ANÁLISE – Starfield é um bom RPG, nada mais, nada menos

Não é muito difícil definir o que é realmente Starfield. Para muitos com expectativas bastante altas, talvez tenha havido uma neblina que fez com que enxergassem o jogo como uma grande aventura de exploração no espaço, nos moldes de jogos que fazem isso muito bem, como Outer Wilds e No Man’s Sky (este último, após muitas atualizações). Mas a verdadeira definição de Starfield é que se trata de um RPG ambientado no espaço que utiliza elementos de exploração a seu favor. Isso não é, no entanto, o foco principal do jogo, e essa parte é tratada de forma decente, mas não primorosa.

Minha experiência com Starfield:

Em Starfield, você assume o papel de um “zé ninguém” que estava trabalhando quando ocorreu um incidente. A partir desse ponto, você define suas características, seu passado e alguns aspectos de seus atributos. Em seguida, você é lançado em um vasto universo e pode (na verdade, deve) seguir a campanha principal, que envolve a busca por misteriosos artefatos e a descoberta do que está por trás de tudo isso.

Para mim, a campanha levou cerca de 30 horas, mas confesso que realizei algumas tarefas extras, então esse tempo pode ser reduzido. A duração é boa o suficiente para que você se sinta envolvido pelo jogo e decida se deseja ou não explorar mais além da trama principal.

Essa campanha presente em Starfield é facilmente uma das melhores da Bethesda. Não que isso seja difícil; conheço poucas pessoas que afirmam amar a história principal dos maiores clássicos da produtora, como Skyrim, e o mesmo se aplica a Fallout e outros. Mas aqui deu certo, a história é divertida, tem seus momentos de excelência e, sem dar muitos detalhes, é bastante intrigante e fundamental para que você compreenda o jogo.

A história flui muito bem e você não se sente sobrecarregado, embora haja uma certa repetição, como coletar artefatos e poderes que você desbloqueia. Tudo é bastante orgânico e repleto de personagens interessantes e úteis ao jogador. Mesmo que eu não tenha explorado profundamente o sistema de tripulação do jogo, ficou claro para mim que os personagens secundários são relevantes e um grande acerto no jogo.

Após concluir a campanha, o jogador se depara com a possibilidade de “new game plus”, o que com certeza torna as coisas ainda mais intrigantes. Não vou contar o que acontece, mas você pode refazer eventos e ter outras possibilidades narrativas, agora sabendo exatamente como jogar, e com certeza vai querer ir além do que já havia feito.

As atividades presentes no jogo incluem missões secundárias, trabalhos para facções, exploração de planetas em busca de recursos, entre outras. Todas elas oferecem recompensas justas ao jogador; algumas são trabalhos árduos, como a coleta de minérios e plantas, enquanto outras são mais rápidas. No entanto, todas estão disponíveis e oferecem uma variedade de experiências. Você pode trabalhar para a polícia espacial e realizar várias missões lucrativas ou entrar no mundo do crime, até mesmo se infiltrar em uma facção criminosa. O jogo não economiza em missões paralelas divertidas.

É um RPG, portanto, há um sistema de evolução:

Em Starfield, tudo o que você faz gera experiência e faz seu personagem subir de nível. Confesso que terminei a campanha no nível 30 e ainda não havia desbloqueado todas as habilidades. Portanto, provavelmente é no final do jogo que você aproveitará ao máximo o potencial do seu personagem.

Existem seis categorias de árvores de habilidade, abrangendo aspectos que vão desde habilidades técnicas até sociais. Cada uma delas é fundamental em diferentes situações. Você não precisa comprar todas as habilidades de uma vez; pode adquirir aquelas que considerar úteis e evoluí-las ao longo do jogo. No entanto, algumas habilidades são essenciais, como persuasão, hacking, mira da nave e capacidade de carga. Esta última é especialmente importante, pois acumular muitos itens pode sobrecarregar rapidamente o personagem, e o peso excessivo é punido em Starfield.

Ao longo do jogo, você compra e melhora suas habilidades, realizando desafios associados, como matar inimigos com uma pistola para desbloquear níveis mais altos de habilidade com essa arma. Para ganhar pontos de melhoria, você sobe de nível, com cada nível concedendo um ponto adicional, além de aumentar ligeiramente seus pontos de vida.

Em resumo, achei o sistema de níveis simples e eficaz.

