73,4% dos brasileiros jogam jogos eletrônicos, aponta PGB 2020

Mais uma edição da Pesquisa Games Brasil (PGB) acaba de sair do forno e, sem surpresas, revelou que o mercado segue forte e em pleno vigor. Alguns dados mostram que em 2020, 73,4% dos brasileiros dizem jogar jogos eletrônicos, independentemente da plataforma. Isso representa um crescimento de 7,1% em relação ao ano anterior.

De acordo com a Sioux Group, os organizadores da PGB, foram ouvidas 5.830 pessoas em 26 Estados e no Distrito Federal no mês de fevereiro. Os dados servem para estudar os hábitos dos jogadores, servindo de base para investidores da indústria. A 7ª edição da pesquisa ainda oferece um Painel LATAM que busca traçar o perfil geral do jogador latino-americano, com 3.229 participantes de México, Argentina, Colômbia e Chile.

De acordo com a PGB, os adultos entre 25 a 34 anos são os que mais jogam jogos eletrônicos no Brasil representando 33,6% do público gamer brasileiro. Em seguida aparecem os jovens de 16 a 24 anos (32,5%). Já em relação ao sexo biológico, contrariando o senso comum de que videogame é coisa menino, desde 2016 a PGB vem apontando que as mulheres são maioria entre os gamers. Em 2020, elas continuam na dianteira, representando 53,8% deste público no Brasil.

O jogo na palma da mão

Num país com 220 milhões de smartphones, segundo dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas), não surpreende que estes aparelhos, cada vez mais poderosos, tenham caído no gosto do jogador: o celular é a plataforma mais utilizada pelo brasileiro para jogar, com 86,7% da preferência, segundo a PGB. Os consoles, com 43,0%, e o computador, com 40,7%, vêm em 2º e 3º lugares.

Comprovando a vocação do smartphone para os games, estes aparelhos são também a plataforma de jogo favorita, com 52,0% da preferência, um crescimento de 7,0% em relação ao ano passado. Fatores como poder jogar em qualquer lugar, ter o celular sempre à mão e o avanço na qualidade gráfica dos jogos estão entre os principais motivos apontados pelo público para justificar a preferência pelos smartphones.

“Faz muito sentido o brasileiro cada vez mais preferir jogar no smartphone. Dentre as plataformas de jogos, é a mais acessível e talvez a mais multipropósito, sendo um investimento que vale a pena para grande parte da população por conta das opções de comunicação e entretenimento”, esclarece Mauro Berimbau, professor da ESPM e consultor Go Gamers.

Holofotes na nova geração de vídeogames

Atenta à iminente chegada da nova geração de consoles, a PGB traz um termômetro dos gamers brasileiros em relação aos próximos videogames. Para os consumidores, o fator mais relevante é o preço, com 73,0% declarando que este será o ponto mais importante para a decisão de compra.

A grande parte dos consumidores acredita que os valores se manterão entre R$ 2.000 a R$3.000 (31,8%), enquanto alguns especulam que chegarão até os R$ 5.000 (27,4%). Em relação ao que julgam ser um preço justo a se pagar pelos aparelhos, 50,4% definem em R$ 2.000, com uma parcela menor disposta a pagar até R$ 3.000 (28,2%).

O segundo ponto de maior importância para o brasileiro (72,1%) é a experiência cross-platform — permitir que jogadores de plataformas diferentes joguem simultaneamente. Na sequência, vem a retrocompatibilidade com 69,7% — possibilidade de jogar games antigos nos consoles novos —, boa experiência em Realidade Virtual (VR) com 68,5% e jogos exclusivos com 53,2%.

Consumo e prática de eSports

A PGB procurou mapear o conhecimento dos jogadores brasileiros em eSports (esportes eletrônicos), questionando o quanto que os gamers praticam as modalidades e consomem partidas transmitidas em canais de televisão ou de streaming. Ao todo, 65,6% do público afirma conhecer a modalidade, e 44,7% destes praticam.

“No mapeamento, fica perceptível que o segmento hardcore é o mais envolvido com eSports, com 64,0% do grupo praticando algum título. Já os gamers casuais são os menos adeptos, com apenas 30,8% de praticantes. Desta forma, apesar do seu crescimento em consumo e em espaço na mídia, eSports continuam sendo considerados uma novidade, já que muitos jogadores brasileiros ainda desconhecem a atividade”, complementa Silva.

Em relação aos espaços de consumo, existe um claro domínio do YouTube, com 74,4% do público hardcore acompanhando partidas por este canal, seguido pelo Facebook (41,3%), Twitch (31,8%) e, em quarto lugar, pela TV Paga (25,2%). A Twitch teve o crescimento mais expressivo em termos penetração neste público, subindo 33,0% em relação ao ano anterior.

Acesse o site oficial da PGB para saber mais sobre a 7ª edição do estudo e baixar a versão gratuita.

Mercado de apostas nos e-sports continua em crescimento

O cenário dos esportes eletrônicos, ou e-sports, se mostra cada vez mais consolidado no Brasil, com seus já tradicionais campeonatos, equipes profissionais focadas em estratégias de jogo e fechando enormes contratos com patrocinadores, sendo remuneradas e financiadas de acordo com suas colocações em campeonatos profissionais e desempenho. Alguns jogos da modalidade como Counter Strike e Dota já são presentes em plataformas de apostas virtuais, onde é possível se fazer lances em cima de possíveis resultados, o que aumenta a expectativa em se assistir uma partida do gênero, deixando a prática esportiva mais próxima do público, na questão da espera de determinado resultado por parte do espectador juntamente a toda adrenalina durante os campeonatos.

Nesse ponto é interessante citar como, de certa forma, o cenário virtual esportivo se mostra mais democrático e acessível que algumas modalidades do esporte tradicional, caso um jogador se destaque no meio competitivo de um jogo, ele acaba recebendo reconhecimento e existe a possibilidade de ele ser contatado por uma equipe de recrutamento do jogo em específico, o que acaba criando o sentimento nos entusiastas que pode ser qualquer um ali, inclusive ele próprio, na posição de profissional, sendo financiado para fazer algo que a primeira vista se identifica como lazer. A transmissão da modalidade já conta com eventos televisivos, como a transmissão do CBLoL pela Sportv, que atrai uma enorme audiência para o evento além das arquibancadas lotadas acompanhando com emoção e torcida pelas diferentes equipes participantes em cada uma das partidas. Ainda existe grande espaço para a expansão do E-sport no meio televisivo e quando as emissoras perceberem o quanto podem arrecadar com esse rico mercado que só cresce pelo país, a prática será ainda mais difundida.

No “país do futebol”, o sucesso dessa modalidade foi inicialmente algo que não se esperava, mas conquistou o público jovem de maneira rápida e contínua. Junto dos próprios jogos em si, o mercado publicitário voltado ao setor também evoluiu bastante, criando grandes campanhas para promover os campeonatos ou para atrair novos jogadores para esse entretenimento, por anúncios em redes sociais, vídeos comerciais pela plataforma do Youtube e canais de transmissão ao vivo como o Twitch.

Essa aceitação abrupta e expansão do mercado esportivo pode ser visto como uma evolução do que se considera esporte nos dias de hoje, dividindo espaço com modalidades já conhecidas do esporte tradicional aqui no Brasil, que não perdem sua própria paixão já consolidada com o público, não ocasionando uma “divisão” do mercado esportivo, mas mostrando como o Brasil tem a capacidade de incluir e se adaptar a entrada de diferentes cenários no meio do entretenimento, não ficando atrás de países do exterior quando o assunto é esporte, seja futebol ou na prática virtual.

Greenpeace e gamers se unem contra desmatamento da Amazônia

Se há um fenômeno inegável no Brasil 2019 – 2020 é o aumento alarmante do desmatamento da floresta Amazônica, mesmo que os maiores partidários do governo tentem maquiar a situação. Segundo o Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – apenas em abril o aumento dos alertas foi de 62%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. E, de acordo com estudos da ONU – Organização das Nações Unidas, a degradação ambiental facilita a transmissão de doenças, como a Covid-19. Pensando nisso e de olho no futuro, o Greenpeace decidiu se aproximar ainda mais do público gamer para mostrar a importância da preservação da Amazônia para o equilíbrio no planeta.

Deste modo, foi criada pela Y&R a ação “Streamers Em Extinção”, em parceria com a Gamers Club. São três os objetivos principais da ação: alertar sobre o atual cenário ambiental da Amazônia, abrir um canal de diálogo com os jovens e criar uma nova forma de arrecadação para lutar pela conservação da maior floresta tropical do mundo. Durante um streaming, com lançamento em 22 de maio – Dia Internacional da Biodiversidade – os fãs que já realizam doações para que seus gamers favoritos continuem se dedicando ao e-sport também ajudarão na causa ambiental. Isso porque profissionais como NoBru, Gaules, FalleN, The Darkness e Takeshi terão suas imagens trocadas pelas de animais que estão ameaçados pelo desmatamento da Amazônia.

Além de passar importantes dados sobre a floresta e sua biodiversidade, os gamers vão competir entre si para ver qual deles consegue arrecadar mais doações em prol da proteção da biodiversidade da região. Os streamers vão conversar e interagir com seus fãs através de um avatar animal e se tornarão porta-vozes da grave situação da Amazônia – tanto pela preservação do meio ambiente quanto pela proteção da saúde dos seres humanos. Os primeiros jogos acontecem no dia 22 de maio, sexta-feira, com as participações de Takeshi (League Of Legends), The Darkness e Gaules (Counter Strike) e a partir das 10h. As transmissões poderão ser vistas nos canais dos gamers e também do Greenpeace na Twitch TV.

“É com muito orgulho que recebemos a ideia da Y&R e Greenpeace para juntos construir um projeto tão importante para a Amazônia. Temos certeza que quanto mais o assunto for falado, maior a chance dos nossos jovens entenderem a gravidade e começarem a colocar em práticas atitudes que poderão mudar o futuro da nossa floresta”, diz Yuri Uchiyama, CEO da Gamers Club.

Até o dia fim de maio, o total arrecadado na iniciativa será destinado ao Greenpeace para projetos de pesquisas da biodiversidade da floresta, monitoramento do desmatamento e das queimadas e campanhas de proteção da Amazônia.

Abaixo você confere o filme do projeto envolvendo o Greepeace: