Flux Game Studio lança Forca Futebol Mundial para smartphones

Copa do Mundo é  a pauta do momento, inclusive na área de jogos eletrônicos. Se você é apaixonado por futebol e é do tipo que decora nomes de jogadores e conhece todas as seleções do torneio, o estúdio paulista Flux Game Studio lançou Forca Futebol Mundial.

Trata-se de um game para smartphones que desafia os jogadores no tradicional jogo da forca, a diferença é que ao invés de palavras aleatórias, o jogador deve acertar os nomes dos 732 jogadores que vieram para a Copa do Mundo no Brasil. Se errar seis letras, é fim de jogo.

No começo é fácil acertar nomes como Neymar ou Messi, mas experimente ter de descobrir nomes de estrangeiros como Papastathopoulos, o Azubuike Egwuekwe, ou o Ghoochannejhad. Para facilitar as coisas, o game oferece dicas valiosas como país, posição, clube e idade. Além disso, é possível comprar letras certas através de moedas de jogo que são obtidas no próprio game.

Vale destacar também que o game possui um álbum de figurinhas digitais com todos os atletas que o jogador já tenha acertado. Este álbum conta com a ficha técnica dos jogadores, servindo como um guia para quem vai acompanhar o torneio pela televisão.

O game saiu para o Google Play gratuitamente, porém com publicidade entre as partidas. Pode-se jogar nos idiomas português, inglês e espanhol.

Game V de Vinagre ironiza violência policial no Brasil

v de vinagre

Como todos sabem, São Paulo foi tomada no último dia 13 de junho e também no dia 17 de junho de 2013 pela população que está reivindicando vários direitos como redução do transporte público e seriedade dos políticos com o dinheiro público. A ação dos manifestantes reverberou pelas redes sociais e inspiraram diversos outros movimentos em tantas outras capitais do país. Literalmente é o povo mostrando que detém o poder.

Apesar disso, os políticos não parecem querer ceder tão facilmente, como é o caso do prefeito da capital paulista Fernando Haddad, que já disse não reduzir os preços das passagens de ônibus.  Como as manifestações não perderam força, os governantes colocaram a PM nas ruas para evitar possíveis depredações. Essa ação ocasionou confronto entre a polícia e manifestantes, além de algumas das cenas mais dignas de pena da Polícia Militar de São Paulo, como atirar na imprensa, quebrar o próprio carro e (a mais esdrúxula de todas) dar voz de prisão ao repórter Piero Locatelli da revista Carta Capital que estava de posse de um frasco de vinagre.

Baseado no triste episódio, o time da Flux Game Studio criou o game V de Vinagre para satirizar o amadorismo e violência empregada pelo “dito” do PM em serviço. No jogo os jogadores assumem o controle de um adolescente portando vinagre que deve fugir da truculência policial como se fosse o marginal mais perigoso da história.

Um roteiro no qual um manifestante precisa fugir da polícia por portar potes de vinagre em sua mochila poderia muito bem ser de um game 100% de ficção – o problema é que, neste caso, é inspirado em uma triste realidade com a qual não podemos compactuar”, afirma Paulo Luis Santos, Diretor da Flux e um dos desenvolvedores do projeto. “A maneira como a polícia atuou infelizmente foi digna dos mais violentos filmes ou jogos, e não podemos simplesmente ficar de braços cruzados”.

A ideia do estúdio é digna de aplausos, visto que violência e abuso policial são um tipo de mal que já deveria ter sido extirpado da sociedade, mas que não cessa devido ao governo que coloca qualquer um para representar lei, mesmo os homens mais mal preparados que se possa ter. Evidentemente este texto exprime fúria e indignação, porém é impossível ficar indiferente ao ver tamanho despreparo de quem deveria proteger a sociedade. O próprio time da Flux Game Studio tem uma ideologia semelhante e aposta que o jogo para Facebook tem tudo para ampliar a conscientização geral sobre a situação que decorre na mais rica e mal protegida cidade do Brasil.

As sacadas são irônicas e os gráficos são divertidos para tentar levar o caso às pessoas que não leem jornal ou assistem TV, ou seja, o público mais jovem. “O game é, talvez, a mídia com a qual a conexão é mais forte e sólida para uma galera mais nova – de pré-adolescentes e adolescentes ainda na escola”, pondera Paulo. “Estamos manifestando uma opinião ideológica importante com o ‘V de Vinagre’, e sabemos que as pessoas que o jogarem serão expostas e talvez até influenciadas por ela. Esse é o ponto”.

O nome do jogo faz analogia ao cultuado personagem V do quadrinho (e filme homônimo) V de Vingança. Quanto mais vinagre for coletado pelo jogador, mas procurado ele será. Ao final, dependendo da quantidade de vinagre coletada, o jogador recebe títulos como “meliante” ou “comunista” pela polícia. Faz lembrar os tempos da Ditadura Militar, hein? Faz-nos pensar que se a polícia empregasse tanta vontade em acabar com o tráfico de drogas, assaltos e homicídios o Brasil estivesse melhor…

Quisemos fazer uma coisa bem-humorada, mas que expusesse bem o assunto”, comenta Stiven Valerio, Artista Líder e principal idealizador do projeto. “Nós não participamos dos atos, mas esse é o nosso jeito de contribuir no sentido de uma mudança para a melhor”.

Um dos fatos surpreendentes é que o game foi desenvolvido no formato Game Jam, uma maratona de 18 horas de trabalho. “Optamos por fazer tudo muito rapidamente por dois motivos: primeiro, nos propusemos este desafio de fazer um jogo em pouco tempo; e, depois, porque o assunto é urgente e não poderíamos investir muito tempo em polimentos – valia mais a pena lançar de uma vez do que perder o timing”, detalha Juliano Gomes, Programador Líder do game, lembrando que há uma nova manifestação marcada para segunda-feira, dia 17/06.

A empresa está monitorando a receptividade e alcance do jogo para decidir se é importante melhorá-lo com correções de problemas e novas features, ou eventualmente até ampliá-lo com mais conteúdo e portá-lo para dispositivos móveis. “Tudo vai depender do que o público achar do ‘V de Vinagre e do quanto ele viralizar”, explica Paulo.

Nossa dica é que você conheça o jogo e compartilhe-o pelas redes sociais. Mostre que você também faz da parte da revolução, mesmo que tenha de sair carregado com vinagre apenas no jogo. Afinal de contas, nem todos podemos nos dar ao luxo de sermos presos por causa de produtos alimentícios, certo?

V de Vinagre: abaixo está o vídeo do game que deveria ser visto pelo Capitão Toledo:

https://www.youtube.com/watch?v=6IYUbNcFSnw&feature=player_embedded

Devnation: estúdios brasileiros criam primeiro game para o Ouya

devnation

Todos vocês já devem conhecer o Ouya, o console nascido por meio de crowdfunding, e sua fascinante promessa de permitir que qualquer um desenvolva games para ele a baixos custos de desenvolvimento – mais ou menos como em aparelhos mobile, afinal o próprio Ouya utilizará uma versão do Android.

Pois bem, o console tem previsão de lançamento para abril deste ano (2013) e já tem vários estúdios trabalhando incansavelmente em games para o sistema. O bacana mesmo é que não são somente os gringos que estão desenvolvendo para o novo sistema: os estúdios brasileiros Flux Game Studio e o Reload Game Studio também preparam suas cartas para o lançamento do Ouya.

Ambos os estúdios paulistas uniram forças para desenvolver o primeiro game brasileiro para o console. O nome do jogo é Devnation, um RPG tático com jogabilidade por turnos focados nas decisões dos jogadores e uma narrativa permeada de bom humor.

Um dos atrativos do jogo é a variedade de desafios encontrados, em cada fase os jogadores encontraram elementos que remetem a variados tipos de jogos, como puzzle, FPS, plataforma, entre outros. Conforme superam os desafios de cada estilo, os desenvolvedores ganham novos aliados para usar nas batalhas. Um fator importante é a inclusão de multiplayer na versão Ouya. De acordo com os desenvolvedores, até quatro jogadores poderão se unir nas batalhas e avançar os desafios encontrados pelo caminho.

Na trama do game há todo um universo voltado à arte de criar jogos, ou seja, o jogador toma o controle de uma equipe de desenvolvedores que perderam seus empregos em uma grande Publisher e partem juntos em uma jornada em busca do game perfeito. Nessa quest, os personagens devem enfrentar problemas relacionados ao game design em si, como bugs, desbalanceamento, clichês, etc.

Para quem não entendeu, o game brinca com aquela história de desenvolvedores indies lutando com unhas e forças contra o monopólio das grandes publishers do mercado que apenas visam lucros (eles controlam os inimigos em Devnation). “É claro que a lógica é muito mais complexa do que isso, sabemos que não funciona dessa maneira extrema. Mas achamos que tirar um sarro desses exageros daria um universo rico e divertido para criar o ambiente do jogo”, observa Paulo Luis, Diretor Executivo da Flux Game Studio.

Curiosidade: o game nasceu graças ao concurso CREATE da revista Kill Screen, que desafiava estúdios a games em apenas 10 dias, visando um prêmio de US$. Os dois estúdios eram muito próximos e tocaram o projeto em conjunto.

“A Flux apoiou o projeto Ouya no Kickstarter em agosto, e recebeu o console de desenvolvedores no dia 3 de janeiro. Pouco depois, o concurso foi anunciado, mas não tínhamos equipe disponível para desenvolver algo sólido em um prazo tão curto. Então, começamos a procurar outros desenvolvedores interessados em experimentar a nova tecnologia. Foi assim que chegamos à parceria com os amigos da Reload”, afirmou Paulo Luis.

Devnation deve ser lançado em abril para aproveitar a janela de lançamento do novo console. Até lá vamos torcer para que os brasileiros também possam fazer sucesso no Ouya.

Abaixo você confere o vídeo do jogo Devnation: