Hue Defense: novo jogo da BraveWolf é um defense tower que faz paródia com a política brasileira

O destaque de hoje é outro título indie que fez bastante barulho durante a Brasil Game Show: Hue Defense. Trata-se de um defense tower com uma crítica política singela, porém mordaz. A cortesia é do estúdio indie BraveWolf, que surgiu em 2015 coma intenção de trazer inovação nos jogos eletrônicos.  Estamos na pequena ilha de Hue (sacou a referência?), que está sendo invadida por duas espécies danosas e especialmente perigosas: os azuis e os vermelhos. Cabe ao jogador construir poderosas torres munidas com armamentos pesados para eliminar essas terríveis ameaças.

A jogabilidade lembra bastante o famoso Defense Grid, do Xbox 360, ou seja, os inimigos começam a andar em fila indiana e o jogador deve montar suas torres em pontos estratégicos para deter o avanço dos inimigos e impedir que eles tomem os diversos pontos de interesse da ilha. Para tanto, você tem à sua disposição sete diferentes tipos de torres, cada uma com um tipo de poder de fogo. O desafio vai aumentando à medida que os inimigos surgem em maior número e se tornam mais resistentes.

O grande macete de Hue Defense é que cada torre possui seus próprios poderes e servem a diferentes propósitos. Assim, o jogador deve montar uma estratégia para destruir todos os invasores, não sendo suficiente apenas montar estruturas de defesa a esmo. Você pode montar torres de coxinha, mandioca, entre outras. São mais de 30 habilidades únicas. Inclusive há um sistema de níveis bem estruturado para que o jogador melhore suas defesas ao passo que derrota os inimigos.

Hue Defense faz uma paródia do atual cenário político do Brasil com bastante bom humor e sátiras. Ao longo das 20 fases que compõe o game você vai se deparar com situações facilmente reconhecíveis da política brasileira. Durante a semana da BGS 2016 o estúdio BraveWolf chegou a dar uma amenizada no tema político na página da Steam, porém as características dele permanecem as mesmas. A ideia é fazer os jogadores se divertir, porém sem deixar de lado uma reflexão sobre a política nacional.

Abaixo tem um trailer de Hue Defense:

https://www.youtube.com/watch?v=oh0IHucxqAI&feature=youtu.be

V de Vinagre: sucesso em 2013 ganha nova versão com gráficos 2,5 D

Quem não se lembra do game “V de Vinagre”, sucesso em 2013 por satirizar a ação da Polícia Militar durante as manifestações que abalaram o país? O jogo da Flux Game Studio ganhou notoriedade por seu humor ácido e pela crítica social que fazia da situação – próprio título era uma referência aos jornalistas que foram detidos por trazer vinagres em suas mochilas. Pois bem, a Flux Game lançou a segunda versão do game, desta vez para aproveitar a nova onda de manifestações que ocorreram na cidade de São Paulo após o aumento das tarifas de ônibus.

A nova versão do game segue a mesma dinâmica da anterior: a polícia está perseguindo o jogador e quer descer o cacete nele porque ele está se manifestando pacificamente. Vale destacar que houve excesso por parte de alguns policiais nas manifestações, ainda que seja notório que houve a participação de alguns vândalos durante as manifestações.

“Entendemos que há um problema crônico com a abordagem da Polícia Militar do Estado de São Paulo em eventos majoritariamente pacíficos. Quando ocorreu a pancadaria no último dia nove de janeiro, vimos que o tema pode, e deve, ser idêntico – a truculência e exageros da PM não mudaram, então o vilão do V de Vinagre também se mantém”, explica Paulo Luís Santos, diretor da Flux Game Studio, desenvolvedora do jogo.

A primeira versão do game foi desenvolvida às pressas para aproveitar a pauta do momento. Desta vez, a Flux garante que houve um trabalho maior para garantir que o game seja mais refinado: os gráficos são em “2,5D”; as animações são mais fluídas; o game está maior (10 fases). Além dessas novidades, o título possui um sistema de customização de personagens, podendo misturar cabeças, torso e pernas de diversas personalidades desenhadas de forma caricata.

Há também itens coletáveis que desbloqueiam notícias bizarras sobre absurdos que acontecem no Brasil, em geral, sobre corrupção, mal uso de verba pública, ou fatos escabrosos. O que sofreu poucas mudanças foi a jogabilidade: manteve-se o estilo runner com comandos de pular e deslizar. Há objetos interativos nas fases que servem para derrotar os policiais e ganhar mais pontos.

O personagem principal é o mesmo – o manifestante com a máscara de Guy Fawkes. No entanto, conforme coleta vinagres, o jogador pode liberar novos personagens, que são sátiras de pessoas que vão desde jogadores de futebol até celebridades.

“Estamos vivendo um momento muito parecido com aquele junho de 2013, com a truculência diante das manifestações, mas a situação atual é ainda mais complicada: indignação com políticas públicas, cenário político conturbado, falta água e luz em São Paulo todos os dias. A coisa está feia! O V de Vinagre é um game calcado neste tipo de problema, então acredito que esta situação, por mais lamentável que seja, acaba potencializando o lançamento do novo V.”, afirma Santos.

O game foi lançado em janeiro somente para Android. De acordo com a produtora, há planos de levá-lo até outras plataformas se o desempenho for bom. A previsão é que em algum momento a Flux lance versões para iOS e Windows Phone.

Americano compila lista de jogos de paródia e metagames

Jogos que parodiam games ou metagames não são novidade, mas uma lista que compile as brincadeiras e homenagens criadas por desenvolvedores independentes, sim.

O jornalista e programador americano Andy Baio criou um artigo em seu blog listando alguns bons exemplos de metagames, no que chama de ponto de partida para uma lista mais completa. O autor pede, inclusive, a ajuda dos leitores citando títulos que ele tenha esquecido ou que ainda desconheça.

A lista vem carregada de vídeos demonstrativos e links para os games originais, compondo uma excelente pesquisa para qualquer gamer entusiasta ou programador que queira aumentar seu repertório e conhecimento.

Ficou curioso? Dê uma olhada no trabalho do cara, vale a pena.