AvantGarden – Game brasileiro de impacto ambiental será destaque no Games for Change 2022 em Nova York

Imagine um game multiplayer social de estratégia em rede que proponha uma visão transdisciplinar das áreas verdes urbanas para fomentar a reflexão sobre o meio ambiente nas cidades e sua manutenção participativa. Pois bem, essa é a proposta de AvantGarden, título que será destaque na Games for Change 2022.

O título será jogado por jovens lideranças em 17 CEUs de São Paulo e nos campi da USP da Cidade Universitária e da Zona Leste para acelerar a transformação da Capital numa rede de jardins, parques e hortas; outro distribui decks de cartas para promover a campanha “educação para a justiça” da ONU com foco em estado de direito e apoio à diversidade; ações no metaverso que promovem a cura pela meditação, a superação de traumas e até de dependência química são projetos que a representação brasileira da rede mundial Games for Change apresenta em Nova York, no festival anual que acontece entre os dias 13 e 16 de julho.

A abertura de oportunidades para criadores brasileiros e o anúncio dos primeiros projetos em destaque aconteceu no último sábado, 9 de julho, no BIG Festival, o mais importante evento nacional voltado para jogos independentes e tendências de mercado.

“Para a Games for Change, que atua na América Latina desde 2010, o BIG Festival é também uma oportunidade única de diálogo com a indústria brasileira, os criadores, patrocinadores e investidores em games voltados a acelerar a superação da crise atual”, afirma Gilson Schwartz, Presidente da G4C América Latina e professor livre-docente de produção de games no Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da USP. “Nossa missão é apoiar projetos alinhados às ODS que através da gamificação acelerem a superação da crise em áreas como educação, saúde individual, coletiva e ambiental, cidadania e direitos humanos e até mesmo conforto espiritual no metaversos”, conclui Schwartz.

 

Vanguarda Lúdica

A Games for Change América Latina é parceira do game “AvantGarden”, que propõem ações de mapeamento via crowdsourcing, ocupando 17 CEUs de São Paulo e ainda os dois “campi” da USP, no Butantã e na Zona Leste. Paulo Hartmann, o criador do jogo, é um designer e ativista de inciativas de fomento ao pensamento crítico, captou pela startup Incentiv.me 100% dos recursos junto ao PROMAC, a “lei Rouanet” da prefeitura paulistana.

“Em parceria com a G4C Latam, grupos de pesquisa da USP e parceiros estratégicos no setor privado, vamos renovar por meio de atividades lúdicas o cuidado com as áreas verdes da cidade de São Paulo onde elas existem, e também promover que novos espaços sejam provocados a refletir e aplicar a 10 dos 17 ODSs da ONU”, informa Hartmann.

Thiago Coser, que já atuou na produção de Festivais da G4C América Latina nos últimos anos, decidiu criar um jogo voltado a meditação e superação ou cura de traumas, “Healing Child”. Coser criou um game design que ativa em alguns momentos certos gatilhos que impedem aos participantes criar dependência ou vício no próprio jogo.

“O game design ético e alinhado a princípios de responsabilidade e respeito à individualidade deve evitar o uso de truques como “loot boxes” e outros softwares que geram artificialmente um vício ou dependência”, alerta Coser.

O meio-ambiente e a cultura gamer são o foco de outra proposta: um concurso de audiogames em parceria com Antonio Teoli, usando o banco de sons de instrumentos amazônicos do projeto https://www.theamazonic.com/ em homenagem a todos os que defendem e tantos já sacrificados em defesa dos povos da floresta. Por meio de oficinas oferecidas no segundo semestre no ciclo “Jogos Online, Infância e Adolescência” (JOIA 2022), escolas e outros interessados serão orientados a criar jogos com temas de alto impacto nas suas realidades locais, regionais, nacionais ou mesmo globais.

Game designers, start-ups e demais participantes do BIG Festival puderam saber mais sobre AvantGarden na sessão ocorrida no último sábado (09) ou através de contato direto com a Games for Change América Latina.

