Estudo da Newzoo mostrou que em 2022, o mercado global de games irá gerar 196.8 bilhões de dólares

Muito mais do que apenas a comercialização de jogos eletrônicos, o mercado de videogames é toda uma indústria que movimento bilhões de dólares anualmente. Isto porque com a chegada de novos consoles, jogos mais complexos e modalidades online, o gaming tornou-se não apenas uma forma de entretenimento e diversão, mas também uma atividade que possui grande impacto na cultura popular e, além disso, é uma indústria multimilionária que incentiva a competição através de grandes torneios internacionais.

No mais, o fenômeno do streaming explodiu. Muitas pessoas se especializaram em fazer gameplays, unboxings de consoles e até mesmo casters (narração) de competições. Segundo as palavras de Bruno Belardo, líder da Jellysmack para a América Latina, startup global que potencializa criadores de conteúdo de vídeo:

“Hoje, já não podemos dizer que o esporte é praticado apenas na quadra ou na arena. O mercado dos e-sports, como é mais conhecido, está em rápido crescimento, principalmente nos últimos dois anos, nos quais o lockdown fez com que as pessoas realizassem mais coisas dentro de casa e interagissem remotamente. Graças a isso, uma grande comunidade de criadores de conteúdo especializado em videogames tornou-se altamente relevante no mundo digital e até mesmo físico.”

De onde vem a fortuna dos esportes eletrônicos? Como todo setor consolidado, a origem das receitas nas competições de videogames encontra-se principalmente em patrocínios e publicidade, embora não sejam a única fonte. A monetização por visualizações de avaliações, análises ou speedruns em matéria digital, bem como direitos de transmissão, venda de ingressos ou merchandising em eventos de e-sports, desempenham um papel cada vez mais importante nesse mercado. A pandemia beneficiou a indústria brasileira. De acordo com a Pesquisa Game Brasil 2022, 64,1% dos jovens afirmaram terem consumido mais conteúdos sobre jogos durante o período do isolamento social. Hoje, 76,5% consideram os jogos eletrônicos a principal forma de entretenimento.

 

Passando ao próximo nível

Ao buscar referências desse negócio a nível mundial, é inevitável pensar em países como Japão, Coreia do Sul ou Estados Unidos, contudo, o crescimento global dos e-sports tem sido uniforme. Há alguns anos, e apesar de estar em uma fase de impulso e desenvolvimento no mercado brasileiro, vale a pena levar em consideração o universo dos videogames competitivos. Estudo da Newzoo mostrou que em 2022, o mercado global de games irá gerar 196.8 bilhões de dólares, crescendo 2,1% ao ano. Só a América Latina será responsável pelo crescimento de 8.7 bilhões de dólares, crescendo 6.9% ano a ano.

Sem dúvida, os criadores digitais e a publicidade são dois elementos que indiscutivelmente andam de mãos dadas. Muitas marcas encontraram uma enorme porta de entrada para dar visibilidade aos seus produtos e serviços; em contrapartida, os criadores enxergam uma maneira de obter receita, patrocínio e inclusive uma maneira de estabelecer sua imagem com o público.

 

Alguns dados interessantes…

 

        • 89% dos entrevistados afirmam que as marcas que mais se identificam como patrocinadoras nas plataformas de streaming são aquelas relacionadas a gaming.
        • 68% dos participantes do estudo preferem seguir esportes tradicionais através da Twitch em vez de mídias tradicionais, como televisão e rádio.
        • Mais da metade dos entrevistados (53%) seguem conteúdos de competições na Twitch.
        • League of Legends vem dominando o mundo dos MOBAS (Multiplayer Online Battle Arena Video Games) com sucesso há anos, e de fato, para 32,1% dos jogadores entrevistados, é o seu favorito. LoL é seguido por Valorant e Fortnite com 26,1% e 20%, respectivamente. Os 21,8% restantes seguem outros jogos competitivos.

Dados e curiosidades sobre o mercado de games no Brasil

O Brasil tem o maior mercado de games da América Latina e o 12º do mundo, com a estimativa de que cerca de R$ 12 bilhões sejam movimentados pelo setor apenas em 2021. Caso os números sejam de fato atingidos, isso representaria um crescimento de 5,1% nas receitas em comparação ao ano anterior.

Os números, levantados em pesquisa realizada pela empresa Newzoo, demonstram a importância da proporção desse mercado brasileiro em relação ao contexto global, onde também se identifica um crescimento constante no setor.

Por isso, selecionamos algumas curiosidades sobre o mercado brasileiro para você fã de games entender um pouco mais do contexto no qual acontece a sua – e a nossa – diversão!

Em qual dispositivo se joga mais no Brasil?

Entre os gamers brasileiros, predomina o uso dos chamados dispositivos mobile – ou seja, celulares do tipo smartphone ou tablets. Eles representam 47% do mercado no Brasil.

Já os jogos lançados para consoles como PlayStation e XBox representam 29% do mercado no país, enquanto PC’s ficam com 24%.

Essa tendência de predominância do uso de celulares e tablets para jogar também é identificada internacionalmente, fruto dos avanços tecnológicos desse setor e também das melhores condições de conexão com a Internet.

Segundo a GSM Intelligence, são mais de cinco bilhões dispositivos móveis existentes hoje no mundo.

Quantas pessoas participam dessa cultura?

Além das cifras bilionárias, obviamente o mercado de games no Brasil envolve muitos jogadores, que são os consumidores e o motivo de existência dessas plataformas e produtos. Segundo a pesquisa Game Brasil 2021, 72% dos brasileiros com acesso a internet joga algum tipo de jogo, independentemente de qual plataforma seja utilizada.

Segundo dados publicados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, órgão do governo responsável pelo setor, em 2020 o Brasil atingiu o número de 152 milhões de pessoas com acesso à Internet – com 81% da população com mais de anos tendo conexão à disposição em sua casa.

Com isso, há um crescimento significativo não só do uso de games como também de diversas ferramentas e aplicativos, como o online banking.

Qual perfil dos jogadores brasileiros?

Ainda de acordo com a pesquisa Game Brasil 2021, a faixa etária que tem mais jogadores no Brasil é a que vai de 20 a 24 anos, com 22,5%. Na sequência estão os gamers com idade entre 25 e 29 anos, que são 18,6%, e os de 30 a 34 anos, que são 16,7%.

Em relação ao gênero, a predominância é feminina, diferentemente do que muita gente pode pensar. As mulheres são 51,5% do público gamer no Brasil, contra 48,5% de jogadores homens.

Impactos da pandemia de Covid-19

Uma das explicações para os bons resultados recentes do mercado de games é que este é um setor que não foi tão prejudicado pela pandemia de Covid-19 como outros, que dependem mais de atividades presenciais para seu desenvolvimento, como o setor de eventos e de cultura.

Segundo a pesquisa anteriormente citada, o consumo de games não só não diminuiu na pandemia como aumentou: 46% dos entrevistados diz ter jogado mais durante o período de isolamento social e limitação das atividades e circulação.

Streamers brasileiros de games estão entre os principais do mundo

Outro indício da força da cultura gamer no Brasil é o sucesso de comunicadores que realizam transmissões em stream – os chamados streamers – jogando ou comentando games.

Nome importante nessa cena e um dos primeiros a se popularizar jogando virtualmente Counter Striker, o streamer Gaules foi o segundo mais assistido em todo o planeta no ano de 2020.

Tendo já ultrapassado a marca de 24 mil horas de transmissão ao vivo – ou seja, mais de mil dias de streaming! – Gaules já obteve 254 milhões de visualizações e é apenas um dos muitos nomes brasileiros com números muito relevantes nesse contexto.

Diversão familiar

Quando os games começaram a se popularizar e a se difundir mundial e também nacionalmente, parte da mídia repercutia certa preocupação com o uso excessivo de jogos por parte de crianças e adolescentes, que poderiam se tornar “viciados” nos jogos eletrônicos.

Havia, assim, uma certa discriminação em torno dessa prática por parte de alguns pais, mães e educadores. O cenário atualmente é outro.

Segundo pesquisa realizada pelo Sioux Group, 71% dos pais têm o costume de jogar com seus filhos. O mesmo levantamento também aponta que 60,2% pais gostam que seus filhos tenham a prática de jogar.

Geração de empregos

Se para a maioria das pessoas games são sinônimo de diversão, eles também são, para muita gente, uma fonte de sobrevivência e oportunidades de trabalho.

Segundo o Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais, em 2018 o Brasil tinha 375 empresas desenvolvedoras de jogos, que geram milhares de empregos diretos e indiretos e ajudam muita gente a realizar seus sonhos.

Se você também está se perguntando sobre a conexão entre dinheiro e sonhos, verifique este link.

Documentário: o mercado paralelo de games no Brasil