O mês de novembro de 2013 trouxe um dos games mais esperados do ano para os jogadores do Nintendo 3DS. Trata-se de The Legend of Zelda: A Link Between Worlds. Explicar a importância da série para a indústria dos games é desnecessário, visto que ela possui milhões de fãs pelo mundo e não rendeu um único game ruim desde que foi criada na era do NES. Ao invés disso, vamos explicar o porquê tanta expectativa foi gerada ao redor de Between Worlds.
O game é a continuação direta de A Link to the Past do SNES, um dos jogos mais aclamados da plataforma e o favorito entre muitos dos fãs de Link. O mítico game chegou às prateleiras em 1992 (no ocidente) e instantaneamente tornou-se um dos jogos mais vendidos e bem conceituados da história.
A trama começa com Link despertando ao ouvir o pedido de socorro da Princesa Zelda. A princesa conta que o rei foi morto por um terrível mago chamado Agahnim, que tomou o controle de Hyrule e ordenou que os guardas capturassem as mulheres descendentes dos Sete Sábios que haviam selado o mal do mundo. Vale nota, leitor: de acordo com o Hyrule History, o antigo mal é uma analogia a Ganon, nesta linha do tempo Link falha na missão de Ocarina of Time e os Sete Sábios se unem para selar o mal. O objetivo de Agahnim é romper o selo.
O tio de Link sai e diz para o herói ficar em casa, porém Link desobedece e vai atrás de seu Tio em meio a uma noite tempestuosa. Ao encontrá-lo à beira da morte, Link recebe o escudo e a espada. De acordo com seu tio, as esperanças de Hyrule estão depositadas no herói que deve usar de força, coragem e sabedoria para derrotar o terrível feiticeiro Agahnim. Ao resgatar a princesa das masmorras, Link é acusado de sequestro e passa a ser caçado pelos soldados do vilão e mal visto pelos habitantes de Hyrule.
A partir daí, nosso herói deve pegar a Master Sword, uma espada lendária capaz de derrotar de uma vez as forças do mal. Mas para isso, Link precisa reunir primeiro três pingentes mágicos que estão espalhados em diferentes partes do mundo. O resto já dá para imaginar: Link sai numa aventura atravessando dungeons repletas de quebra-cabeças e monstros perigosos.
O enredo de A Link to the Past por si só já é um dos melhores entre os games lançados para o SNES. Mas o que o tornou perfeito foi a manutenção da fórmula vista no primeiro jogo Zelda, com melhorias em todos os sentidos. Zelda II não era um jogo ruim, mas rompeu com tudo o que o os jogadores haviam conhecido da primeira aventura. Já o Link to the Past esqueceu a jogabilidade em side-scroll em prol da câmera por cima e exploração de dungeons (aspecto que permaneceu intocado em todos os títulos posteriores que não fossem em 3D).
Além do enredo cativante, o game também tinha como trunfo a introdução do Dark World, uma dimensão paralela onde habitavam outras pessoas. Tal dimensão era praticamente igual à Light World, porém com alguns ajustes e uma paleta de cores bem mais escura. O Dark World tornou-se um dos elementos corriqueiras da franquia, e o Link Between Worlds inclusive conta com o retorno dessa dimensão.
Os cenários eram um show à parte: bosques, florestas, masmorras, vilas, enfim. Tudo no game era construído com esmero e a trilha sonora de Koji Kondo fora muito melhorada. A trilha sonora, aliás, merece muito destaque, pois os arranjos conseguidos por Kondo no SNES eram primorosos. Arrisco-me a dizer que somente Koji Kondo e David Wise (Donkey Kong Country) fizeram o “algo mais” em se tratando de música no SNES. Essas melhorias técnicas se deviam ao poder do SNES. Era como se todo o conceito do primeiro Zelda fosse realizado no SNES, mas as limitações do NES impediram que o primeiro título fosse tão épico quanto LttP.
Uma curiosidade: Link to the Past seria originalmente um título de NES, porém Miyamoto e seu time perceberam que o console de 8 bits da empresa era limitado demais para rodar tudo o que eles tinham em mente. Após muito tempo em desenvolvimento, o game empacou. A solução encontrada por Miyamoto foi esperar o próximo console da empresa ser lançado ao mercado, e assim, A Link to the Past chegou ao SNES cerca de 1 anos após o lançamento da plataforma.
O game vendeu mais de 4 milhões de unidades e conquistou a ovação da crítica e dos jogadores. Para dizer a verdade, este foi o game que colocou a franquia Zelda entre as mais reconhecidas entre o público. O primeiro game sofreu reclamação pela simplicidade e Zelda II foi criticado pelo esquema em progressão lateral, mas Linkt to the Past não recebeu muitas queixas.
Hoje em dia o game pode parecer batido, frente às evoluções de hardware que vivenciamos através dos anos, mas saiba que ele é sem dúvidas um dos melhores games Zelda já lançados. Ele trouxe inovações técnicas para o SNES e foi um dos primeiros games com o conhecido chip de gravação. O espaço de memória ocupado pelo jogo era consideravelmente maior que a maioria dos jogos do console. Se você pretende jogar A Link Between Worlds, a recomendação é que jogue primeiro Link to the Past, afinal o game é ótimo e só tem a agregar aos jogadores.