Top 7 – Polêmicas que abalaram a indústria dos games

A indústria dos videogames sempre esteve cercada de entusiasmo, inovações e momentos marcantes. No entanto, nem tudo são flores: diversas polêmicas abalaram empresas, jogadores e até mesmo governos. Algumas dessas controvérsias geraram processos judiciais, mudanças em regulamentações e até banimentos de jogos. Neste artigo, exploramos sete dos casos mais impactantes que deixaram cicatrizes na história dos games.

1. O lançamento catastrófico de “Cyberpunk 2077”

Cyberpunk 2077

Poucos jogos na história dos videogames foram tão aguardados quanto Cyberpunk 2077. Desenvolvido pela CD Projekt Red, o título prometia um RPG de mundo aberto revolucionário, com gráficos impressionantes e uma narrativa envolvente. No entanto, quando finalmente foi lançado em dezembro de 2020, o que os jogadores receberam foi um produto repleto de bugs, falhas técnicas e um desempenho terrível, especialmente nos consoles da geração anterior. A situação foi tão crítica que a Sony decidiu remover o jogo da PlayStation Store, e a CD Projekt Red precisou oferecer reembolsos em massa.

Além dos problemas técnicos, a desenvolvedora foi acusada de enganar os consumidores, pois havia restringido a divulgação de análises da versão para consoles antes do lançamento, impedindo que os jogadores soubessem da real condição do jogo. A situação resultou em processos judiciais contra a empresa, perda de credibilidade e uma reestruturação interna para recuperar a confiança do público. Somente após diversas atualizações e a expansão Phantom Liberty, Cyberpunk 2077 conseguiu se reerguer, mas sua história continua sendo um dos maiores exemplos de hype descontrolado e gerenciamento desastroso na indústria.

2. O infame “Hot Coffee” de GTA: San Andreas

Grand Theft Auto: San Andreas foi um dos jogos mais vendidos e aclamados de sua época, mas também ficou marcado por uma das maiores controvérsias da indústria. O escândalo começou quando modders descobriram um minigame escondido no código do jogo, conhecido como Hot Coffee, que permitia ao jogador interagir em cenas de sexo explícito. Apesar de a Rockstar Games ter desativado esse conteúdo no lançamento oficial, os arquivos ainda estavam presentes no jogo e puderam ser desbloqueados por meio de modificações feitas por jogadores.

A descoberta causou um grande alvoroço, levando a Entertainment Software Rating Board (ESRB) a reclassificar GTA: San Andreas como Adults Only nos Estados Unidos, uma mudança drástica que resultou na retirada do jogo de diversas lojas. A polêmica também envolveu processos judiciais e até debates políticos sobre a regulamentação de conteúdos impróprios nos videogames. No fim, a Rockstar teve que relançar o jogo com a remoção definitiva do código problemático, mas a reputação da empresa ficou manchada por anos.

3. A microtransação excessiva em “Star Wars Battlefront II”

Star Wars Battlefront II

A Electronic Arts (EA) já era conhecida por suas práticas agressivas de monetização, mas a polêmica em torno de Star Wars Battlefront II em 2017 levou a indignação dos jogadores a outro nível. O jogo incluía um sistema de progressão baseado em loot boxes, onde personagens icônicos, como Darth Vader e Luke Skywalker, só podiam ser desbloqueados após dezenas de horas de jogo — ou com pagamentos exorbitantes. Isso gerou um enorme descontentamento, pois muitos viram o sistema como um esquema de “pague para ganhar” (pay-to-win), favorecendo quem gastasse mais dinheiro real no jogo.

A insatisfação dos jogadores explodiu nas redes sociais e chegou a órgãos reguladores, que começaram a investigar as loot boxes como uma possível forma de jogo de azar. O caso foi tão grande que até políticos se pronunciaram sobre o tema, levando a EA a remover temporariamente as microtransações para conter os danos. No entanto, a empresa já havia deixado sua marca como um dos exemplos mais notórios de ganância corporativa na indústria dos games.

4. A proibição de “Manhunt” em vários países

Manhunt

A Rockstar Games sempre esteve envolvida em polêmicas, mas Manhunt talvez seja seu jogo mais controverso. Lançado em 2003, o título era um jogo de terror e stealth extremamente violento, no qual os jogadores assumiam o papel de um prisioneiro forçado a cometer assassinatos brutais enquanto tentava sobreviver. As cenas de violência gráfica eram tão intensas que o jogo foi proibido em diversos países, incluindo Alemanha, Nova Zelândia e Austrália.

O caso se tornou ainda mais preocupante quando, no Reino Unido, Manhunt foi associado a um crime real: um adolescente que assassinou um amigo supostamente teria se inspirado no jogo. Embora as investigações tenham descartado essa relação direta, a polêmica gerou um debate sobre o impacto da violência nos videogames. Apesar das críticas, Manhunt se tornou um jogo cult, mas continua sendo um dos exemplos mais extremos de como o conteúdo violento pode provocar reações explosivas na sociedade.

5. A quebra de exclusividade de “Fortnite” com a Apple e o Google

Fortnite

Em 2020, a Epic Games decidiu desafiar as gigantes Apple e Google ao lançar um sistema de pagamento direto dentro de Fortnite, evitando as taxas cobradas pelas lojas de aplicativos. Como resposta, tanto a App Store quanto a Google Play removeram o jogo de suas plataformas, iniciando uma batalha judicial que envolveu bilhões de dólares.

O conflito se tornou um dos maiores casos de monopólio na tecnologia, com a Epic acusando a Apple de práticas anticompetitivas. O caso gerou debates sobre o controle das grandes empresas sobre os mercados digitais e resultou em mudanças nas regras das lojas de aplicativos. No entanto, Fortnite permaneceu fora da App Store por anos, e a disputa deixou marcas na relação entre desenvolvedores e as gigantes da tecnologia.

6. O escândalo da Blizzard e os protestos de Hong Kong

Blitzchung

A Blizzard Entertainment se viu no centro de uma grande polêmica em 2019, quando baniu o jogador profissional Blitzchung por expressar apoio aos protestos de Hong Kong durante um torneio de Hearthstone. A decisão foi amplamente criticada, pois muitos enxergaram o ato como um movimento para agradar o governo chinês, já que a empresa possuía interesses comerciais na região.

O caso gerou boicotes, protestos de funcionários e até reações políticas nos Estados Unidos. A Blizzard tentou amenizar a situação reduzindo a punição do jogador, mas a reputação da empresa já havia sido profundamente afetada. O episódio levantou discussões sobre censura e a influência do mercado chinês na indústria dos games.

7. “No Man’s Sky” e a publicidade enganosa

No Man’s Sky

Quando No Man’s Sky foi anunciado, a desenvolvedora Hello Games prometeu um universo gigantesco, mecânicas inovadoras e interações multiplayer de tirar o fôlego. No entanto, quando o jogo foi lançado em 2016, os jogadores perceberam que muitas das promessas feitas pelo criador Sean Murray não estavam no produto final. A ausência de multiplayer, biomas repetitivos e jogabilidade limitada levaram a uma onda de críticas e até investigações por propaganda enganosa.

A Hello Games, no entanto, conseguiu um feito raro: ao longo dos anos, lançou diversas atualizações gratuitas que transformaram No Man’s Sky no jogo que havia sido prometido. Hoje, o game é um exemplo de reviravolta positiva, mas sua estreia permanece como um dos casos mais notórios de marketing enganoso nos videogames.

Os criadores do ÁRIDA, a série de adventure games que se passa no sertão brasileiro, está no edital #WeArePlay

Voltamos! E nada mais acertado nesse evento do que falar de um dos jogos mais interessantes dos últimos anos: ÁRIDA, série de adventure que se passa no sertão brasileiro. Pois bem, o projeto está de polpa e vento, uma vez que a Aoca Games, criadora do game, anunciou duas importantes conquistas relacionadas com a gigante Google: a participação no editorial #WeArePlay e a seleção para receber um investimento voltado a empresas da América Latina.

A primeira oportunidade remete à criação de um editorial em formato de filme para o #WeArePlay, o blog internacional da Google Play que é dedicado a contar as histórias das pessoas que criam apps e games mundo afora.

A Google foi com uma equipe de filmagem até a Bahia, onde ficou por alguns dias gravando com a empresa, em Salvador e também no sertão baiano, onde os desenvolvedores puderam apresentar em detalhes o game de aventura inspirado no histórico povoado de Canudos.

A conquista tem profunda relação com a jornada da empresa rumo ao universo mobile. Após o lançamento para PCs em 2019, a Aoca iniciou os planos para os dispositivos móveis em 2021, pensando em atingir novos públicos, em especial no Brasil. As versões para celulares e tablets foram lançadas em 2022, e participar da Indie Games Accelerator, a aceleração global da Google Play, foi um fator decisivo nessa jornada, além de estreitar o relacionamento com a Google.

A segunda oportunidade, também anunciada nesta semana, está vinculada à divulgação das empresas selecionadas para o Google Play’s Indie Game Fund, uma iniciativa que dedicou um total de U$ 2 milhões para empresas de games da América Latina.

Em miúdos, a iniciativa “equity-free”, trata-se de um investimento sem a obtenção de participação na empresa investida. Assim, a Google mira em incentivar empresas de alto potencial de crescimento na região. Mais de 33 países participaram e apenas 10 empresas foram selecionadas. Além do aporte financeiro, a Google tem a intenção de desenvolver um sistema de mentorias e acompanhamento dos negócios, além da participação no Play Pass, o serviço de assinatura da plataforma.

Com o investimento, a empresa baiana mira na criação do ÁRIDA: Definitive Edition, uma versão mais atualizada em relação ao primeiro game. Com novos conteúdos (incluindo alguns frequentemente pedidos pelos jogadores) e novos idiomas, a Aoca focará também em features específicas para o universo mobile. O investimento permitirá também uma estruturação empresarial que visa alavancar a Aoca e o ÁRIDA a um nível até então não alcançado.

Sobre ambas as oportunidades, Filipe Pereira, o CEO da Aoca, acrescenta “é simplesmente incrível o que está acontecendo este ano conosco. Lançamos as versões mobile, depois a filmagem do #WeArePlay e agora o investimento. Não temos palavras para agradecer a confiança do Google no nosso trabalho. Queremos fazer de 2023 um ano ainda mais significativo para nós. Vamos definitivamente fazer com que essas oportunidades sigam mudando a nossa história!”.

Para quem não conhece, ÁRIDA é inspirada em eventos históricos, a exemplo da formação do icônico povoado de Canudos.  Premiado em eventos nacionais e internacionais, o ÁRIDA é também licenciado por livros didáticos que levam o game para salas de aula Brasil afora.

Abaixo você confere o trailer de Árida:

Google Play oferece mentoria grátis para desenvolvedores de jogos

Possui uma empresa produtora de games e está em busca de parcerias? Pois bem, estão abertas até o dia 1º de julho as inscrições para o Indie Games Accelerator, programa de aceleração do Google Play para desenvolvedores de jogos independentes.

As inscrições ficam abertas para mais de 70 países, incluindo o Brasil e o objetivo é ajudar desenvolvedores autônomos, assim como pequenas e médias empresas que atuam na área, a alavancar os seus negócios. São 40 horas de mentoria, divididas ao longo de 10 semanas, em que os participantes estarão em contato direto com especialistas renomados da indústria de games, compartilharão vivências com desenvolvedores do mundo todo, e receberão orientações técnicas sobre como construir e monetizar o seu projeto de jogo eletrônico.

Para participar, o desenvolvedor – que pode ser autônomo ou representar uma empresa com até 50 funcionários – precisa ter pelo menos 18 anos, registro ativo no Google Play, ter um game já lançado ou em desenvolvimento no momento da inscrição, e enviar um título lançado ou em desenvolvimento. As candidaturas serão avaliadas por um painel de jurados, de acordo com os critérios de inovação, diversão, design, qualidade técnica e de produção (saiba mais aqui).

Os candidatos selecionados para esta edição do Indie Games Accelerator serão comunicados por e-mail no início de setembro. As sessões de mentoria acontecem virtualmente, de outubro a dezembro deste ano.

Para mais informações, acesse o blog de desenvolvedores do Android. As inscrições são feitas pelo site do Indie Games Accelerator (conteúdo em inglês).