A Bienal do Livro de São Paulo agitou a cidade e, como não poderia deixar de ser, os videogames estão devidamente representados no evento. Durante a Bienal foi lançado o livro Brinco, logo aprendo: educação, videogames e moralidades pós-modernas de Gilson Schwartz. O livro traz algumas reflexões das relações entre o brincar, fazer e pensar, combinando perspectivas de economia, filosofia, tecnologia e educação.
Lendo assim não parece um conteúdo voltado para fãs de videogames, entretanto a obra tem muito a ver com o hábito de jogar, pensar e agir. A obra conta que o videogame é uma das etapas mais avançadas da tendência econômica e política da sociedade da informação. Isso não apenas no conteúdo, mas também nos principais “jardineiros” do conhecimento (os intelectuais), que perdem a sua função em face de máquinas (hardware), sistemas (software) e redes.
Pois, como ressalta o autor: “a disseminação de games e da educomunicação tornou-se rapidamente uma visão hegemônica em todo o mundo. Governos apostam em ecossistemas educacionais como ferramentas de superação da crise financeira, que é também crise do trabalho e da identidade do sujeito autônomo que confia e depende da ampliação incessante da democracia de massa. Bibliografia e links na internet completam esse percurso”.
A ideia básica do livro é substituir o mantra “penso, logo existo”, em prol de uma nova forma de pensamento concreto baseado em “brinco, logo aprendo”. Apresenta-se no livro como os jogos eletrônicos auxiliam no aprendizado.
O conteúdo do livro Brinco, logo aprendo é bastante reflexivo e foi idealizado Schwartz, que é economista e sociólogo formado na USP. O dinheiro das vendas do livro serão destinadas às ações da Games for Change no Brasil. A Games for Change é uma iniciativa que celebra os jogos eletrônicos como formas autênticas de promover bons costumes, conscientização e a cidadania de seus usuários.
Para quem estiver em São Paulo, na sexta-feira, dia 13 de outubro, às 19h, tem o lançamento do livro na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.