Sistema de armas e trajes:

As armas em Starfield são um dos pontos fortes do jogo. Seu belo design é admirável, e as animações e a sensação de usá-las são únicas. Combater inimigos neste jogo é muito mais satisfatório do que em outros jogos da produtora, e você se sente incentivado a experimentar os diversos tipos de armas disponíveis.

Além do combate, o jogo permite que você modifique as armas e adicione acessórios que melhoram seu desempenho ou alteram seu comportamento. Esse sistema é detalhado e exige que você encontre bancadas específicas e colete os recursos necessários para fazer as modificações. A coleta de recursos nos planetas do jogo é, portanto, de grande importância.

Os trajes presentes no jogo variam em termos de atributos e podem proteger o jogador contra elementos nocivos, como toxicidade e radiação, além de fornecer defesa contra ataques físicos e energéticos. Também é possível modificar e melhorar os trajes de forma semelhante ao sistema de armas.

Stealth e persuasão: precisam de melhorias.

Em Starfield, o jogador pode adotar abordagens diferenciadas em combates, optando por ser furtivo ou agressivo. Além disso, existem momentos em que é possível resolver conflitos através de persuasão ou intimidação. No entanto, a mecânica de persuasão e outras habilidades sociais funcionam de maneira instável. Por exemplo, ao escolher linhas de diálogo, você pode não ter certeza se terá sucesso ou não. Em alguns casos, é possível acalmar um personagem extremamente nervoso com frases simples, o que pode parecer abrupto.

Falta um pouco de profundidade nesse aspecto, como a necessidade de conhecer melhor os personagens para desbloquear diálogos secretos que proporcionem mais influência sobre eles.

O stealth também é inconsistente, muitas vezes não oferecendo penalizações significativas ou alterações na narrativa, o que torna a abordagem mais agressiva a melhor opção na maioria das vezes.

Navegação no espaço:

“Starfield não é um GTA no espaço, você não pode viajar de planeta em planeta sem passar por menus e telas de carregamento.”

Essa afirmação é a realidade do jogo. Todo o sistema de visitar planetas funciona por meio de menus e telas de carregamento. Antes de pousar em um planeta, você pode encontrar alguém para conversar ou entrar em batalhas espaciais, mas todo o resto envolve essas telas de carregamento.

No entanto, o combate entre naves é divertido. Pode demorar um pouco para você aprender, mas com o tempo você pega o jeito. Seu objetivo é destruir a nave inimiga, mas também é possível danificar seu motor e deixá-la parada no espaço, o que permite que você a aborde e roube itens, incluindo a própria nave.

Cada nave possui duas barras de vitalidade, escudo e fuselagem, que requerem armas específicas para serem danificadas. Isso se relaciona com o sistema de melhoria e modificação de armas.

Sistema de naves: complexo e desnecessário

O sistema de personalização de naves em Starfield é complexo e opcional. Você pode “projetar” sua própria nave, mas não há uma motivação clara para fazer isso, já que a atividade não é muito convidativa e pode afetar negativamente o desempenho da nave. É possível salvar o progresso e carregar o jogo para tentar novamente, mas a complexidade desse sistema pode desencorajar muitos jogadores.

No entanto, alguns entusiastas conseguiram criar naves impressionantes, como a Falcon de Star Wars e a Normandy de Mass Effect, o que mostra as possibilidades desse sistema.

Sistema de naves parte 2: a parte fácil

O jogo oferece um sistema de melhoria da nave mais simples, onde você pode comprar peças na loja para melhorar o desempenho dela. Essas peças afetam o combate, como aumentar o dano ao escudo ou à fuselagem, ou mudam a forma como a nave se move e lida com os tiros inimigos.

Enfrentando obstáculos no espaço:

Além das batalhas espaciais, você pode encontrar eventos ao entrar em órbita ou pousar em planetas. Esses eventos podem envolver ajudar alguém, conversar com personagens ou até mesmo enfrentar as autoridades espaciais. Embora o roubo não seja uma atividade impeditiva, você pode ser punido, pagando multas ou até mesmo ficando preso, o que resulta na perda de itens.

O jogo não é completamente equilibrado em relação ao combate, às vezes colocando inimigos de níveis muito diferentes, o que pode tornar as batalhas desafiadoras. No entanto, algumas mudanças na estratégia de movimento podem virar o jogo a seu favor.

Starfield: o melhor jogo da Bethesda?

É difícil afirmar categoricamente, uma vez que o jogo certamente receberá melhorias ao longo de seu ciclo de vida. A versão atual, no entanto, é definitivamente um bom jogo, mas longe de ser inesquecível. Isso se deve em parte ao fato de que Starfield segue a fórmula da Bethesda vista em Fallout, compartilhando alguns dos mesmos problemas, como animações de diálogo sem muita expressão e um combate, embora satisfatório, bastante simplista. A sensação de jogar algo familiar persiste, e a falta de um veículo terrestre para navegar nos planetas pode ser incômoda, especialmente quando os objetivos estão distantes e as condições climáticas ou a toxicidade podem penalizar o jogador.

No entanto, mesmo com altos e baixos, Starfield merece sua atenção, especialmente em relação à campanha principal. Ela o convida a explorar o universo por cerca de 30 horas, se divertir e conhecer esse mundo antes de tomar sua decisão de querer se envolver ainda mais com o jogo (a conclusão da história está relacionada a isso).

Texto por: Victor Cândido

E se… a Microsoft tivesse comprado a Nintendo em 2004

Em 2004, a Microsoft era a líder incontestável do mercado de softwares para computadores, mas estava lutando para estabelecer uma posição no mercado de consoles de jogos. Por outro lado, a Nintendo era uma empresa de consoles de jogos bastante estabelecida, mas estava lutando para manter sua posição no mercado, com sua mais recente oferta, o GameCube, perdendo para o PlayStation 2 da Sony. É nesse ínterim que ganhava força um boato de que a Nintendo seguiria o caminho da SEGA, ou seja, acabaria produzindo jogos para todas as plataformas e abandonaria a produção de consoles.

Assim, imaginamos como seria o cenário caso o destino da Nintendo tivesse sido sua total assimilação pela Microsoft, que não poupava recursos financeiros para desfiar a hegemonia da Sony. Em primeiro lugar, é importante pontuar que a compra da Nintendo pela Microsoft seria um evento histórico que mudaria completamente o cenário do mercado de videogames.

Benefícios

Uma das principais vantagens da aquisição seria o acesso da Microsoft ao vasto catálogo de jogos da Nintendo. Isso permitiria à empresa de Bill Gates oferecer aos jogadores uma gama muito mais ampla de títulos exclusivos em suas plataformas, o que poderia impulsionar as vendas do Xbox e do Windows.

É notável que a Nintendo sempre foi uma empresa voltada para jogos exclusivos para seus próprios consoles. A Microsoft, por outro lado, sempre teve uma abordagem mais aberta, oferecendo seus jogos em várias plataformas, incluindo consoles concorrentes. Se a aquisição tivesse ocorrido, a Nintendo provavelmente teria se tornado mais aberta a disponibilizar seus jogos em outras plataformas.

Além disso, a Microsoft é conhecida por ter uma forte presença no mundo dos jogos online. Se a empresa tivesse comprado a Nintendo em 2004, é provável que a Nintendo tivesse entrado no mundo dos jogos online muito mais cedo do que o fez. Talvez a Nintendo tivesse se tornado uma das principais empresas de jogos online, em vez de estar sempre um passo atrás de seus concorrentes.

Outro benefício seria a entrada da Microsoft no mercado de consoles portáteis, que era dominado pela Nintendo com o Game Boy e o Nintendo DS. Com a aquisição, a Microsoft poderia competir diretamente com a Sony, que havia lançado recentemente o PlayStation Portable. Outra mudança significativa que a aquisição teria trazido é o hardware da Nintendo. A Microsoft teria recursos e conhecimentos para desenvolver hardware muito mais avançado do que a Nintendo poderia ter feito sozinha. É possível que a Microsoft tivesse lançado um novo console Nintendo com recursos de ponta muito mais cedo do que a própria Nintendo.

 

As coisas poderiam não ser tão boas assim…

No entanto, essa aquisição não teria sido fácil ou barata. A Nintendo era uma empresa estabelecida e muito bem-sucedida, com marcas e personagens icônicos como Mario, Zelda e Pokémon, que eram extremamente populares em todo o mundo. A Microsoft teria que desembolsar uma quantia considerável de dinheiro para adquirir esses ativos valiosos. Além do elevado custo, a aquisição também teria outras desvantagens. A cultura empresarial da Nintendo, por exemplo, é muito diferente da Microsoft, e a fusão das duas empresas poderia resultar em conflitos de gestão e na perda da essência da Nintendo, que valoriza muito a inovação e a criatividade.

