Projeto brasileiro de pesquisa é selecionado para a bolsa Game In Lab 2020

Que o Brasil é berço de algumas das mentes mais criativas e dedicadas do mundo, já sabemos. Uma constatação disso é o projeto Game In Lab, criado pelo Grupo Asmodee, que atua no Brasil através da Galápagos Jogos. O projeto foi criado em abril e dava a oportunidade para que pesquisadores de todas as áreas do conhecimento desenvolvessem pesquisas relacionadas a jogos analógicos, sendo que as bolsas podiam chegar a até R$ 95 mil. Pois bem, uma das vencedoras.

Vale destacar que a edição do edital contou com a participação de diversas nacionalidades, mas o Brasil se destacou – foi o país com o maior número de projetos inscritos. O projeto brasileiro vencedor em 2020 foi liderado pela pesquisadora Ariela Holanda, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), que apresentou o estudo sobre “O uso de jogos de tabuleiro para desenvolver e manter laços sociais” (L’usage des jeux de Société pour développer et maintenir les liens sociaux).

De acordo com a pesquisadora, o projeto visa identificar a relação entre o uso de jogos de tabuleiro e habilidades sociais dos jogadores, tais como iniciar conversas, nível, manutenção de conversa, empatia e vida profissional. A ideia, aliás, não veio por acaso, Ariela é professora no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR) e participa de um grupo de pesquisa voltado a essa questão.

Ariela Holanda

“Acredito que iniciativas como o Game in Lab são um grande incentivo à pesquisa e a divulgação dos jogos de tabuleiro. […] Além disso, apoiar projetos como o nosso pode proporcionar à sociedade uma alternativa de entretenimento capaz de contribuir para um convívio social cada vez mais saudável e harmônico”, diz a pesquisadora Ariela Holanda. “Muitas pessoas não conhecem a variedade de mecânicas disponíveis nos jogos modernos de tabuleiro. Acreditamos que com esse projeto as pessoas poderão conhecê-las e usufruir de todas as oportunidades de interação que elas ajudam a produzir”, conclui.

Abaixo você confere o vídeo da Ariela Holanda falando sobre seu projeto:

 

Sobre o Game in Lab

O Game in Lab foi criado pelo Grupo Asmodee em 2018, numa parceria com o Innovation Factory, um cluster francês focado em inovação. O objetivo da iniciativa é explorar os efeitos sociais e cognitivos dos jogos de tabuleiro para o ser humano. O programa está estruturado em três objetivos principais: (a) apoio financeiro a projetos de pesquisa sobre jogos de mesa; (b) criação e desenvolvimento de uma comunidade diversa, com pesquisadores e jogadores pelo mundo; e (c) compartilhamento de conhecimento científico com um público mais amplo.

Os interessados em se inscreverem na chamada de 2021 do Game in Lab devem ficar atentos às redes sociais da Galápagos (InstagramFacebook e LinkedIn) a partir da semana que vem, quando será divulgada a abertura do edital.

Estudo “Gaming Apps Report” da Liftoff revela que 2020 é o ano dos jogos para dispositivos móveis

É sempre bom saber onde a indústria de games está e para onde ela vai, certo? Pois bem, a Liftoff, líder em marketing e retargeting de aplicativos móveis, acaba de lançar seu relatório anual com foco em mobile e games – o “Mobile Gaming Apps Report”. Os resultados apontam que para o aumento da importância de jogos móbile durante a pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a Liftoff, à medida que as restrições sociais em torno da COVID-19 aumentam o uso de celulares e as atividades de jogos nesses dispositivos, o estudo revela mudanças comportamentais fundamentais para os profissionais de marketing de aplicativos desse segmento. Os dados também confirmam o comprometimento do sistema operacional Android nessa direção, mostrando que a plataforma pode ser uma promessa em relação ao iOS.

Ao analisar 314 milhões de engajamentos de anúncios pela primeira vez, mais de 300 milhões de instalações e 6,5 milhões de compras em 697 apps de jogos entre junho de 2019 e maio de 2020, o relatório chegou a muitas conclusões em níveis global e regional.

“Na América Latina, devido à sua natureza econômica, a maioria dos estúdios de jogos investe em um modelo de monetização via receita por anúncios chamado Ads Revenue. A região possui diversas particularidades e também métricas bastante específicas. No entanto, este mercado não pode ser ignorado devido ao seu enorme potencial. Para tanto, a Liftoff considera crucial ter um relatório com todas essas métricas locais, especialmente considerando a ampla gama de estúdios de jogos e o grande volume de usuários em países como o Brasil”, ressalta Antonio Affonseca, General Manager da Liftoff no Brasil.

Custos e conversões

De acordo com o relatório da Liftoff, os CPIs (custos por instalação) – de US$ 1,47 – atingiram o nível mais baixo de todos os tempos. Os custos de instalação para compra aumentaram 24% em comparação com o ano anterior e as taxas de conversão caíram 22%. É o oposto dos custos de instalação para registro, que caíram significativamente. No entanto, as taxas de engajamento de apenas 3,3% (queda de quase 3 vezes em relação ao ano anterior) indicam que os profissionais de marketing podem ter que trabalhar mais no futuro.

ROAS – retorno em publicidade investida

Uma comparação entre as subcategorias Casual, Midcore & Strategy e Social Casino revela que Midcore & Strategy tem o melhor desempenho com os menores CPIs (US$ 0,89) e o maior ROAS (Dia 30 – 39,5%). Em geral, o Android tem mais valor, oferecendo o melhor ROAS pelo menor custo (US$ 0,57). O Casino Social vem em último lugar com os custos mais altos (US$ 6,82) e o ROAS mais baixo (Dia 30 – 32,6%).

