Inscreva seu Game Indie no 2º Brazilian International Game Festival

Quem se lembra do BIG, o Brazilian International Game Festival, o evento que celebrava os melhores games independentes da temporada 2012? Após um longo período sem qualquer novidade, eis que o evento volta à ativa.

Os organizadores acabaram de abrir as inscrições para que os desenvolvedores mandem seus jogos para participar do evento. Em sua segunda edição, o BIG permitirá que qualquer um se inscreva e mande seu jogo (independente da plataforma).

A inscrição é grátis e vai até o dia 31/03/2014. O melhor jogo do evento ganha o prêmio de R$ 12 mil. Além disso, os jogos finalistas ficarão disponíveis para testes públicos durante o festival.

Além da exposição dos jogos mais bem avaliados, o evento contará com uma DemoNight, em que desenvolvedores poderão mostrar seus projetos. A DemoNight tem inscrição até o dia 15 de abril. Vale a pena ler o regulamento. É uma grande oportunidade de colher feedbacks de autoridades em game design.

O BIG tem patrocínio da Prodesp e do BNDES, com parceria com a Apex Brasil. A data programada para o evento é entre os dias 10 a 18 de maio no Centro Cultural de São Paulo. Mais informações no site do evento.

Top 10: Games Independentes que quebraram barreiras

Conheça os Top 10 Games Independentes que quebraram as barreiras do sucesso. Umas das atividades mais comuns no GameReporter é falar sobre jogos independentes e projetos de baixo orçamento nacionais. Hoje vamos fazer isso de uma forma diferente: vamos eleger 10 games indie que quebraram barreiras de sucesso, qualidade e prestígio. Serve como um belo incentivo para qualquer um que entra na indústria e almeja alcançar o sucesso de crítica e pública.

Não garantimos que todo mundo fica rico fazendo jogos, mas temos certeza que se o seu game for de qualidade, com certeza ele será tão bem sucedido quanto qualquer um dessa lista. Afinal de contas, a grande parte dos desenvolvedores dos jogos abaixo começou exatamente como os desenvolvedores brasileiros. Que saber quais os dez games indie que fizeram mais que o “arroz com feijão”?

Confira na lista abaixo:

10 – Machinarium

Machinarium é um daqueles jogos que você olha e pensa: “poxa, por que ainda não joguei isso?”. Se você realmente não jogou esta genialidade e obra de arte, a hora é agora! Sua missão é controlar um pequeno robô que desbrava uma cidade em busca de sua namorada, aprisionada por vilões que aterrorizam as ruas e a população. Com esse plot inicial muita gente acredita que Machinarium não é nem um pouco interessante. Entretanto, o game surpreende já nos primeiros minutos.

Com muitos desafios que exigem a criatividade do jogador, Machinarium é uma aula de como se faz um bom jogo. Extremamente obrigatório para fãs de jogos indies e para quem quer sair da rotina de jogos AAA. Ah e a direção de arte é uma das melhores que você verá em sua vida gamer.

9 – Castle Crashers

A época de fliperamas pode ter acabado, mas sempre tem como dar aquela revisitada com  alguns jogos que remetem a gêneros da época, e se você esta em busca de um ótimo beat ‘em up a nível de Knights of Round, acredite: Castle Crashers é a escolha certa.

Com gráficos cartunescos e genias, Castle Crashers coloca de um jogador até quatro jogadores em uma aventura com muita ação mesclando elementos de RPG. Além do modo história existem outros modos de jogo como o Arena que prolongam a jogatina por muito tempo. O game é referencia quando se fala em títulos indies de alta qualidade.

 

8 – FEZ

FEZ é provavelmente um dos jogos indies mais conhecidos da geração e um dos poucos que tornou seu criador em uma celebridade da indústria. Os méritos do jogo foram de misturar a simplicidade dos jogos 2D de antigamente com mecânicas em 3D para a solução de puzzles. No jogo você controla o ser bidimensional Gomez que descobre uma forma de explorar o mundo em 3 dimensões. Alguns problemas ocorrem e Gomez precisará usar sua nova habilidade para reunir pedaços de cubos para restaurar o mundo que vive.

Os quebra-cabeças em FEZ eram instigantes e a perspectiva de jogo parecia um sopro de criatividade em meio aos jogos de plataforma 2D. O título chegou na Xbox Live em 2012 e muita gente deve ter ficado se perguntando “porque ninguém pensou em fazer algo assim na geração 32 bits?”. FEZ sofreu vários adiamentos até chegar ao mercado, mas quando chegou foi um dos destaques da Marketplace. Acabou ganhando versão para as plataformas da Sony e até foi um dos temas do documentário Indie Game: The Movie. Phil Fish chegou a anunciar uma sequência, mas acabou se retirando da indústria por razões pessoais.

7 – Super Meat Boy

Flash Meat Boy foi um game indie que passou batido pela indústria, mas nem por isso seus criadores (Edmund McMillen e Tommy Refenes) desistiram de criar jogos. A justiça veio para a dupla com Super Meat Boy. Se você não conhece, provavelmente esteve ocupado demais com jogos AAA para se dar conta do que acontecia com o cenário indie. SMB é simples, isso é fato, não é um jogo ambicioso e tão pouco faz algo impensável em outros jogos de plataforma, mas ele é divertido e desafiador ao extremo.

A premissa segue a cartilha de jogos de plataforma da geração 8-16 bits, ou seja, você controla um jovem herói que precisa resgatar uma garota que foi sequestrada por um vilão. A partir daí você passa pelo cenário pulando e desviando de armadilhas mortais. Quando foi lançado em 2010, o título ganhou prêmios importantes da crítica e a atenção dos jogadores graças a seus controles precisos e a arte retrô. Se você curte games simples, mas bem feitos e desafiadores, Super Meat Boy é o que procura.

6 – Slender: The Eight Pages

Em 2012 já era evidente a crise dos games de terror: poucos eram os jogos que realmente metiam medo nos jogadores. Nem mesmo séries consagradas como Silent Hill e Resident Evil pareciam ter o mesmo fator aterrorizante de outrora. A solução para resolver o problema foi Slender, um game da produtora indie Parsec Productions. De cara o game já mostra o que define um game de horror psicológico: mistério, sensação de estar indefeso e ambientes escuros.

Você inicia numa floresta no meio da noite e precisa achar 8 páginas deixadas por uma suposta vítima da criatura Slender (retirada especialmente de lendas urbanas). Os problemas começam quando o jogador se dá conta que não há nada para se defender e a criatura está a te perseguir. O pior é que não se pode ficar olhando para o Slender por muito tempo, senão é Game Over.

Sua única ajuda é uma lanterna fraca e a coragem. Quem jogou sabe que o game dá muito medo mesmo, não por acaso o jogo foi um sucesso na internet (mais de 2 milhões de downloads). A boa recepção de Slender garantiu uma sequência em março de 2013. O game é importante entre os milhares de indies não por ser o melhor no gênero terror, mas por mostrar como o survival horror pode ser de qualidade com simplicidade. Arrepiante!

5 – Limbo

Limbo é provavelmente um dos melhores games dos últimos anos. Nele você controla um garoto em busca de sua irmã desaparecida passando por armadilhas e escapando de criaturas como vermes e uma aranha gigantesca. O que torna Limbo único é a junção da música minimalista com a arte gráfica pendendo para o preto e branco.

O grande macete são os quebra-cabeças que sempre se ligam ao tema de vida e morte: algumas armadilhas que matam o herói acabam por ajudá-lo a vencer inimigos mais à frente. Em outras palavras, Limbo é mais que um jogo de plataforma em side scroll, mas sim uma mistura desse gênero com um enorme puzzle. A estética do game mostra logo no início que Limbo não é um jogo qualquer, mas um produto lapidado com esmero. O final vago abre espaço para variadas interpretações e este é mais um dos motivos que Limbo é imperdível. O sucesso foi tal que o título enriqueceu a conta bancária de seus criadores de uma maneira surpreendente.

4 – Braid

Braid é outro game indie a vencer barreiras. Seu estilo artístico é dos mais bonitos que um platformer/puzzle já teve. Sua qualidade deve-se bastante aos cenários artísticos e à sensação de magia que o game transmite: você controla Tim, um jovem que precisa resgatar a princesa de um monstro. Mas não pense que a história é um Mario Bros. da vida. Na verdade toda a história é uma grande metáfora que fará o jogador pensar e repensar até entender toda a trama.

Os puzzles são bem desenvolvidos e envolvem muito de volta no tempo e refazer ações. A arte do game é belíssima, assim como a trilha sonora. Graças a esses elementos, Braid foi um dos jogos mais bem avaliados na Xbox Live e ganhou inúmeros prêmios. O título foi tão bem sucedido que até mesmo o cultuado game designer Suda 51 disse que o título o fez ter vontade de criar um jogo em 2D. Se você não o jogou, dê uma pesquisada, pois vale a pena. Apesar de ser curto, Braid é uma experiência de game como há anos não se via.

3 – Journey

Journey é um jogo diferente de tudo que você já viu, com um cenário simples e uma premissa cativante, a ideia aqui é levar o jogador a outro nível de exploração. A ideia básica é colocar os jogadores no comando de um personagem encapuzado que deve chegar até uma alta montanha. Os desenvolvedores queriam que os jogadores sentissem sentimentos de insignificância e grandiosidade. O resultado final foi um dos jogos mais memoráveis do PS3.

O estúdio responsável (Thatgamecompany) pela obra deve se orgulhar de ter conseguido transmitir diferentes sentimentos aos jogadores através deste jogo. Journey é realmente obrigatório para os donos de PS3, pois ele emociona do princípio ao fim. Extremamente lindo e com significados que  diferenciam de acordo com a interpretação do jogador, o titulo é sem duvidas um marco na historia do console e da criação de jogos independentes.

2 – Angry Birds

Angry Birds é um dos jogos indie mais famosos de todo o mundo, tanto que há quem considere que ele já nem deve ser considerado indie. De acordo com dados extraoficiais, o game da Rovio foi baixado cerca de 2 bilhões de vezes contando todas as plataformas em que está disponível, ou seja, um número muito acima de títulos AAA de consoles. O segredo do sucesso está obviamente no gameplay simples, porém viciante, no character design caricato e divertido, no preço baixo e na trilha sonora marcante.

O título é uma das experiências mais casuais que você pode ter: basta lançar pássaros contra porcos e seus obstáculos. Pronto, ai estava uma fórmula de sucesso sem igual. O game é provavelmente um dos mais bem sucedidos entre aplicações móbile e passou a barreira do sucesso, indo para consoles de bolso e de mesa. Depois disso, foi um “arremesso” para os pássaros mais bravos dos games ir parar em pelúcias, salgadinhos, brinquedos, um spin-off com Star Wars, etc. Um fenômeno. Você pode não gostar da simplicidade, mas com certeza tem de admitir que Angry Birds é um dos indies mais bem sucedidos da história.

1 – Minecraft

Um bom visual não precisa ser necessariamente realista e bem desenhado, mas sim criativo. Essa é a premissa de Minecraft, um dos maiores sucessos desta geração. Quem não perdeu horas e horas construindo algo nesse jogo e xingando os creepers aleatórios que surgem no mapa, não sabe o que esta perdendo. O game da Mojang deveria entrar para lista de drogas proibidas, pois o game realmente vicia muito. São raros os jogos capazes de prender o jogador na frente da TV com tanta competência quanto Minecraft.

Isso não é uma advertência, todavia. O jogo é muito bom e orientamos que todos o aprecie sem moderação. A ideia básica é permitir que o jogador construa coisas a partir de blocos usando picaretas e outros materiais. De acordo com produtora Mojang, Minecraft já foi acessado por mais de 11 milhões de jogadores (um número muito acima da maioria dos games AAA do mercado). Por fim, Minecraft é provavelmente o game indie de maior sucesso da história dos videogames.

 

Menções honrosas: Flow, Hotline Miami, Outlast, Max & the Magic Maker, Downfall, Papo & Yo, Tearaway

Colaboração: Victor Cândido

 E para você, quais Top 10 games independentes quebraram barreiras?

 

 

Guia de sobrevivência do desenvolvedor indie de games

Por Renato Degiovani, especial para o GameReporter

A palavra “indie” virou moda nos tempos atuais e “ser indie” virou sinônimo de gente descolada, empreendedora e com um alto senso de aventura. Na verdade, o desenvolvedor indie (de jogos) existe desde o início dos anos 80 e de descolado ele não tem nada. Menos ainda de empreendedor e seu senso de aventura, pode-se dizer, é apenas normal.

Modernismos à parte, o indie é na verdade um sujeito que, por qualquer motivo válido, não se enquadrou no mainstream da produção de jogos comerciais e para se destacar dos demais, se apresenta como uma espécie de faz tudo. Está claro que não apenas o termo “indie” evoluiu com o tempo, como o próprio enquadramento na categoria, ao ponto de termos hoje até pequenas empresas formais e informais se declarando indie.

Mas afinal quem é esse sujeito que se auto proclama desenvolvedor indie de games? Como ele se relaciona com os demais e como podemos saber se há sucesso ou apenas equívocos no seu trajeto de vida?

O indie caracteriza-se essencialmente pela falta de recursos. Isso em 99% dos casos quer dizer dinheiro, grana, bufunfa, cacau, etc. Ainda que tendo algum recurso, não raro ele vem do próprio bolso, da família, dos demais participantes do grupo (amigos geralmente) ou de alguma mumunha ou mutreta (tipo programa de incentivo à pequena empresa, pequeno empreendedor, etc – mas esses são os sortudos).

Não existe no planeta (podem procurar se quiserem) um único indie que tenha em mãos um daqueles sucessos incontestáveis de público. Não se enganem, no exato instante que isso acontece, o indie é engolido pelo mainstream e passa a fazer parte daquela outra categoria que todos almejam: os que deram certo. Querendo ou não, ele deixa de ser indie e se torna profissional. Se vai continuar na trilha do sucesso é uma outra estória.

Existem dois tipos de desenvolvedor indie: aquele que desconhece ou simplesmente não compreende os mecanismos da sociedade comercial em que vivemos e os que, conhecendo ou não esses mecanismos, dão uma banana para eles e moldam seu próprio caminho. Caminho este que pode até mesmo não esbarrar num dos grandes sucessos comerciais, mas invariavelmente dá retorno tanto financeiro quanto no quesito satisfação pessoal.

Qual deles você é? É fácil saber, basta responder as seguintes questões: acredita mesmo que o governo não vai tachar com icms os mecanismos de venda por download? Acha que um dia os impostos serão justos e aplicados com coerência e parcimônia? Acredita em papai noel? Não entendeu as duas primeiras perguntas?

Se respondeu com “sim” a todas elas, perdão, mas o seu caso é sério. Você pode achar que é um desenvolvedor indie e seus amigos podem até confirmar isso, dando-lhe alguma satisfação, mas minha recomendação a você é: não perca mais tempo e procure outra área de atuação, ou se ainda preferir lidar com jogos, procure um emprego em alguma empresa da área.

Se entendeu as perguntas e ainda assim quer tentar pelo digamos “caminho do bem”, posso (no máximo) desejar-lhe toda sorte do mundo. Acredite, vai precisar muito dela, mas nada é impossível.

Nota: o parágrafo acima é capcioso e guarda uma leitura altamente subliminar. Se “pescou-a”, ótimo, excelente.

Agora, se você é daqueles que diz: danem-se os reis, lordes e burgomestres, porque se quiserem o meu, que venham buscar nem que seja à força, então meu caro, as dicas a seguir são pra você.

Não vou ensinar, nem tentar, a você como fazer um jogo, ou qual mercado escolher. Se ainda não sacou ou entendeu o que pode realmente fazer, dentro a sua realidade de recursos, com algum grau de expectativa de sucesso, volte umas 20 casas e tente fazer o cérebro pegar no tranco. Se não conseguir, vai ter sérios problemas à frente.

Então estou supondo, para efeito de praticidade, que sabe fazer, sabe avaliar os mercados potencias e tem como chegar até os finalmentes.

Nota: há uma tremenda diferença entre “saber avaliar os mercados potenciais” e “eu acho que todo mundo quer um jogo como esse meu”. Vai por mim, basear sua estratégia em seu gosto como jogador é o primeiro passo para quebrar a cara. Literalmente.

Vivemos um momento maravilhoso com a internet, com os mercados virtuais e com o pequeno e sutil detalhe de que jogos, além de divertidos (fazer e/ou jogar) podem ser distribuídos por download. Ou seja, não precisam da existência física (e todas as implicações dai decorrentes).

Ah! Mas nem todo mundo tem internet ainda.

Pois é, ainda.

Esse detalhe do download é tão maravilhoso que o próprio governo está pensando em arrumar um vudu que permita taxar o dito cujo. E se o governo quer taxar, é porque a coisa compensa.

Obs.: os governos, em nosso planeta, já taxam com impostos tudo o que é possível taxar e aumentar essas taxas é complicado. Principalmente pelo aspecto político (vide CPMS). Então, o barato dos burocratas é taxar coisas novas, que ainda não “contribuem” pra caixinha. E acredite, os governos fazem isso sem o menor pudor. Não vacilam sequer em criar taxas e impostos que podem incidir sobre seus próprios bolsos, quanto mais quando não são eles os principais contribuintes (pelo menos não me lembro de nenhum deputado ou senador que seja desenvolvedor de jogos).

Então veja, você chegou ao ponto de ter o jogo e quer entrar na briga pelos caraminguás que os usuários se dispõem a pagar (direta ou indiretamente) pelos jogos.

Minha primeira dica é: lucro é a diferença entre o quanto o usuário pagou e quanto custa o jogo (para existir e para estar disponível). Lucro não tem relação direta e imprescindível com sucesso, com tamanho da iniciativa, nem com quantidade de usuários, mas apenas e tão somente com uma continha de “menos”.

Se a conta for positiva, deu lucro. Se for negativa, deu prejú. O segredo aqui é administrar tanto o tamanho do lucro, quanto do prejuízo, pois disso irá depender o próximo jogo.

A segunda dica é: uma andorinha não faz verão, então, não perca muito do seu tempo/recursos, depois que o primeiro jogo entrou pro comércio. Faça o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto. Depois que tiver 20 jogos à venda, então já pode até começar a ter esperanças. Até lá, só se tiver uma sorte do tamanho da lua.

A terceira é: não se antecipe demais à guilhotina, pois pode perder a cabeça muito cedo. Entenda aqui o ponto: é legal ser legal, mas é mais legal ainda sobreviver e poder aos poucos ir se adequando à dura realidade da vida. Nunca comece criando empresa, alugando salas, contratando funcionários, etc. Esse é o jeito mais fácil de não dar certo e terminar a brincadeira com uma dívida impagável (principalmente para o governo).

Se não gosta do termo “informal” ou “informalidade”, encare seus jogos (e a venda deles) como se fosse uma espécie de artesanato digital. Estamos muito, mas muito longe do início da revolução industrial onde a mera seriação da produção criou a distinção entre fabricação e artesanato. Os tempos são outros e precisamos permanecer em estado de evolução.

Quarta dica: use os mecanismos de gerenciamento ou intermediação de pagamentos (os pagseguro e paypal da vida). Eles funcionam, são práticos, simples de serem operados e já começam a incorporar as devidas cotas de imposto sob serviços (o que nos coloca na legalidade, querendo ou não).

Quinta dica: use a força. Não se fie demais nos Sebraes, nas aulas de empreendedorismo, no que o governo prega e nem tão pouco no que eu escrevi acima. Trace sua própria rota, baseando suas decisões naquilo que vivencia, naquilo que vê outros vivenciarem e na compreensão que tem do todo. Vá com calma, que as chances de dar certo são boas.

Não se iluda nunca: ninguém, nem governo, nem entidades, nem associações e muito menos empresas, irão efetivamente ajudar na sua jornada rumo ao sucesso. Irão sim, querer beliscar algum, quando o sucesso começar a acenar para você, ainda que de longe. Isso é assim mesmo e faz parte do jogo.

No mais, não desista do sonho de fazer jogos. Ainda que no final não obtenha um estrondoso sucesso com eles, fazê-los por si só já é uma tremenda diversão.

E quais são as suas dicas para ser um desenvolvedor indie de games?


Renato Degiovani
 é o primeiro projetista de jogos brasileiro a criar e produzir profissionalmente um jogo de computador em língua portuguesa, no início da década de 1980. Foi colaborador e Diretor-Técnico da primeira revista brasileira de microcomputadores, a Micro Sistemas. Atualmente é editor e produtor do site TILT online, onde escreve artigos técnicos de programação e design de jogos, bem como cria os jogos comercializados pelo site.