Outra preocupação seria a possibilidade de a Microsoft priorizar seus próprios jogos em detrimento dos títulos da Nintendo, o que poderia afetar negativamente a qualidade e o sucesso dos jogos da empresa japonesa. Além disso, a Microsoft poderia ser vista como uma empresa invasora, o que poderia afetar sua imagem entre os fãs da Nintendo.

Além disso, o mundo jamais teria testemunhado o lançamento de plataformas inovadoras como o Nintendo Wii ou o Switch tal como conhecemos. Também é muito provável que a Microsoft tivesse tentado integrar a Nintendo em sua própria marca Xbox, o que significa que a marca Nintendo poderia ter desaparecido completamente, para tristeza dos fãs da Big N. A empresa japonesa tem uma forte identidade de marca e cultura que poderia ter sido perdida sob a gestão da Microsoft.

Outra mudança que a aquisição teria trazido seria a biblioteca de jogos da Nintendo. A Microsoft provavelmente teria mudado a direção de muitos dos jogos da Nintendo, talvez eliminando franquias populares em favor de jogos mais voltados para a ação. Por outro lado, a Microsoft também poderia ter investido em franquias menos populares da Nintendo, dando a esses jogos uma nova vida e uma nova base de fãs.

Uma aquisição também poderia ter levantado questões antitruste, já que a Microsoft já tinha uma posição dominante no mercado de software e a compra da Nintendo poderia ter levantado preocupações sobre monopólio no mercado de consoles de jogos. Observem que a recente compra da Activision tem causando bastante desgaste para os executivos da Microsoft.

Conclusão

No final, é difícil dizer se uma aquisição da Nintendo pela Microsoft teria sido uma jogada brilhante ou um fracasso total. Mas o que é certo é que a aquisição teria mudado significativamente o cenário dos consoles de jogos, e poderia ter tido um impacto significativo no que jogamos hoje. Além disso, teríamos visto mudanças significativas na forma como a Nintendo operava, bem como na biblioteca de jogos que oferecia.

Tango Gameworks surpreende os fãs com um título totalmente novo, Hi-Fi RUSH, já disponível

Durante o evento Developer_Direct do Xbox e da Bethesda, a Tango Gameworks pegou os fãs de surpresa com o anúncio e o lançamento de um título totalmente novo, Hi-Fi RUSH, um jogo excêntrico e de ação rítmica para um jogador que é diferente de tudo que foi apresentado antes pelo premiado estúdio responsável por Ghostwire: Tokyo e The Evil Within. Hi-Fi RUSH JÁ está disponível através do Game Pass no Xbox Series X|S e PC, bem como na Microsoft Store, Steam e Epic Games Store.

Hi-Fi RUSH é um jogo de ação rítmica que se passa em um mundo vívido em que a batida da música controla tudo: do movimento das árvores no cenário até cada golpe acertado durante o combate. As sequências de combate se ajustam com perfeição ao ritmo da música e proporcionam uma jogabilidade não apenas vibrante, mas também extremamente prazerosa. Os movimentos do jogador não são ditados pela música como em um jogo rítmico tradicional — a liberdade é a mesma de um jogo puramente de ação. Mas os ataques são intensificados quando seguem a batida da música.

Os jogadores assumem o papel de Chai, um boa-vida de espírito livre que ambiciona o estrelato. Durante uma cirurgia tecnológica para receber um braço robótico, ele encontra um “bônus” inesperado: seu aparelho de música foi fundido ao seu coração. Como se não bastasse, a empresa por trás do experimento determina que ele é um “defeito” e deve ser desativado. Com um time de mandachuvas corporativos e um exército de robôs atrás dele, Chai precisa lutar usando o ritmo para se defender e contar com a ajuda de aliados bem diferentes entre si para derrubar os líderes implacáveis da empresa e escapar.

Apresentando faixas licenciadas de bandas de rock icônicas, como Nine Inch Nails e The Black Keys, Hi-Fi RUSH certamente já chega botando para quebrar com sua batida e já está disponível através do Game Pass no Xbox Series X|S e PC, bem como na Microsoft Store, Steam e Epic Games Store.

Para conhecer os detalhes, é só visitar Bethesda.net.

Assista abaixo o trailer de lançamento de Hi-Fi RUSH: