Crítica: Bem-Vindo à Vida Real

Bem –Vindo à Vida Real é um dos mais recentes lançamentos da Editora Intrínseca e conta a história de Jaxon, um rapaz obeso, com pouca habilidade de interação social e extremamente viciado em videogames. Ele mora com seu pai e sua madrasta, que não vêem com bons olhos os hábitos gamers do filho. O problema é que Jaxon não se considera um viciado, apesar de passar todas as suas horas de férias em frente ao computador.

Certo dia, Jaxon é forçado por seus pais a ir até o centro da cidade lavar o carro. A ideia era justamente tirar o garoto de dentro do quarto por alguns momentos. Apesar de pouco provável, Jaxon conhece uma linda garota chamada Serena no lava-rápido e a interação entre eles parece simbiótica, como se tivessem nascidos um para o outro. Entretanto a garota não tem celular, nem redes sociais. Eles marcam um encontro para a quarta-feira (daqui a quatro dias), de modo que o garoto está extasiado, apesar de só ter o endereço do encontro.

O que ele não sabia era que seus pais tinham outros planos para a semana: ao chegar em casa ele é empurrado para dentro de um carro rumo a uma clínica de reabilitação para jovens viciados em jogos eletrônicos. Assim, Jaxon vai para a Vídeo Horizontes, cuja dinâmica é manter os jovens longe dos videogames praticando atividades domésticas e pequenos desafios esportivos.

Corrida por 1 milhão de pontos

Assim que chega à Video Horizontes, Jaxon tenta descobrir o que deve fazer para o libertarem a tempo de seu encontro com Serena. De acordo com o diretor da instituição, para sair ele só precisa completar 1 milhão de pontos conquistados em diversas atividades esportivas e domésticas. Mas esses pontos só podem ser conquistados através de uma guilda. Deste modo, Jaxon se torna Miles Prower, um integrante da Fury Beards, um grupo de deslocados que acabaram na clínica pelos mais diversos motivos, não apenas o vício em videogames. O grupo é formado por Fezzik, o líder amigável; Meeki, uma asiática bem babaca; Aurora, uma menina distante de cabelos brancos; Sopa, um garoto carente de atenção e que vê Miles como uma espécie de irmão mais velho; e Zxzord, que foi internado pelo seu vício em heroína.

Apesar de bastante confiante em suas habilidades, Miles não sabe trabalhar em equipe e sua convivência com seus colegas de guilda não é lá divertida (muito por causa do próprio comportamento de Miles). E é aí que está a grande sacada de Bem-Vindo à Vida Real: ele é um livro para jovens adultos que se comunica através de linguagem e referências gamers, mas que carrega um peso em cada personagem e no desenvolvimento deles. Mesmo os personagens mais odiosos acabam cativando o leitor em algum momento (Meeki, estou falando de você).

Um personagem gamer

Para quem curte videogames mesmo, é difícil não se identificar com Miles Prower, o cara é praticamente o esterótipo de todo jogador, ou seja, poucas habilidades de interação social, linguagem despojada e conhecimentos enormes sobre a cultura gamer. Não por acaso, a obra é recheada de referências a videogames como Zelda, World of Warcraft e League of Legends. O método gamificado da clínica, aliás, concede um sem número de citações a jogos de sucesso. É como se Miles e os demias estivessem vivendo dentro de um grande videogame.

Talvez o fato mais interessante de Bem-Vindo à Vida Real é que Miles, apesar de vestir o capuz de herói solitário em busca de sua princesa, a verdade é que ele é tão humano quanto qualquer outro interno da Vídeo Horizontes, talvez até pior. Acontece que por ser um aficionado por games, Miles conhece macetes e padrões em jogos e pessoas. Deste modo, ele não se importa em mentir, trapacear ou abusar de seus colegas se ao final ele conseguir os pontos necessários para sair da clínica a tempo de seu encontro. Imaginem alguém capaz de tudo.

Sim, Miles não é nenhum herói. Na verdade ele chega a ser bem desgraçado em alguns momentos. Por outro lado, o jovem tem sua oportunidade de falar porque faz o que faz e como a vida também não tem sido lá muito justa com ele. Não espere ver aqui um protagonista heroico, mas sim humano, bastante humano aliás. Há até momentos em que me senti identificado com as ideias de Miles.

Veredicto de Bem-Vindo à Vida Real

Já que é escrito em 1º pessoa, temos a oportunidade de entender as motivações de Miles, que segue um padrão típico de protagonistas: isolado, perdido e percorrendo a jornada do herói. Pelo menos a ideia é que o jovem evolua de alguma maneira antes de sair da clínica, mas não é bem assim que as coisas se desenrolam. Miles, assim como todo gamer, tem personalidade forte e ainda que ao final ele reconheça alguns de seus erros, fica claro que ele não mudou tanto.

Nintendo

Os personagens secundários são o ponto alto que seguram a trama, a cada novo diálogo, descobrimos coisas fascinantes sobre a psique humana e as motivações de cada um. Uma pena que ao final eles são praticamente largados e não se tem notícia deles.

Bem-Vindo à Vida Real é uma ótima leitura. A história é curta e a linguagem é de fácil compreensão. Realmente foi um livro que me pegou e merece uma continuação. Mais detalhes no site da Intrínseca.

Sobre o autor

Christian McKay Heidicker trabalhou muitos anos na área educacional, lecionou escrita criativa na Broadview University e atualmente escreve artigos científicos para o público jovem no site BirdBrain Science. Ele mora em Utah, nos Estados Unidos.

Livro Lean Game Development explora táticas para um desenvolvimento de jogos sem desperdício de tempo e recursos

Ei, você que estuda desenvolvimento de jogos e está atrás de boas dicas para melhorar suas técnicas e evitar problemas recorrentes: na próxima terça-feira, 13, será lançado na sede da ThoughtWorks em São Paulo o livro Lean Game Development – ou Desenvolvimento Enxuto de Jogos. Basicamente, o livro apresenta um modelo de produção de jogos elaborado para atender todas as demandas da indústria, auxiliando o desenvolvedor a eliminar desperdícios, reduzir bugs e empoderar o trabalho de suas equipes.

O livro Lean Game Development foi criado pela Julia Naomi Boeira, e ele apresenta a visão de que o jogo digital é também um software, e que o desenvolvimento de software pode ser encarado como um jogo cooperativo de invenção e comunicação no qual todas as peças são importantes. Deste modo, a autora aborda diversos aspectos do desenvolvimento lean aplicados a jogos, como Inceptions e MVPs, desenvolvimento guiado a testes, integração contínua, geração de hipóteses, medições e análises.

Para manter a publicação atualizada, Julia planeja constantes alterações em seu conteúdo, visando oferecer uma alternativa metodológica para auxiliar a indústria de jogos a eliminar desperdícios, reduzir bugs e empoderar o trabalho de suas equipes — obtendo resultados com mais qualidade e no menor tempo possível.

O lançamento de Lean Game Development acontece na terça-feira, 13, a partir das 19h, com a participação de Paulo Caroli, consultor principal na ThoughtWorks Brasil e cofundador da Agile Brasil, e Ceci Fernandes, agilista na ThoughtWorks Brasil e board member da Agile Alliance Brazil, e debate com a autora Julia Naomi Boeira. Os interessados em comparecer ao evento devem realizar sua inscrição, que é gratuita, por meio deste link.

Sobre a autora de Lean Game Development

Para quem não conhece, Julia Naomi Boeira é desenvolvedora de software na ThoughtWorks Brasil e possui grande experiência no desenvolvimento de jogos, tendo idealizado o Lean Game Development. Atualmente, trabalha na divulgação da Engine Unity dentro da ThoughtWorks, principalmente em Realidade Aumentada.

Serviço – Lançamento de Lean Game Development

Quando: Terça-feira, 13 de junho de 2017, às 19h30

Onde: ThoughtWorks São Paulo – Avenida Paulista, 2300

Edifício São Luis Gonzaga – Conjunto 41

Como: É preciso realizar inscrição por do site.

Warpzone lança livro com a história definitiva do Mega Drive

O Mega Drive é até hoje considerado um dos melhores consoles de videogame já produzido pela SEGA. Não por acaso a plataforma ainda conta com milhares de fãs espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Pensando nisso, a Warpzone uniu-se com a Tectoy para lançar o livro definitivo que vai contar toda a trajetória do console de 16 bits.

megawz_capaO livro cataloga todos os jogos lançados para o Mega Drive, Sega CD e 32X, ou seja, mais de 1200 jogos. Cada um deles com análises em texto, contendo uma breve descrição e telas de todos os jogos. O livro traz também a história do console incluindo um capítulo inteiro sobre a Tectoy e sua mítica parceria com a SEGA.

O livro Mega Drive Definitivo possui 358 páginas e serve como uma homenagem ao maior console que a SEGA já lançou e a seus fãs. Quem comprar a obra até o dia 31/05 poderá gravar seu nome e uma frase no livro. O livro é vendido em dois formatos (com e sem caixa) pelos preços de R$ 274 e R$ 174, respectivamente. A pré-venda está disponível no site da Warpzone.

Abaixo tem um vídeo unboxing do Livro Definitivo do Mega Drive:

https://www.youtube.com/watch?v=91uxLgP6A4c&feature=youtu.be&utm_source=warpzone_base_completa&utm_medium=mail&utm_campaign=youtube