Nosso destaque do dia não é propriamente um jogo, mas sim um livro que analisa as encruzilhadas das mídias com a tecnologia. Intitulado “Redes, séries e nós”, o título é um apanhado de sete textos organizados por Marcelo Prioste, que desvelam o uso e os significados das tecnologias sob diferentes prismas, seja a luta anti-homofobia; o consumo; análise dos dados abertos; governamentais durante a pandemia; influenciadores digitais; e é claro, videogames.
Dois artigos, aliás, possuem os videogames como objetos de estudo. O primeiro é o “As interações entre marketing, games e as redes”, escrito pela Missila Cardozo, cujo título é autoexplicativo. O segundo texto é assinado por Marcelo Prioste. “Colette: games e dispositivos no front da resistência”, analisa o curta-metragem Colette (EUA, 2020) como mais um desdobramento na profícua relação entre cinema e games, observando a situação em que games se convertem em dispositivos para difusão de produtos audiovisuais, como no caso deste curta-metragem, um necessário e atual manifesto antifascista na forma de documentário.
O livro “Redes, séries e nós”, surgiu no transcurso de uma pandemia, da ascensão do pensamento político de extrema direita e de uma beligerância que afeta cada vez mais das relações sociais às relações internacionais. Na ousadia de se mapear um pouco o atual “universo em desencanto”, ambiente em rede por onde trafegam entes digitais desenhados por algoritmos embutidos nas mais improváveis formas de comunicação e interação.
“Redes, séries e nós” possui 249 páginas e é lançado pela Editora Fi gratuitamente. Você, inclusive, pode acessá-lo aqui.