Projeto BeOk ajuda a prevenir o uso de drogas com recompensas

A ciência e a medicina já se ligaram que os videogames são plataformas extremamente eficazes em diversas formas de tratamento. Ainda assim, já imaginou um game que pudesse ajudar na luta contra as drogas? Pois foi exatamente essa a ideia de um professor da USP e duas psicólogas do Hospital das Clínicas de SP. O projeto chamado BeOK utiliza um GPS para alertar o usuário sobre áreas de risco, em que o acesso a substâncias psicotrópicas são facilitadas.

Basicamente o aplicativo oferece alternativas para os usuários que estiverem passando perto daquele bar ou “biqueira”, tais como um teatro, ou apresentação musical. Mas até então parece apenas um aplicativo, certo? Na verdade o caráter gamer se dá pelas recompensas emocionais que o usuário recebe ao resistir à recaída. Receber um ingresso para uma peça bacana é um claro exemplo de recompensa, mas há muitas ideias ainda em desenvolvimento.

No entanto, menos de 17% das pessoas que possuem problemas com drogas no Brasil recebem tratamento. Isso porque muitos consideram esse tema um tabu, e nem chegam a buscar ajuda. Além disso, a maioria desiste do tratamento pela dificuldade de acesso ao serviço e por imensas filas de espera. Sem contar que nem todas as cidades possuem tratamento especializado.

De acordo com os criadores, BeOk terá um botão de pânico para acessar pessoas cadastradas – caso de parentes ou amigos – em situações de emergência, como recaídas ou crises de abstinência. Vale destacar que o aplicativo vai contar com uma série de vídeos de treinamento para relaxamento e dicas de psicólogos e profissionais de saúde engajados em combater o vício em drogas.

Como se não bastasse, o BeOk um diário de consumo da droga e do estado emocional do usuário, para medir a redução do uso e da severidade da dependência. O projeto já possui uma versão demo, mas o lançamento definitivo depende de uma campanha de crowdfunding no Kickstarter.

A médio e longo prazos, o intuito do BeOk é constituir uma startup e alcançar cerca de 10 mil dos mais de 2 milhões de brasileiros em tratamento por dependência de drogas. Em paralelo, funcionaria também um meio de combate à formação de cracolândias. Para saber mais sobre o projeto e para fazer a sua contribuição, basta acessar a página do projeto no Kickante ou no Facebook.

Abaixo tem o vídeo do BeOk:

https://www.youtube.com/watch?v=1S4jO8WOYhw&feature=youtu.be

Monster Fix: Game ajuda a combater a Doença de Chagas

A doença de Chagas não é muito divulgada, mas é ela a responsável pela morte de muitas pessoas pelo mundo. No Brasil, para ter ideia, existem cerca de um milhão e cem mil pessoas infectadas pelo parasita Trypanosoma-cruzi, que é levado ao organismo pelo barbeiro. A fim de colocar essa doença em evidência, a Boston Scientific apresenta o jogo Monster Fix.

O game é bastante lúdico e foi criado pela companhia como forma de apoio ao trabalho da ONG Médicos del Mundo, que está em uma luta contra a proliferação da Coença de Chagas. Monster Fix tem 12 fases, onde o jogador deve ajudar monstros simpáticos a se curarem da infecção. Ao fazer isso o jogador acaba aprendendo como se prevenir da doença e como afastar o barbeiro, transmissor da doença.

Cada nível é dividido em duas fases (uma de cura e outra de prevenção) e em cada um deles é apresentado um personagem que sofre de um tipo de patologia específica. O jogador deve primeiro salvar o personagem e depois ajuda-lo a prevenir o mal que o afetava. Ao final de cada fase o jogador visualiza um informativo sobre a doença que afetava o personagem (doença de chagas, hipertensão arterial, asma, câncer de colón, etc.).

Conforme avança de fase, os jogadores ganham pontos que, posteriormente, serão transformados em dinheiro e em materiais médicos pela Boston Scientific para a Médicos del Mundo para que a entidade realize novas campanhas contra a Doença de Chagas no Brasil.

Em outras palavras, Monster Fix é um título bastante humanitário, tanto que ele esteve nas primeiras posições entre os jogos mais baixados da Argentina durante algum tempo. Na Fan Page da Boston Scientific serão publicados os recordes, melhores classificados e valores doados, tanto parciais quanto totais.

Monster Fix está disponível gratuitamente para usuários de iOS, Android. De acordo com os responsáveis, o game serve não apenas para financiar novos medicamentos e equipamentos médicos , mas também para difundir informações sobre as novas soluções médicas que existem para diferentes patologias.

Dig Rush: primeiro jogo terapêutico baseado em método patenteado para tratar ambliopia

A Ubisoft e a Amblyotech decidiram investir em um gênero pouco explorado para desenvolver um novo projeto. Trata-se do gênero de jogos terapêuticos, agora representado pelo game Dig Rush, que tem como objetivo o tratamento da ambliopia, conhecida como “olho preguiçoso” ou “olho vago”.  Dig Rush é baseado em técnicas criadas pelos doutores Robert Hess, Benjamin Thompson, Behzad Mansouri, Jeremy Cooperstock, Long To e Jeff Blum da McGill University.

O game em si é bastante simples: você controla dois mineradores e uma plataforma, de modo que você deve elevar um dos mineradores enquanto faz o outro seguir da esquerda para a direita. O minerador que está na plataforma, uma vez que chega ao topo, deve ir da direita para a esquerda. Deste modo o jogador deve concentrar-se nos dois pontos do ambiente. Este é um apenas um dos cenários do game, e há outros desafios que vão treinar a visão do jogador.

O game é para tablets e para fazer efeito é necessário o uso de um óculos 3D, aqueles em que um lado é vermelho e outro azul. O melhor mesmo é que ao invés de tratar apenas o olho fraco, Dig Rush estimula os dois olhos, binocularmente, para treinar o cérebro a melhorar a capacidade visual do paciente por meio de diferentes níveis de contraste entre azul e vermelho que podem ser vistos através de óculos estereoscópicos. Com esse método, os médicos podem ajustar as configurações do jogo de acordo com o grau de fraqueza do olho do paciente, permitindo que os dois olhos acompanhem os desdobramentos da partida.

“Enquanto as opções atuais de tratamento, como o uso de tampão, proporcionam alívio limitado e tem baixa adesão de pacientes devido ao desconforto e estigmas sociais, a terapia eletrônica da Amblyotech tem sido testada clinicamente para melhorar significantemente a capacidade visual tanto de crianças quanto adultos que sofrem dessa condição e não utilizam outros tipos de medicação. A partir da parceria com a Ubisoft, temos ainda mais condições de dar aos médicos um panorama completo e certeiro da adesão de novos pacientes e monitorá-los ao longo do tratamento”, disse Joseph Koziak, CEO da Amblyotech.

Atualmente, o tratamento mais comum da ambliopia é o uso do tampão, mas este método é pouco aderido pelos pacientes devido ao desconforto e aos estigmas sociais e brincadeiras de mau gosto. A ambliopia atinge até 3% das crianças de todo o mundo e se não for tratada corretamente pode causar cegueira na idade adulta.

Dig Rush é uma realidade, mas ainda depende da anuência da FDA, órgão regulador americano, para que possa ser colocado no mercado como forma de terapia. Assim que reunir todas as aprovações regulatórias, o tratamento ficará disponível em todo o mundo. A esperança é que o game ajude pessoas com ambliopia a recuperar a saúde visual em pouco tempo e de maneira eficaz.

Abaixo tem um vídeo do game Dig Rush: