Black Run, jogo da 99Hit Games, mostra como funciona o racismo no Brasil

A discussão referente ao racismo tomou o debate nas redes sociais logo após a trágica morte do estadunidense George Floyd no início do ano. A partir de então, muitas empresas e organizações utilizaram seu espaço para debater o racismo. Este é o caso da 99Hit Games, produtora indie brasileira de jogos eletrônicos, que acaba de  lançar o jogo Black Run para smartphones.

Black Run é do gênero infinite runner e tem o objetivo de colocar o racismo em pauta. Nele, o usuário controla um personagem de pele negra que, junto do seu colega de trabalho (de pele branca), precisa correr para não se atrasar na empresa. No caminho, ele precisa desviar de situações como discriminação no trabalho, abordagem policial, e até de casos que ficaram conhecidos na mídia – como a morte de George Floyd e a agressão ao motoboy em um condomínio em Valinhos (SP).

Um dos pontos altos do game foi a pesquisa para trazer situações corriqueiras. Isto foi possível pois o desenvolvedor do jogo, Piero Barcellos, fez um levantamento de informações e ouviu pessoas que passaram pelas situações que o jogo retrata.

“A ideia do Black Run é mostrar como é difícil ser negro em uma sociedade construída em cima do racismo estrutural. Por isso cada situação no jogo foi pensada para refletir esse cenário e colocar em xeque questões como meritocracia e preconceito velado”, diz. Além disso, Black Run também traz dados ao longo do jogo, como estatísticas sobre salários dos negros no Brasil e o telefone para denunciar casos de racismo (Disque 100).

A intenção é mostrar que jogos são muito mais que mera diversão: “Os games são uma plataforma muito eficiente para educar, contar histórias, transmitir mensagens e fazer pensar. E o objetivo da 99Hit Games está em criar jogos que façam isso e possam ir além”.

O jogo Black Run pode ser acessado na Play Store.