e atualmente pensam que o jogo só é bom se for espetacularmente bonito e pedir mais do que 128 MB de memória de vídeo, 512 MB de memória RAM, além, é claro do shader model 3.0.

Um amigo meu tem uma teoria que pode servir para explicar essa ‘evolução’ dos games: as indústrias de hardware precisam vender seus mais recentes produtos. Com isso, pagam as empresas de jogos para que criem games que exijam uma excelente máquina do usuário, visando diminuir o prejuízo dessas por perderem sua maior clientela, que é a de jogadores eventuais e/ou que não possuem PCs tão poderosos. Parace conspiração, não acha?

Concluindo, há indícios de máfia no mundo da criação dos games. Um mercado mais rentável que Hollywood e que, pelo menos aqui no Brasil, tem muito espaço para expansão (a quantidade total de jogadores brasileiros equivale a 10% do total de americanos, o maior mercado do mundo.). Do jeito que as coisas vão, a tendência é piorar cada vez mais e em 2008, provavelmente, será o ano da ‘nova geração’ dos jogos. ‘Tudo em nome da evolução’.

Mas diga aqui, caro gamer: qual sua opinião sobre o assunto?

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