Entre a “verdificação” de São Paulo e a “gamificação” da Amazônia, passando pela luta democrática pelo Estado de Direito e a legalidade, meditação e desenvolvimento local, a Games for Change América Latina propõe uma ampla mobilização pela superação da crise de forma organizada, por meio de mais conhecimento, inclusão e sustentabilidade.

Jogos antigos devem migrar para o caminho dos jogos online e tornar as crianças mais criativas, segundo pesquisadora

Unir o novo com o antigo, é essa a perspectiva que um grupo de pesquisadores vislumbram para o mercado de jogos eletrônicos para o futuro. Para a pesquisadora Sonia Livinstone, da London School of Economics, as Brincadeiras antigas são a nova inspiração para a criação de jogos online. Isso se justificaria, segundo a pesquisadora, devido a uma tendência ao esgotamento da criatividade e redução dos benefícios do entretenimento digital que será revertida apenas se os criadores de jogos, as empresas e as famílias buscarem inspiração no mundo real, analógico, para desenvolver e usar novos jogos online.

Livingstone coordenou uma pesquisa e divulgou uma lista de 12 características que devem ser fortalecidas nos jogos eletrônicos do futuro. Em seu relatório “Playful by Design” (algo como “divertido seguindo princípios ou propósitos”), Livingstone apresenta ainda os resultados de pesquisas feitas com as próprias crianças e adolescentes sobre o que elas mais apreciam e o que mais incomoda no uso cada vez mais intenso de jogos online.

A pesquisadora inglesa é o destaque no lançamento da plataforma “Jogos Online, Infância e Adolescência” (JOIA), uma iniciativa da rede “Games for Change América Latina”. O relatório “Playful by Design” será lançado com uma “live” no dia 19 de abril e terá versões em português e espanhol.

“Queremos fortalecer a comunidade dos profissionais que atendem aos mercados de jogos eletrônicos para crianças e adolescentes, sejam educadores, assistentes sociais, game designers, gestores do terceiro setor e de políticas públicas. A plataforma JOIA também terá uma área especial para familiares preocupados com o uso excessivo, a violação de privacidade e o consumismo promovido por publicidade interna aos jogos”, informa Gilson Schwartz, presidente da “Games for Change América Latina” e professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

Além de Sonia Livingstone, a plataforma realizará mais vinte sessões ao vivo com uma hora de duração até o começo de agosto de 2022. A partir de então as escolas e outras organizações voltadas aos direitos e oportunidades para crianças e adolescentes serão convidados a criar jogos por meio de oficinas e softwares. Os melhores projetos serão premiados no X Festival Games for Change América Latina, no final de novembro.

Mais informações estão disponíveis no link da rede G4C Latam, assim como inscrições e pedidos de gratuidade.

Rede Brasileira de Estudos Lúdicos fará parte do Festival Games for Change 2020

Mais um grande evento que teve de migrar para um formato digital foi o Games for Change 2020, que iniciou no último dia 14 de julho e vai até o dia 16 de julho. Normalmente sediado em Nova York, a grande novidade de 2020 é que o festival será transmitido on-line pelo site oficial. A novidade é que o evento contará com a presença de jogos e produtores brasileiros através da REBEL (Rede Brasileira de Estudos Lúdicos).

A REBEL participará de painéis de debates e dividirá com o Games for Change América Latina um booth para comunicação direta com interessados. A ideia é dar visibilidade para jogos nacionais que contribuem para pesquisa e conhecimento lúdico. Muitos dos jogos que tem apoio do REBEL são títulos que buscam levar criticidade e projetos transformadores para a sociedade.

Em novembro de 2019, a REBEL, vale dizer, conta com uma parceria com a Games for Change América Latina e produziu o SPPW e o FAEL6, na USP. E agora toda essa produção será mostrada ao mundo no G4C2020. O G4C acontece desde 2014 e tem como proposta mudar, impactar o mundo de forma lúdica através de jogos e mídias imersivas, filosofia completamente alinhada com a da Rede Brasileira de Estudos Lúdicos. Você pode conhecer a REBEL aqui.