A maior polêmica gamer para 2017: Young Conker e o Hololens

Faça uma lista dos melhores games do Nintendo 64. Vai ter Conker’s Bad Fur Day, certo? Não é à toa: o game da Rare não foi apenas um marco para a plataforma, mas também para toda a indústria de games graças ao seu humor negro, violência explícita e paródias com a cultura pop. Ele era um jogo de plataforma que quebrava o estigma de que todo jogo do gênero tinha de ser fofinho e infantil.

Não por acaso, seu único game conquistou uma legião de fãs e cravou o nome da Rare como o estúdio mais engenhoso da época. Tão logo a empresa britânica foi adquirida pela Microsoft, houve um remake muito bonito para o Xbox clássico chamado Live & Reloaded e desde então o esquilo boca suja somente foi visto em participações especiais do Project Spark (que, aliás, foi cancelado).

3015168-conkerNo início de 2016 as esperanças dos fãs de Conker foram renovadas graças aos rumores que apontavam um novo game. Entretanto, após a revelação de Young Conker a comunidade se deu conta de que a Microsoft não está ouvindo seus fãs. A imprensa de games brasileira parece ter passado batida a este projeto, mas lá nos EUA a recepção foi das mais negativas possível.

Para quem não ficou sabendo, Young Conker apresenta um novo modelo do personagem em um game para os óculos de realidade aumentada Hololens, da própria Microsoft. Aqui os jogadores podem interagir com Conker, e guia-lo para cumprir missões dentro da sua sala de estar. O game está em desenvolvimento pela Asobo Studio, um estúdio francês muito pouco conhecido, mas que já trabalhou em alguns games famosos como ReCore, Toy Story 3 e Up. O trailer do Youtube já teve mais de 540 mil visualizações, sendo que apenas 1750 deram sinal positivo, enquanto que 27 mil pessoas negativaram o vídeo.

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Muito desta reação negativa se deve ao redesign do personagem, que não lembra nada a versão clássica do personagem do N64, nem o “fofinho” do Xbox. Aqui temos um Conker esquelético e sem o mesmo humor ou brilho de outrora. Mais importante do que isso: a comunidade desejava uma verdadeira sequência para o mascote, ou seja, um game de plataforma em terceira pessoa com muitas piadas e level design bem produzidos. Quem sabe com paródias de games da própria Microsoft, como Halo ou Alan Wake?

O poderio gráfico do Xbox One seria capaz de gerar um game do Conker especialmente bonito, como deu para ver no natimorto Project Spark. Mas ao invés disso, os executivos preferiram utilizar o personagem para vender um acessório que nem todos poderão comprar logo no início. O problema está justamente nisso: a comunidade está à espera de um verdadeiro jogo do Conker há mais de dez anos. Mas ao invés disso, teremos uma aplicação para poucos.

conkers-big-reunion-conker-with-chainsawSe você fizer uma rápida pesquisa no Google vai ver que já rola até abaixo assinado para que Young Conker seja totalmente cancelado e nunca mais se fale no assunto. No Youtube há centenas de “vídeos reações” de personalidades online malhando a ideia. De outro lado, os maiores sites de games do mundo escreveram artigos negativos. Para se ter ideia, o site The Verge disse que “(…)Conker parece um vilão da Hannah Barbera em recuperação de uma overdose de cocaína”.

Claro que o jogo em si pode ser um killer app divertido e que cale a boca dos críticos, mas a verdade é que este não é o Conker que a comunidade espera e se pudéssemos adivinhar qual o desejo que a comunidade gostaria que a Microsoft atendesse seria “dê-nos um game do Conker verdadeiro”. As boas vendas do Rare Replay são um bom sinal de que a comunidade ainda gosta do Conker e quer vê-lo em seus dias de glória.

E afinal, será que a Microsoft tem algum problema pessoal com a Rare? Porquê não deixar a criadora do personagem criar um novo game? Tudo bem que os funcionários da antiga Rare não estão mais lá, contudo seria importante para a marca e para o público ver que o novo pessoal que está tocando o barco pode fazer tão bem (ou até melhor) que o time de Chris e Tim Stamper. Bastaria um voto de confiança.

A nova Rare, aliás, não têm tido muita oportunidade de colocar a mão em suas franquias desde que veio para o lado verde da força, certo? A última vez foi com Banjo-Kazooie: Nuts & Bolts, que não lembra nada as duas aventuras do N64. Killer Instinct para Xbox One é excelente, mas foi produzido pela Double Helix. Rumores sugerem que um novo Perfect Dark está em desenvolvimento, mas visto que a Rare está nos preparativos finais para o lançamento de Sea of Thieves, é praticamente impensável que a produção do novo game de Joana Dark esteja a cargo da produtora.

Muita gente acredita que um dos capítulos mais negros da história dos videogames foi a compra da Rare. Pessoalmente acredito que o estúdio ainda tem bastante potencial. Basta ver o que eles fizeram com Viva Piñata e Kameo: Elements of Power. Quem sabe colocar o Conker de volta na mão deles fosse melhor escolha do que uma aplicação estranha para o Hololens?

Afinal de contas, qualquer personagem poderia substituir o Conker neste jogo, se a intenção é apenas criar um personagem para interagir com a casa do jogador. Para a comunidade só resta uma esperança: se a Microsoft teve coragem para cancelar um game tão aguardado quanto Scalebound, que tomem a mesma decisão com Young Conker.

Confere o vídeo abaixo e nos diga se você é capaz de amar Young Conker:

Produtor de FFXIII-2 diz que franquia está se afastando de suas raízes de RPG em turno

Antigas franquias, revisitadas inúmeras vezes, mais cedo ou mais tarde acabam tendo sua mecânica completamente mudada. Seja por questões naturais, como a evolução dos consoles, seja por adaptações ao mercado e ao gosto das novas gerações.

Aconteceu com os adventures, hoje praticamente extintos se comparado com a avalanche de bons títulos em décadas passadas, e acontece também com jogos turn-based (em turno, aqueles games em que você executa uma ação, espera a resposta do outro jogador/máquina e decide a sua próxima ação).

Além da escassez de estratégias em turno, alguns outros títulos adaptam suas mecânicas de combate para o novo modelo. Gamers fãs da série FF já acompanham isso e, o produtor de Final Fantasy XIII-2, Yoshinori Kitase, declarou em entrevista que agora a franquia pode se afastar de vez de suas raízes de RPG em turno.

É o action-RPG chegando a toda, e a declaração pode significar que uma das coisas mais características da série está em vias de se perder para sempre. Para muitos, é uma evolução natural e bem-vinda. Mas é óbvio que essa opinião não é compartilhada pelos mais puristas.

O que você, leitor, acha desse tipo de mudança?

[Via CVG]

Analista declara que era dos consoles está ficando para trás

Para David Cole, analista da VentureBeat, o mercado de consoles atingiu seu auge, e seus dias de glória já ficaram para trás.

A opinião de Cole é interessante, ele acha que a Sony e a Microsoft estão demorando a lançar novos hardwares por ainda estarem tirando lucro do PS3 e do Xbox 360, mas afirma que quanto maior é a espera, mais terreno o mercado de consoles acaba perdendo.

É aí que plataformas como celulares e tablets estariam abocanhando uma parte do mercado. “Sistemas como o Xbox 360 e o PlayStation 3 estão tendo suas melhores vendas a cada cinco ou seis anos depois de seus lançamentos. Infelizmente, isso significa que a Microsoft e a Sony não tem pressa em lançar novos sistemas que gerariam empolgação substancial no consumidor e gasto”, afirmou acrescentando que o mercado de consoles dedicados ainda é o maior condutor do crescimento da indústria, mas que atingiu seu máximo com a atual geração.

Quanto ao Wii U, Cole aposta que venderá bem, mas não no nível que o Wii vendeu.

E você? O que acha? Concorda com Cole?

[Via CVG]