Dia Internacional da Mulher – Jovens desenvolvem games e aplicativos para combater o feminicídio e a violência

Neste Dia Internacional da Mulher é sempre importante debater sobre violência doméstica e feminicídio, pois essa pauta deve ser do interesse de todas as pessoas, homens e mulheres. É justamente em comemoração a essa data tão importante que alguns alunos das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) criaram games e ferramentas que visam o combate à violência e o feminicídio.

O primeiro projeto é o game Illis, criado pela dupla Tayla Dantas e Mario Henrique Silva, egressos do curso de tecnologia de Jogos Digitais da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Carapicuíba. O título foi lançado para Android e coloca o jogador em cinco fases que retratam os tipos mais comuns de violência contra a mulher: física, sexual, psicológica, patrimonial e moral. O objetivo é mostrar como se dá a violência contra a mulher cotidianamente para que o usuário entenda que a violência contra a mulher é mais comum do que se imagina, e que ao identificá-la possa ser combatida rapidamente.

A trama envolve a história dos personagens Marie e John, protagonistas do livro Queimem as Bruxas, também redigida pelos estudantes. Basicamente a A dupla sai do livro e percebem que, após séculos de caça às bruxas, as mulheres ainda continuam sendo perseguidas sem nenhum motivo. A partir daí, o casal passa a fazer parte do jogo e precisa avançar pelos cenários salvando as vítimas de ataques dos inimigos, que possuem formato de monstros com o objetivo de fazer um paralelo com a monstruosidade dos autores de feminicídio.

Atualmente há uma segunda versão em produção chamada Illis por Elas, que promete ser mais acessível para o público não gamer hardcore e para quem não possui um celular potente. As personagens do novo jogo são Maria da Penha, Carolina Dieckmann, Joanna Maranhão e Lola Aronovich, mulheres que inspiraram as leis de proteção à mulher.

“Essa referência lúdica é uma forma leve e divertida de aproximar as pessoas de uma temática pesada que é a violência de gênero”, argumenta a professora da Fatec e parceira no novo projeto, Erika Caramello.

A produção deste segundo jogo está sendo feita pelo estúdio Hyper Foccus da dupla Tayla e Mario, em parceria com a empresa Dyxel. Para viabilizá-lo, os empreendedores estão captando patrocinadores que tenham interesse em associar suas marcas a projetos de inovação com temas sociais.

 

Todas por Uma

Outro aplicativo voltado a combater a violência doméstica contra mulheres é Todas por Uma, desenvolvido pelos estudantes Bianca Santos, Carlos Andrade, Juan Freire, Mateus de Lima e Tiago Reis do curso técnico de Desenvolvimento de Sistemas da Escola Técnica Estadual (Etec) Professor Horácio Augusto da Silveira. Basicamente a ferramenta permite o envio por SMS da localização e do pedido de ajuda da vítima.

feminicídio
Divulgação do App Todas por Uma

Entusiasmados com o alcance de mais de 15 mil downloads no Google Play Store, no período de cinco meses, alguns dos desenvolvedores do grupo partiram para a produção de outra ferramenta inteligente de segurança chamada Nice. O nome é uma homenagem à mãe de Mateus que foi vítima de violência doméstica.

O Nice é um dispositivo do tamanho de uma bateria de relógio capaz de rastrear a localização da usuária que acionar o alarme de perigo e pedido de ajuda. O aviso de emergência não depende do uso do celular. Pelo tamanho mínimo de 3 cm por 2 cm, ele é discreto e de fácil manuseio podendo ser colocado na bolsa, na roupa ou em algum acessório que a mulher esteja usando.

Illis – Estudantes da Fatec Carapicuíba criam game contra feminicídio

O Brasil é um dos campeões em feminicídio em todo o mundo, portanto cada iniciativa para combater a violência contra mulheres é bem vinda. Uma das iniciativas veio de dois estudantes do curso superior tecnológico de Jogos Digitais da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Carapicuíba na forma de um jogo eletrônico. Illis coloca personagens de um livro de ficção para atuar na vida real, ou melhor, na vida “virtual”, a fim de combater a violência contra as mulheres. Basicamente trata-se de um game em realidade aumentada para despertar nos jovens a consciência sobre a necessidade de enfrentar o triste desafio social.

Illis vem do latim e significa “por elas”. Idealizado pelos estudantes Tayla Caroline Dantas e Mario Henrique Silva, o título foi apresentado no final de 2019 como trabalho de conclusão de semestre na faculdade. A trama envolve a história de duas personagens, Marie e John, protagonistas do livro Queimem as Bruxas, um livro lançado também pelos alunos. A dupla sai do livro e percebe que após séculos de caça às bruxas, as mulheres ainda continuam sendo perseguidas sem nenhum motivo. A partir daí, o casal passa a fazer parte do jogo e precisa avançar pelos cenários salvando as vítimas de ataques dos inimigos.

Cada página do livro corresponde a uma aventura diferente. A pessoa joga com a câmera do celular apontada para o livro. Ao virar a folha, o cenário muda junto. Tayla conta que a proposta surgiu como uma forma de expressar o descontentamento dos alunos diante da escalada da violência.

“Presenciamos casos de agressões envolvendo mulheres conhecidas. Essas situações nos incomodavam, então resolvemos agir utilizando a ferramenta que trabalhamos no nosso dia a dia: a tecnologia”. De acordo com Tayla, o objetivo do game é chamar as atenções para crimes e abusos contra mulheres. “Utilizamos a linguagem figurada para chamar a atenção das pessoas para que possam intervir e denunciar os crimes”, diz Tayla.

De acordo com os autores, Illis deverá estar disponível para Android ainda neste ano e o livro também poderá ser baixado gratuitamente na internet.