Marco Legal dos Games: Comissão aprova relatório e abre caminho para o crescimento da indústria no Brasil

A Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (27) o relatório do Marco Legal dos Games, projeto de lei que regulamenta a indústria de jogos eletrônicos no país. A proposta, construída pela Senadora Leila Barros (PDT-DF), reconhece a importância do setor para a economia e a cultura do Brasil e abre caminho para o seu crescimento acelerado nos próximos anos.

Uma das principais mudanças do texto aprovado foi a retirada dos Fantasy Games ou jogos de fantasia do escopo regulatório. Estes jogos, que foram abordados pelo projeto que buscou regulamentar o mercado de apostas esportivas online, permitem que usuários montem um time de futebol fictício com jogadores de uma competição real e ganhando pontos com base no desempenho do atleta.

O texto aprovado reconhece os jogos eletrônicos como pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, o que garante ao setor acesso aos incentivos fiscais da Lei Rouanet e da Lei do Bem. As empresas do setor agora podem ter acesso a benefícios como:

        • Abatimento de até 80% dos investimentos em jogos eletrônicos na base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL;
        • Redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre máquinas e equipamentos utilizados no desenvolvimento;
        • Depreciação acelerada de equipamentos e insumos.

O Marco Legal dos Games também prevê a criação do Código Nacional de Atividade Econômica e do Código Brasileiro de Ocupações com profissões regulamentadas para o setor de games, abrindo novas oportunidades para os profissionais da área.

A proposta também inclui um capítulo específico para a proteção de crianças e adolescentes, obrigando as empresas a terem painéis de monitoramento sobre casos de abuso, assédio e outras ilegalidades.

A aprovação do Marco Legal dos Games é um passo fundamental para o desenvolvimento da indústria de games no Brasil. O setor tem um enorme potencial para crescer e se tornar um dos principais players do mercado global.

Para Márcio Filho, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Estado do Rio de Janeiro (RING): “Com o novo texto, temos apontado a elaboração do Código Nacional de Atividade Econômica para a criação de empresas especificamente identificadas como do setor de jogos eletrônicos e a criação do CBO, do Código Brasileiro de Ocupações, com profissões regulamentadas. Isso vai nos colocar no patamar do que fazem outros países no mundo. Além disso, há a possibilidade de incentivos a áreas que já fazíamos parte, mas que não eram reconhecidas, sendo tratado de maneira adequada pelas ferramentas de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação.”

 

De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia: “As empresas poderão abater até 80% dos investimentos em jogos eletrônicos na base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL. Além disso, estarão aptas a usufruir de outros benefícios previstos na legislação, como a redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre máquinas e equipamentos utilizados no desenvolvimento, além da depreciação acelerada de equipamentos e insumos.”

 

Próximos passos do Marco Legal dos Games:

      • Aprovação no plenário do Senado Federal: A proposta agora precisa ser aprovada pelo plenário do Senado Federal.
      • Aprovação na Câmara dos Deputados: Após a aprovação no Senado, o projeto segue para a Câmara dos Deputados.

 

A aprovação do Marco Legal dos Games é um passo importante para o desenvolvimento da indústria de games no Brasil. O setor tem um enorme potencial para crescer e se tornar um dos principais players do mercado global. Para conferir mais detalhes do Marco Legal dos Games, clique aqui.

ABRAGAMES realiza pesquisa sobre a capacidade de produção da indústria brasileira de games em 2023

Marcos Cardoso, professor da Anhembi Morumbi, foi o escolhido na concorrência promovida pela parceria entre a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (ABRAGAMES) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), para realizar uma pesquisa sobre a Capacidade de Produção da Indústria Brasileira de Games em 2023. O objetivo do estudo é mapear as empresas desenvolvedoras, de apoio e os profissionais autônomos do Ecossistema de Games no Brasil.

A iniciativa visa convidar coordenadores, professores, alunos e ex-alunos que também são donos de empresas, que desenvolvem ou prestam serviços na área (localização, QA, gamificação, entre outros), ou ainda que são autônomos, a divulgar a pesquisa. Cursos de games e qualquer outra atividade de apoio à área de jogos também se encaixam no escopo do estudo.

Como incentivo para a participação, quatro credenciais VIP para o BIG serão sorteadas entre os participantes que responderem até o dia 01/05. É importante destacar que a pesquisa visa dimensionar a capacidade de produção da indústria brasileira de games e contribuir para a melhoria da competitividade do setor.

A pesquisa terá como foco entender quem são, onde estão, quantos são e o que sabem fazer de melhor as empresas de games no Brasil. O questionário, que leva em torno de 10 minutos para ser respondido, será direcionado às desenvolvedoras formalizadas e também incluirá questões referentes ao Levantamento de Exportação 2022 e à Pesquisa Segmentação por Maturidade Exportadora na Indústria de Games 2023.

As empresas que responderem o questionário completo poderão ser incluídas no diretório de estúdios brasileiros de games que será divulgado posteriormente. A pesquisa será executada pela equipe multidisciplinar da empresa GA Consulting, que fará entrevistas mais aprofundadas em alguns casos. Os únicos profissionais autorizados a contatar as empresas em prol da pesquisa são Marcos Vinicius Cardoso, Henrique Silva e Jonathan Harris, todos da GA Consulting. O único e-mail habilitado para contatá-los para entrevistas online ou dúvidas é pesquisa@abragames.org.

Os resultados da pesquisa serão apresentados na edição de 2023 e serão compartilhados com parceiros da ABRAGAMES. Por questões contratuais, os dados anonimizados coletados serão compartilhados com a APEX. Os dados coletados incluem informações sobre o negócio, dados de produção, distribuição, fontes de receita, financiamento e faturamento, recursos tecnológicos empregados, internacionalização do negócio, recursos humanos e desafios e tendências. O prazo para resposta é dia 20 de maio de 2023.

Para ter acesso à pesquisa, clique aqui.

Opinião: para Paradox, revendas e lojas físicas atrapalham indústria de games

Mais lenha foi colocada na fogueira da batalha retail x distribuição digital: em uma entrevista com o site PC Gamer, Fredrik Wester, CEO da Paradox Interactive, afirmou que seu estúdio não precisa mais da venda em lojas físicas.

“Temos perto de 90% de nosso faturamento vindo do digital. As vendas em lojas são como bônus para a gente agora”, disparou acrescentando que as lojas não são a melhor opção e não são boas para a parte criativa da indústria, por esconder títulos bacanas.

Segundo Wester, o problema das revendas é que elas são responsáveis pela enxurrada de sequências de games, que aconteceriam em grande parte pela demanda em número de vendas.

Você concorda com Fredrik Wester?

:: Leia a entrevista no site da PC Gamer na íntegra (em inglês)

[Via GamesIndustry]