Jogo brasileiro “FROGUE” traz inovação com e mistura de gêneros em lançamento para consoles

O aguardado game “FROGUE” será lançado para consoles no próximo dia 27 de junho. Desenvolvido pelo estúdio independente brasileiro Wired Dreams, o jogo, que já fez sucesso no PC, agora chegará ao Xbox One, Xbox Series X/S, PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch, através da publicação da QUByte Interactive.

Em “FROGUE”, os jogadores assumem o controle de Kene Legstrong, um guerreiro anfíbio que deve enfrentar uma maldição centenária. Misturando elementos de ação, estratégia e manipulação temporal, o jogo proporciona uma experiência dinâmica e inovadora, destacando-se pela sua alta rejogabilidade graças à geração procedural de cenários.

A proposta de “FROGUE” é oferecer uma jogabilidade versátil, permitindo que cada jogador explore diferentes estratégias e estilos de jogo. Kene Legstrong não é apenas um lutador habilidoso, mas também um mestre em acrobacias, capaz de escalar paredes e usar poderes especiais. Essas habilidades conferem ao jogo uma sensação tridimensional, ampliando as possibilidades de solução de desafios de maneira criativa e estratégica.

O combate em “FROGUE” é baseado em turnos, uma característica que desafia até os jogadores mais exigentes. Com um visual pixelado vibrante que evoca os grandes clássicos dos consoles do passado, o jogo combina nostalgia com inovação, criando uma atmosfera única e envolvente.

De olho no mercado internacional

O lançamento de “FROGUE” para consoles representa o quarto título do estúdio Wired Dreams em parceria com a QUByte Interactive. Thiago Oliveira, o desenvolvedor solo por trás do estúdio, já é conhecido por suas produções independentes, e “FROGUE” é o quinto jogo de sua carreira. A expansão para o mercado de consoles marca um passo significativo na trajetória do estúdio, reforçando a crescente presença do Brasil na indústria global de jogos eletrônicos.

A versão para PC de “FROGUE”, lançada em fevereiro de 2024, já recebeu elogios da crítica e dos jogadores. Um dos jogadores comentou: “É um sopro de ar fresco no gênero. Em um mar de clones pouco inspirados de Vampire Survivors, ‘FROGUE’ se destaca como uma das misturas estilísticas mais interessantes dos últimos tempos.” Outro jogador destacou a adrenalina proporcionada pelo combate em turnos: “O jogo é fantástico. Traz uma adrenalina em um gênero baseado em turnos de uma forma brilhante. Fiquei empolgado ao controlar o sapo badass nessa atmosfera sombria.”

Com a expectativa de ampliar seu público com o lançamento para consoles, “FROGUE” promete conquistar ainda mais jogadores com sua jogabilidade cativante e desafiadora. O título estará disponível para compra a partir de 27 de junho de 2024, e já se prepara para ser um dos destaques do ano no universo dos games.

Para mais informações sobre “FROGUE” e outras produções do estúdio Wired Dreams, visite o site oficial da QUByte Interactive.

Abaixo tem o trailer de Frogue:

Celeste: Madeline é trans? Confira a resposta da autora

Maddy Thorson, uma das principais desenvolvedoras por trás do sucesso de 2018, Celeste, discorre em uma carta aberta sobre os sentimentos dela e dos fãs acerca da protagonista Madeline, que no encerramento do DLC Adeus, revelou uma importante informação sobre ela.

Você pode conferir a carta original (texto em inglês) no Medium de Maddy aqui.

Abaixo segue uma tradução livre:

Madeline é trans?

É claro que ela é, oras. Isso é dolorosamente óbvio para muita gente (especialmente trans), e deveria ter sido dolorosamente óbvio para mim, pensando nisso agora. Eu sou trans também. Mas eu não estava estava ciente disso durante o desenvolvimento de Celeste, eu estava escrevendo e falando da perspectiva de Madeline. A criação de Celeste com meus amigos me ajudou a alcançar essa realização sobre eu mesmo.

Durante o desenvolvimento de Celeste, eu não sabia que Madeline ou eu mesmo éramos trans. Foi durante o desenvolvimento do DLC Adeus, que eu comecei a questionar isso. Agora, na fase pós-desenvolvimento, eu sei que nós duas somos.

A minha identidade de gênero ainda não está completamente clara pra mim. A comunidade de Celeste queria um esclarecimento sobre a identidade de Madeline faz tempo, e eu não culpo ninguém por querer isso, mas a real é que a minha identidade de gênero e a minha aceitação dela são coisas que precisavam de tempo antes que eu pudesse falar mais abertamente sobre.

Bora entrar no meio dessa bagunça.

A transição de Madeline foi deixada de forma vaga para que mais pessoas cis pudessem se identificar com a jornada dela?

Essa não foi a nossa intenção. Depois de pensar bastante no assunto, eis a questão: Por que uma pessoa cis deixaria de se identificar com alguém trans? Hoje em dia as batalhas travadas por pessoas trans são únicas em muitos aspectos, mas estão longe de ser um mistério pro ser humano. Todos somos gente.

Quando eu escrevi Celeste, eu sinceramente acreditei que eu ainda era cisgênero, mas estava até o pescoço com dúvidas sobre minha identidade (ansiedades entre outras coisas). Quando Madeline olha pro espelho e vê a outra “ela”; quando ela tenta abandonar sua própria reflexão, que então arrasta ela pro fundo da montanha; quando as duas se reconciliam e se tornam alguém mais forte e mais completo… tudo alí havia sido escrito de uma perspectiva trans. Então talvez se você for uma pessoa cis e quiser se identificar com Madeline, você não devesse se sentir trapaceado. Ao invés disso, use essa chance para entender que sentimentos cis e trans não são tão diferentes assim, e que o buraco entre cisgênero e transgênero não é tão fundo assim, e que o estranhamento causado pela existência trans aos seus olhos pode ter sido o resultado de muita injustiça social, marginalização e opressão.

Se você se divertiu com Celeste, mas agora está achando que o fato de Madeline ser trans estraga o jogo para você, eu suspeito que esse seja um sinal para você parar e repensar algumas coisas.

Aqui vai uma coisa que definitivamente não é verdade: A razão pela qual a representação trans é importante e porque seres humanos só conseguem se identificar com quem é igual a eles mesmos, e que quaisquer conquistas pela representação de pessoas trans precisam vir às custas de pessoas cis. Isso é ridículo, e não podia estar mais longe da verdade. As pessoas precisam ver e sentir a experiência vivida por quem é diferente delas mesmas, especialmente se elas pertencem a grupos menos privilegiados que fazem parte da mesma sociedade, mas sobre as quais exercem poder desproporcional e por vezes invisível. Gente trans, e outros grupos marginalizados, tem muito o que ensinar para ajudar todos nós. Se você é cis e Celeste te ajudou de alguma forma, isso é foda! Isso significa que você aprendeu alguma coisa sobre você mesmo com uma história trans.

Boa representação ajuda todo mundo…a menos que você esteja lucrando com a miséria e o sofrimento de pessoas trans. Se esse for o seu caso, pode ir a merda.

Então…por que a transição dela não ficou confirmada no texto do jogo?

Vamos por partes. Eu não sei o que poderia ser uma resposta boa o suficiente pra essa pergunta, dum jeito que vai deixar todo mundo feliz. O melhor que eu posso fazer agora é ser transparente, e ajuda você a entender nossas intenções. Eu não acredito que essa seja uma pergunta fácil, e a resposta também não vai ser fácil.

Nós entendemos que alguns fãs se sentiram chateados com o nosso silêncio depois do lançamento de Adeus, e eu quero pedir desculpas por isso. Eu estava tão travado por questões de gênero e foi tudo uma zona! Eu simplesmente não sabia como me expressar até agora.

Falei mais cedo como eu não sabia que Madeline era trans durante o desenvolvimento de Celeste, e que eu comecei a pensar nisso quando fizemos Adeus. Aquilo foi um processo gradual. Depois de algum tempo após o lançamento, minha compreensão de Madeline foi de “se pá ela é trans” para “ ela é definitivamente trans”.

Nós conversamos sobre o roteiro de Adeus, e a nossa conclusão era de que queríamos dar essa privacidade para ela. Talvez sim, ela fosse trans, mas isso não era assunto nosso, nem dos jogadores. Ela é uma mulher, um ser humano, e isso é tudo o que você precisa saber até que ela resolva contar mais sobre isso. Ela não parecia alguém que assumiria publicamente ser uma pessoa trans, certamente não antes dos eventos dos jogo. Nós achamos que pistas no encerramento de Adeus e na conta InstaPix do Theo, seriam a forma mais apropriada pro personagem dela. Me dá um nó no estomago só de estar botando isso no papel, expondo ela desse jeito, até porque não parece justo com ela. Essa mesma consideração que eu queria que tivessem comigo mesma.

Mas é óbvio que, Madeline é um personagem fictício e que nós somos os autores dela. As pessoas fizeram certinho ao nos alertar sobre os riscos ao “esconder” a identidade dela. Mas também pensamos nos riscos de dar o direito aos jogadores de saber se ela era ou não trans, e até que ponto isso seria um detalhe importante. Pessoas trans não deveriam ser forçadas a assumir sua identidade num mundo que é frequentemente hostil contra elas, e elas não deveriam ser reduzidas à sua transexualidade também. Elas devem poder viver a vida do jeito delas, e todos deveriam ser livres para explorar sua identidade de gênero sem a pressão de entrar numa caixinha para agradar outras pessoas.

Nós definitivamente não queríamos “dar uma de JK Rowling” e começar a enxertar detalhes dum jeito forçado e desonesto. Tipo, claro, como quiser madame, Dumbledore é gay…é conveniente que isso nunca seja mencionado nos livros ou tenha qualquer importância pra história. Em Celeste, eu concordaria que a identidade trans de Madeline é central para a narrativa dela, mas o jogo é sutil ao abordar os sentimentos dela (em parte porque eu não estava completamente ciente deles), a sua conexão metafórica com a jogabilidade. Nós preferimos continuar a dar toques de que “sim, ela é trans”.

Do meu ponto de vista, sermos discretos pareceu a decisão certa, um toque pra todo mundo que estava sacando para que pudessem discutir como podiam se identificar com ela sem fazer disso um espetáculo. A Amora trabalhou com Lena e outras amigas trans nos pequenos detalhes que colocamos no quarto da Madeline para o final de Adeus. Ficamos muito felizes que todo mundo viu de primeira.

Pra ser honesta, nós não acreditamos que toda representação trans explícita seja prejudicial. Lembre-se: Nós estávamos pensando num jogo que já existia, no qual eu escrevi uma Madeline trans sem que a ficha tivesse caído de ela, e a história dela, eram trans. Abordar isso em Adeus foi um desafio bem diferente que definir o jeito que a identidade de uma personagem seria introduzida e retratada.

Nossa esperança é de que o grande público pudesse fazer essa ligação, e descobrir que pessoas trans existem e suas perspectivas são válidas. Jogadores podem interagir e se identificar com pessoas cis e isso não precisa ser algo extraordinário. Não precisamos saber de cara, nem sequer ter uma dica de quem é ou deixa de ser cis ou trans. E temos a esperança de que nossos fãs trans e questionadores conseguissem se identificar e discutir a história de Madeline no seu ritmo, e assim, se sentirem validados.

Ah sim, é claro que subestimamos o quão perto de um atestado por escrito poderíamos chegar, e como ficaria a discussão sem fim sobre a “falta de provas” sobre Madeline. Quanto a isso eu pergunto: cadê a prova de que ela é cis?

Se eu pudesse recomeçar tudo no desenvolvimento de Celeste, sabendo tudo sobre eu mesmo e sobre Madeline, será que eu escreveria ela de um jeito diferente? Sim, provavelmente. Eu não comecei esse jogo para escrever uma história trans e eu entenderia muito mais sobre o meu gênero se eu soubesse como, isso é certo. Mas até aí, eu sou uma pessoa muito diferente agora e Celeste não seria o mesmo jogo que é hoje. Celeste é sobre quem eu era, e isso inclui o desafio sobre entender quem sou.

Tipo, já que estamos viajando no tempo, eu acho que muito mais gente trans entenderia o que estou passando se formos comparar com a chance reviver um bom bocado da minha vida para saber mais sobre meu gênero.

Celeste é um jogo escrito e dirigido por uma trans enrustida pelos conflitos da sua identidade de gênero, cuja trilha foi composta por uma mulher trans, e com arte e código e sons e muitas outras partes feitas por amigos inspiradores e insubstituíveis. Essas são as perspectivas que abordamos, e eu acho que esse jogos reflete isso de uma forma maravilhosa. Eu nunca vou admitir que algo feito por mim seja perfeito. Eu acho porém que conseguimos capturar e preservar uma pequena parte de nós em um momento bastante precioso, e a transexualidade de Madeline é uma parte disso.

Obrigado por jogar Celeste, e por se emocionar com a história de Madeline.

Com amor <3

-Maddy

Pixel Show abre concurso de games digitais para produtores independentes

Mais um evento para você colocar na sua agenda! Entre os dias 30 de novembro e 1 de dezembro começa o Pixel Show, o maior evento de criatividade da América Latina. O destaque nesta edição é que foi aberto um edital para que produtores independentes de games digitais possam mostrar suas produções. A ideia é apresentar projetos digitais independentes a um júri técnico que vai avaliar e escolher o melhor jogo na noite de estreia do Pixel Show.

É uma grande oportunidade para quem está iniciando na área expor suas ideias a quem já trabalha na área e viabilizar o jogo. As inscrições para participar dessa demonstração técnica já estão abertas e vão até 30 de agosto. Seu projeto pode ser em realidade virtual, mobile, ou mesmo em fase de desenvolvimento.

Para participar você deve inscrever seu título contando a história do jogo, os objetivos etc. É primordial enviar um link para que os curadores da modalidade possam experimentar e avaliar o novo game. Serão três categorias diferentes para inscrever os jogos: “Game Independente”, “Experiências (XR, VR, AR)” e “Simuladores”. Depois de inscrito, o projeto passará pelo crivo da equipe de curadoria, que avaliará conceitos de sound design, storytelling, criatividade e inovação.

Entre os jurados estarão Rodrigo Terra, COO do centro de entretenimento de realidade virtual do estúdio Arvore e membro do XRBR, hub brasileiro de x-reality; Thiago de Freitas, diretor da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames) e Mariana Ayres, do Xbox Brasil.

A inscrição para o edital do Pixel Show vai até 30 de agosto. Os desenvolvedores selecionados serão informados em 30 de setembro sobre a aprovação, para organizarem a sua apresentação a um júri especial na primeira noite do Pixel Show 2019.

“Essa foi mais uma ideia para incentivar o mercado de games, que está aquecido e segue crescendo. O produtor independente que se apresentar no evento terá contato com profissionais da área, que já tocam diversos projetos, além de ser avaliado pelo nosso júri na abertura do Pixel Show e receber um prêmio, se for bem votado”, conta Allan Szacher, organizador de conteúdo do evento. Mais informações podem ser vistas no site do evento.

 

Serviço – Festival Internacional de Criatividade Pixel Show 2019

Quando: 30 de novembro a 1 de dezembro, das 8h às 21h

Abertura das aulas, congresso e concurso de games: 29/11, a partir das 17h.

Local: espaço de eventos Pro Magno (São Paulo).