“Winged”: jogo brasileiro que une literatura e games chega ao mobile

Nesta quarta-feira, 15 de janeiro, o jogo brasileiro “Winged” estreia nas plataformas Android e iOS. Criado pela Druzina Content em parceria com a Sorora Game Studio, o jogo combina ação, aventura e literatura, convidando jogadores a explorarem clássicos literários enquanto enfrentam desafios em mundos mágicos.

Em “Winged”, os jogadores controlam Rute, uma garota apaixonada por livros. Sua missão é coletar páginas espalhadas pelas fases para desbloquear versões adaptadas de obras como Alice Através do Espelho, O Pequeno Príncipe, Dom Quixote, entre outros. Cada uma das cinco fases do jogo foi inspirada em dois livros diferentes, criando mapas, obstáculos e chefes de fase temáticos.

Além da proposta educativa, o game inova ao incluir elementos de acessibilidade e diversidade. Disponível em sete idiomas, “Winged” foi desenvolvido por uma equipe majoritariamente feminina. Luciana Druzina, criadora e game designer, destaca o cuidado especial na criação de um conteúdo que fosse envolvente e apropriado para todas as idades, refletindo o protagonismo feminino na indústria de games.

O jogo, que custa R$ 4,90, oferece 50 fases, cinco mundos e dez livros na biblioteca inicial. Entre as obras exploradas estão João e o Pé de Feijão, Scheherazade e as Mil e Uma Noites e Vinte Mil Léguas Submarinas. Após completar os estágios, os jogadores podem ler os livros adaptados diretamente no jogo, reforçando a conexão entre literatura e interatividade.

“Winged” também acumula conquistas antes mesmo de seu lançamento, incluindo a vitória no edital Narrativas Transmídias para Infância e Juventude, promovido pelo Ministério da Cultura em parceria com a Ancine. O jogo foi exibido em eventos internacionais, como a Tokyo Game Show e a GamesCom, recebendo elogios por sua proposta única.

Luciana revelou ainda que uma sequência do jogo já está em desenvolvimento, desta vez focada exclusivamente em obras de autores brasileiros. “Winged” já está disponível para download na App Store, Play Store e Galaxy Store. Para mais informações, acesse o site oficial.

Abaixo tem o trailer de Winged:

ANCINE permanece paralisada. Como isso impacta a indústria de jogos eletrônicos?

Na última semana a ANCINE (Agência Nacional do Cinema), que já está em processo de reestruturação desde 2019 quando o atual governo de Jair Bolsonaro assumiu o Planalto, anunciou ainda em 2019 uma medida que assustou parte da comunidade de produtores de cinema: a paralisação de todas as análises do plano gestão anual de 2020. Conforme já analisado pelo site O Globo, a ação deve começar a impactar a produção de filmes a partir do segundo semestre deste ano, mas se seguir neste ritmo apresentará todo seu impacto a partir do segundo semestre de 2020.

De acordo com matéria publicada pelo Tecmundo em agosto de 2019, a Ancine já vinha capengando a olhos vistos, de modo que a produção de filmes estavam completamente paradas pela falta de recursos advindos da FSA (Fundo Setorial do Audiovisual). Normalmente a verba é liberada no início do ano e ao longo de todo o ano passado nenhum edital foi publicado, cenário que deve se repetir em 2020, visto a paralisação das análises do plano gestão permanecem. Nada de filmes da Bruna Surfistinha, conforme promessa de campanha, tá ok? Mas e como isso impacta a indústria de games?

Conforme bem lembrado pelo Drops de Jogos, a ANCINE conta apenas com um dos quatro diretores em seu quadro de funcionários e para a análise da produção de audiovisual é necessário que haja deliberação coletiva, conforme regimento interno da instituição. Um despacho do dia 30 de dezembro, apurado pela revista Época, deixa bem claro que as atribuições da agência permanecem suspensas.

Atualmente, o único diretor da agência é Alex Braga e sua vida não está fácil devido a desentendimentos com membros do governo. Uma vez que a produção de filmes, algo de extrema importância cultural, é ignorado, o que dizer da produção de jogos eletrônicos? Há quem ainda veja os jogos eletrônicos como meras distrações sociais e em um momento de contenção de gastos é improvável que algum edital beneficiando os produtores de jogos seja publicado, mesmo em um hipotético cenário em que a ANCINE contasse com seus quatro diretores.

“É essencial investir neste promissor mercado, valorizando inclusive a diversidade de produção criativa brasileira, o que estamos fazendo ao promover cotas regionais nos editais”, afirmou, à época, o então ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

De acordo com apuração do Drops de Jogos, ainda no final de 2018, sob o governo Temer, a ANCINE publicou edital disponibilizando R$ 35 milhões para a produção e comercialização de jogos e projetos de VR e AR. Os dias de glória ficaram para trás, agora são os dias de luta.

No Heroes Here – Game vencedor de edital da Spcine ganha prêmios no BIG Festival

O ano de 2018 tem sido extremamente positivo para os desenvolvedores brasileiros do estúdio indie Mad Mimic Interactive: após confirmar versões para PS4 e Switch, o game No Heroes Here sagrou-se um dos campeões do BIG Festival, o mais importante evento de jogos independentes da América Latina. O game levou dois prêmios do festival: o de melhor jogo brasileiro e de melhor jogo pelo voto popular. Foi o único da lista de vencedores a ter uma vitória dupla.

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o jogo da Mad Mimic conquistou um prêmio importante! Durante a etapa de desenvolvimento, o game foi contemplado no edital de games da Spcine de 2016. De acordo com Luis Tashiro, um dos produtores de No Heroes Here, o jogo veio em um período sensível para a empresa.

“ Nós estávamos há 2 meses produzindo um jogo que acabou dando bastante errado. Até que um dia conversei com a equipe e disse que estava cancelando o projeto e que nos próximos dias iríamos começar um brainstorm para pensar em ideias novas. Todas as nossas referências foram tiradas de jogos do gênero couch co-op. Ao final do terceiro dia de discussão sobre o novo jogo, eu dei a ideia de juntar o processo de cozinhar (produção) do Overcooked com derrotar inimigos em estações diferentes do Lovers in a Dangerous Spacetime. Dessa união veio a primeira ideia do No Heroes Here”.

Para quem não teve a oportunidade de conhecer, No Heroes Here é um jogo co-op para até 4 jogadores. Neste frenético simulador de defesa de castelo, os jogadores precisam gerir recursos, cooperar e coordenar entre si. O trabalho em equipe torna-se mais importante que as habilidades individuais.

A premissa é que o Reino de Noobland perdeu seus heróis, mas há um ataque inimigo chegando. Cabe aos “Não-Heróis” a tarefa de impedir os inimigos. Você deve forjar diferentes tipos de munição para carregar os canhões, tais como barris de mel, galinhas enlouquecidas, entre outras loucuras. A jogabilidade é bem simples e divertida. Não é por acaso que o game foi tão premiado.

Ao todo existem mais de 50 fases e o macete é tomar decisões rapidamente e em conjunto a fim de destruir as hordas invasoras. Para isso, você deve manter a comunicação com seus parceiros de quest.

Abaixo tem um trailer de No Heroes Here: