“Conselhos do Rei” coloca o estudante dentro de uma monarquia absolutista europeia.

Com todos os empecilhos e descredibilidade de autoridades políticas é fácil apontar a educação do brasileiro como precária. Com a pandemia do coronavírus, várias escolas tiveram de aderir a métodos de ensino à distância ou até suspender as aulas. Entretanto é nos momentos de adversidade que os professores brasileiros mostram o quanto são criativos e compromissados com a educação. Este é o caso do professor de História Tiago Rattes, que criou o game Conselhos do Rei, um título que busca ensinar a disciplina com o método de gamificação.

Conselhos do Rei utiliza apenas o formulário do Google forms para ensinar história e filosofia aos seus alunos do 7º ano. A linguagem é toda baseada em jogos eletrônicos, de modo que o jogador é confrontado com uma situação e deve tomar alguma decisão. Basicamente o jogador integra o círculo de confiança de um monarca absolutista do início dos estados nacionais e deve aconselhar o rei em questões pertinentes ao modo de se governar.

Todas as situações apresentadas são típicas desse momento histórico e cabe ao jogador decidir o que deve ser feito entre duas opções. É como jogar um RPG. A ideia é que o jogador aprenda algo de história enquanto se diverte de maneira simples e efetiva. Há ainda concepções de grandes pensadores da humanidade, como Maquievel e Hobbes.

“Em um certo momento, por exemplo, o rei questiona se ele deve buscar consolidar seu poder pelo carisma ou pela imposição e sua autoridade. Na atividade não existe o certo ou errado de uma atividade tradicional. Cada resposta leva o aluno a uma observação histórica que gera a reflexão. Se os alunos aconselham o rei a investir no carisma, eles serão alertados que embora o carisma seja algo importante, os adversários do rei estão conspirando contra ele nos bastidores por acharem que ele é incapaz de impor seu poder”, explicou o professor Rattes ao site Café História.

O projeto foi implementado na Escola Projeto 21, de Curitiba e surgiu exatamente nesse contexto de pandemia. De acordo com Rattes, já havia um tempo que ele pensava em utilizar gamificação em sala de aula, porém o isolamento social acelerou a ideia, uma vez os alunos ficam impossibilitados de frequentar as escolas. Como se utiliza de um site gratuito, os alunos nativos digitais não encontram empecilhos para aderir ao projeto, que deve ser extendido para alunos do 6º para explicar as Sociedade Fluviais.

De acordo com Rattes, o próximo projeto vai perpassar a história de uma tribo que passa do nomadismo para o sedentarismo, estabelecendo-se parto de um grande rio do Oriente Médio. O projeto tem tudo para vingar, uma vez que os alunos são impelidos a tomar decisões e se sente parte essencial da narrativa da história. Você pode conferir o Conselhos do Rei aqui.

 “A ideia das atividades é desenvolver competências gerais como o Pensamento crítico, criativo e cientifico nos alunos, já que o processo de imaginação e reflexão acaba favorecendo que os alunos construam saberes importantes da História. Além disso, a competência da cultura digital é bem desenvolvida neste processo já que a noção de protagonismo com as ferramentas digitais norteia boa parte do trabalho”, diz Rattes.

Top 5: acontecimentos que incentivaram a criação de games nacionais

Podemos dizer que o mundo dos games hoje em dia está fervendo e crescendo de maneira extraordinária. Todos os dias vemos os grandes estúdios de criação de games apresentarem incríveis jogos com gráficos ultrarrealistas e mecânica que aproximam os personagens próximos a realidade.

É notável também a força dos produtores independentes, que de certa forma estão bastante encorajados a criar jogos, mesmo que sem grandes recursos financeiros ou um patrocinador. Seja como for, o mercado de games nacional se desenvolveu muito bem.

Mas alguns anos atrás as coisas não eram assim, pois era raro encontrar algum desenvolvedor de games independente, pois apenas os grandes estúdios e distribuidoras lançavam games. Os gamers então passaram por cima e quebraram esse paradigma, e após algum tempo o mercado foi só crescendo e crescendo, como era previsível.

Trouxemos alguns acontecimentos dentro da indústria dos games que ajudaram a evoluir o mercado, assim como podemos ver hoje. Alguns mais recentes, outros nem tanto, confira:

 

5 – Lançamento dos primeiros games indies

 

Ah, os Games Indies! Talvez você desconheça a importância que estes jogos criados por poucas pessoas (ou até mesmo uma) tem sobre o mercado de desenvolvimento de games no mundo e aqui no Brasil.

Os primeiros games independentes foram lançados no início da década de 90, e só ganharam relevância e popularidade com o tempo, chegando hoje em dia a títulos tais como Minecraft, pois acredite, ele foi criado por apenas uma pessoa.

Infelizmente não sabemos exato qual foi o primeiro jogo independente que foi lançado e nem a sua repercussão e aceitação dos players que jogaram, mas sabemos que este incentivou e mostrou que nem sempre é necessário ter grandes recursos para criar um game do zero.

Com certeza foi um bom incentivo para a atual geração de programadores, certo?

 

4- Steam abre portas para os produtores independentes

 

Erinia, um dos primeiros jogos brasileiros de longo alcance.

A Steam é referência na venda de games em mídia digital para PC e possui um catálogo gigante de games e muitos usuários ativos diariamente. Em agosto de 2012, a companhia decidiu apoiar fortemente os programadores e lançou o Steam Greenlight.

Os programadores podem enviar vídeos de algumas partes do jogo que está sendo desenvolvido e o mesmo participará de um processo de votação, se obter votos suficientes ele poderá ser publicado e divulgado dento da plataforma. Apesar da concorrência que o produtor poderá enfrentar, a popularidade da plataforma fala mais alto e ainda incentiva que o desenvolvedor dê o seu máximo e apresente uma boa proposta do jogo que está criando.

Infelizmente o Steam Greenlight  foi substituído pelo Steam Direct, que se tornou uma plataforma paga e cara, mas que produtor não quer ter o seu jogo dentro da Steam?

 

3 – Primeira Game Jam

 

Brasil Game Jam – hoje em dia ela é assim, não lembrando nada a precariedade das primeiras game jams nacionais.

Uma coisa é fato: os Gamers gostam muito e estão participando cada vez mais de eventos, prova disto é a BGS, CCXP, etc..  Apesar destes eventos citados serem apenas de entretenimento, existe uma parte de gamers e desenvolvedores que colocam a mão na massa com o objetivo de criar um game em até 72 horas (ou menos)

Em meados de 2002, um grupo de jovens programadores de games se uniram para criar uma Engine que suportassem várias animações sem comprometer na qualidade e no processamento dos componentes do game. Após o período de desenvolvimento da engine, os desenvolvedores convidaram um pequeno grupo de programadores para que eles criassem vários games com o motor gráfico construído, e assim aconteceu o primeiro evento de Game Jam da história.

 

2 – Lançamento da plataforma itch.io

 

Se você é familiarizado com games indies, provavelmente conhece a plataforma itch.io, lançada em março de 2013, que permite que pequenos desenvolvedores de games publiquem seus jogos independentes para venda e download.  Hoje em dia a plataforma possui mais de 40.000 jogos em seu catálogo e ainda é possível participar de games Jam através dela.

A distribuição do game é um fator muito importante para qualquer programador, pois a plataforma de distribuição pode definir o sucesso ou o fracasso de um game, e com o crescimento e aceitação dos games indie, a itch.io está cada vez mais popular entre os gamers.

Visto que o Steam Greenlight não está mais entre nós, a melhor opção totalmente gratuita para publicação de games fica com a Itch.io

 

1 – Primeira engine comercial

 

A Blender Game Engine era assim.

Outro grande acontecimento que fez com que as pessoas tivessem curiosidade e interesse na criação de games, foi o lançamento da primeiro motor de jogo liberado para a criação de games. E isso se deve pela comodidade que o programador tem, visto que já não é necessário ter um imenso trabalho para criar uma Engine do zero, ela simplesmente já está pronta, simples assim.

Também não se sabe ao certo qual foi a primeira Engine Comercial lançada, mas acreditamos que seja a Blender Game Engine, em que foi lançado o software de código aberto após a falência da empresa, estando disponível para download até nos dias de hoje.

Texto por: Samuel Almeida

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Sociedade Nagô – Revolta dos Malês vira tema de game para Windows e Android

Hoje vamos falar do game brasileiro Sociedade Nagô, criado pelo estúdio indie Strike Games. O título foi lançado há poucos dias e reconta a sangrenta Revolta dos Malês, um levante de escravos ocorrido na cidade de Salvador, Bahia, em 25 de janeiro de 1835. O game é para PCs e dispositivos mobile e alterna entre o jogo virtual e tarefas no mundo real. Basicamente trata-se de um apanhado de mini games recheados de mistério, desafios e tarefas que envolvem emitir opiniões, ilustrar e escrever textos.

O foco de Sociedade Nagô é trazer o conteúdo histórico da Revolta de forma mais aprofundada com um suporte pedagógico, juntamente com o fator lúdico. Este é mais um game com um pano de fundo histórico extremamente importante na história do Brasil. O game segue o estilo de Point & Click, de modo que pode ser apreciado por todos os tipos de jogadores.

Há muitas influências de graphic novels ao longo da jogatina, de modo que os personagens apresentados sempre procuram o jogador para contar informações históricas e que ajudam no desenrolar da trama. Vale dizer também que o título faz a alusão à sociedade secreta fictícia do jogo formada pela maioria de libertos africanos da etnia Nagô.

Sociedade Nagô demorou cinco meses de produção e foi financiado pela Secretaria do Audiovisual do Ministério  da Cultura, por meio do edital App pra cultura 2017. O projeto também conta com parceria da Strike Games e Labrasoft (grupo de pesquisa do IFBA).

Sociedade Nagô – O Início é idealizado pelo game designer Alexandre Santos, é financiado pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, por meio do edital App pra cultura 2017. O projeto foi desenvolvido pela Strike Games em parceria com a Labrasoft (grupo de pesquisa do IFBA). O lançamento oficial ocorreu no último dia 16 de junho no Shopping Bela Vista e contou com a participação do Grupo Afro Malê DeBalê.

Sobre a Revolta dos Malês

Para quem não sabe, em 1835, na noite de 24 para 25 de janeiro um grupo de negros africanos e brasileiros islamizados  se rebelou contra a elite senhorial, com o objetivo de alcançar a liberdade e implantar um califado com seus costumes e tradições em Salvador. Esta luta ficou conhecida como Revolta dos Malês. O levante foi motivado pela intolerância religiosa, política e cultural. A situação inflamou-se dos dois lados e culminou na morte de 70 escravos revoltosos e 7 soldados. Também foram feitos 200 presos, que foram julgados e condenados a penas variadas, como açoites, morte ou envio de volta à África.

Você pode baixar o game gratuitamente na Google Play ou acessar o game através do itch.io para Windows.

Abaixo tem um trailer de Sociedade Nagô – O Início: