Você já deve ter reparado que o mercado de jogos retrô está em alta, com lançamento recente de versões minis dos consoles que fizeram sucesso, e remasterizações de jogos famosos. Além disso, vimos também o hype por retrocompatibilidade em consoles atuais. A verdade é que o retrô virou o novo moderno e vem conquistando cada vez mais espaço, não só na decoração, mas também no dia a dia funcional das pessoas.
Eduardo Esparza, diretor geral da Espanha e do Brasil da Tenerity, especialista em fidelidade lucrativa, acredita que quatro fatores podem explicar essa mudança de comportamento, são eles: a nostalgia, a necessidade de voltar ao material, o romantismo e a preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente.
“O primeiro é a nostalgia, presente em diversos mercados e setores, do audiovisual com as novas versões de filmes até a moda com os ciclos estéticos de décadas passadas. O consumo de produtos que lembram de tempos passados aumenta porque há um valor e um sentimento positivo adicionado a eles que nos atrai e nos lembra de tempos mais felizes, como a infância ou adolescência”, explica Eduardo.
Sobre o materialismo, um estudo da Webloyalty, empresa do grupo da Tenerity, intitulado “Escolha Digital 2” revela mudanças de comportamento durante a pandemia que devem permanecer.
“Uma delas é pensar e cuidar mais de si mesmo. Isso implica deixar de lado as telas e mergulhar em outras atividades que são também uma reinvindicação do tangível e material”, conta.
Para explicar o romantismo, Esparza revela que “o tangível implica não apenas ter suas memórias por perto, mas criá-las para o futuro. Mais uma vez, a supersaturação de telas dos últimos anos nos faz voltar querer ter coisas materiais novamente: contra discos rígidos cheio de fotos e memórias digitalizadas, agora queremos voltar ao “boom” do álbum. Trata-se de persistir, de recolher uma herança material. Queremos criar conexões emocionais através de coisas que possuímos e que essas conexões não desapareçam”.
Como último fator, Esparza explana sobre a sustentabilidade.
“Há duas razões importantes que convergem nesse assunto, além da urgência em reduzir as emissões: o aumento do consumo de geração Z e os hábitos estabelecidos durante a pandemia. Os jovens são os mais conscientes do meio ambiente e estão sendo muito exigentes com o que consomem e seu impacto ecológico”, afirma.
Assim, pode-se elencar que as quatro razões para o fascínio pelo retrô são: a nostalgia, a volta do materialismo, o romantismo e a sustentabilidade.