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Apple proíbe programação de jogos para iPhone com ferramentas de terceiros

Nosso leitor Leonardo Zimbres escreveu este excelente post a respeito da polêmica relação entre a Apple e a Adobe quanto à programação para o iPhone. Vale a pena ler e se perguntar: para onde será que a plataforma vai?

A Apple Store anunciou recentemente grandes novidades para o Iphone OS4. Entre elas, a possibilidade de usar aplicativos em multi-tarefa. Mas uma nova cláusula, no contrato beta para os desenvolvedores de iPhone, tem causado uma certa polêmica.

Conhecida como 3.3.1, ela enfatiza que os aplicativos só podem ser escritos em objetive-C, C, C++ ou JavaScript “executada pelo iPhone como Webkit engine”. Isso afeta muitos jogos presentes na Apple Store que não estão de acordo com isso, entre eles os programados com Unity 3d ou Lua engine, como Dinner Dash, Angry Birds (ambos contém scripts em Lua)e Skee Ball (Unity Engine).

Coincidência ou não, a Adobe, que não obteve carta branca para fazer o Flash Player para iPhone, tentou dar a volta por cima e iniciou um novo complemento para o Flash CS5: o “iPhone Packager”. Há praticamente dois meses e meio a Adobe procurou desenvolvedores flash para testar a versão beta do Flash conhecida como Viper Release. Através dela, alguns programadores conseguiram até mesmo publicar seus aplicativos, feitos em flash, na Apple Store. Mas antes mesmo da Adobe anunciar publicamente a linha CS5, a Apple lançou o novo modelo de contrato 3.3.1.

Tal posicionamento da Apple dividiu opiniões. Alguns se perguntaram se a posição era mesmo séria e se ela se aplicava somente ao Flash ou ao que seria. Tem os que são contra as experiências multi-plataforma com o Flash faz. Defendem que um produto multi-plataforma nunca será bom como algo escrito especificamente para a plataforma em questão. Aliás é o que o próprio Steve Jobs disse, quando questionado sobre esta cláusula: “camadas intermediárias entre plataforma e desenvolvedor, em última instância, produzem aplicativos sub-padrão e impedem o progresso da plataforma”.

Outros apontam que a Apple não é feito de pérolas escritas em Objective-C. No número de aproximadamente 180.000 aplicativos, muitos não são “flor-que-se-cheire”. Lee Brimelow, evangelista Flash da Adobe, publicou um post entitulado “Apple dá um tapa na cara dos desenvolvedores”. Diz que a maçã deu um passo assustador sem defesa racional a não ser desejar controle tirânico sobre desenvolvedores, quererendo usá-los como peões em uma cruzada contra a Adobe. Seguindo em seu post, onde frisou não estar falando em nome da empresa onde trabalha, concluiu “go screw yourself, Apple”.

Os participantes do Release Viper estão divididos em tentar publicar seus produtos, enquanto outros estão se focando agora em trabalhar para outras plataformas, como o Android, do Google. Um passarinho contou a alguém que me contou que a Adobe está preparando um processo contra a Apple nas próximas semanas.

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