Os jogadores de perfis Casual e Hyper Casual respondem melhor a abordagens não-orgânicas. Midcore & Strategy é outra categoria em que o não-orgânico tem vantagem, impulsionando taxas que superam o orgânico em uma média de 13%. O orgânico traz um empate para jogadores Hardcore, mas as taxas de retenção mais baixas (Dia 1 – 29,8%) são uma desvantagem. O Casino Social é um caso à parte, mas o não-orgânico gera os melhores resultados no início da curva. [Mais informações sobre cada categoria podem ser obtidas no relatório]

Retenção

A América do Norte é onde se encontram os jogadores mais leais, ocupando o primeiro lugar no benchmark global e na maioria das subcategorias. A Europa vem em segundo lugar, seguida na maioria dos casos pela APAC. No entanto, uma divisão da retenção por país elege o Japão como líder indiscutível em 3 das 5 subcategorias. Canadá, Alemanha e Reino Unido também mostram um poder de permanência impressionante.

Dados regionais

No Brasil, os CPIs apresentaram queda considerável (nove vezes menos que no ano anterior), fechando em média a US$ 0,15. Em termos de ROAS, o país também ficou na última posição, até abaixo do benchmark regional. Em relação à lealdade com os jogos, os brasileiros voltaram a ocupar a última posição, com índices variando entre 28,4% (1º dia) e 1,6% (30º dia).

Em termos de ROAS por plataforma, o iOS ainda é a escolha dos usuários brasileiros. Fatores como custos mais baixos levaram o Android (ROAS de 7 dias: 9,4% – ROAS de 30 dias: 26,6%) e o sistema operacional móvel da Apple (ROAS de 7 dias: 11,9% – ROAS de 30 dias: 32, 8%) para um desempenho relativamente bom no país.

“Temos uma operação global inteiramente voltada para jogos e a América Latina é sem dúvida uma região estratégica para nós, por abrigar grandes players desse segmento. A Liftoff já atende a muitas dessas empresas latino-americanas com distintos serviços, dentre eles, modelos de otimização para CPA, ROAS, Ads Revenue e Retenção”, conclui Affonseca.

Abaixo tem alguns gráficos da pesquisa:

Metodologia

O relatório Liftoff 2020 Mobile Gaming Apps é baseado em uma análise de dados internos de 1° de junho de 2019 a 31 de maio de 2020, incluindo 314 engajamentos de anúncios pela primeira vez, mais de 300 milhões de instalações e 6,5 milhões de compras em 697 aplicativos de jogos. O relatório rastreou os custos e as taxas de conversão associados ao marketing de jogos para celular, bem como as taxas de retenção da AppsFlyer (dias 1, 3, 7, 14 e 30). Ele também apresenta dados divididos por plataforma (IOS e Android), subcategorias de jogos (Midcore & Strategy, Casual, Hyper Casual, Casino Social), regiões (APAC, EMEA e América do Norte) e 8 países (Brasil, Canadá, Alemanha, Japão, Rússia, Coreia do Sul, EUA e Reino Unido).

Clique aqui para ler o estudo na íntegra.

Grupo de Pesquisa CSGames abre edital para publicação de artigos em livro sobre desenvolvimento de games

Já imaginou participar de um projeto de pesquisa inovador e de quebra publicar um artigo em um livro sobre desenvolvimento de jogos. Pois bem, o grupo de pesquisa CSGames, vinculado ao mestrado e doutorado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital e ao mestrado profissional em Desenvolvimento de Jogos Digitais da PUC-SP, acaba de abrir chamado público de artigos para o livro digital Imaginação no jogo: criar, desenvolver e compartilhar.

Essa é a terceira publicação da coleção Segue o Jogo, já com os títulos Estética do jogo: arte, mecânica e narrativa e Educação no jogo: experiência, ensino e aprendizagem, disponíveis gratuitamente para download. O objetivo é tornar pesquisas referentes a jogos eletrônicos mais acessível a todos.

Para participar é necessário ficar atento a alguns pontos: os artigos devem possuir entre 25.000 e 35.000 caracteres com espaços, além de seguir as diretrizes para autores e o modelo de formatação  (disponíveis para download nos links clicáveis). Além disso, os artigos completos devem ser enviados para o endereço de e-mail csgames.pucsp@gmail.com estritamente até 30 de setembro de 2020, às 23h59.

De acordo com a CSGames, serão avaliados trabalhos inéditos (ensaios, análises e relatos de desenvolvimento de jogos eletrônicos) escritos e assinados por autores individuais ou grupos de até quatro pesquisadores, desde que pelo menos o principal autor seja mestre ou doutor. A lista abaixo dá exemplos de temas que podem ser contemplados; outras temáticas relacionadas também podem ser abordadas:

  • Estética e ética nos jogos: expressões estéticas e influências políticas me diadas por jogos eletrônicos, bem como seus efeitos psicológicos e sociais.
  • Aspectos e efeitos cognitivos do gameplay: percepção (incluindo sineste sia, propriocepção), imersão e flow, interpretação, semiose e mente na relação entre humanos, games e instituições.
  • Psicologia: a influência do videogame no desenvolvimento infantil; a re lação entre jogos digitais e características psicológicas; interação e envol vimento com o universo do jogo; ESRB (Entertainment Software Rating Board).
  • Realismo e imaginação na construção de roteiros e narrativas para videogames: modelos de criação de personagens, ambientes e contextos.
  • Criatividade e gestão no desenvolvimento de jogos eletrônicos: aborda gens, métodos, técnicas e processos criativos utilizados na produção de videogames.
  • Games e imaginação tecnológica: a influência dos videogames no desen volvimento de novas tecnologias; o VR (Virtual Reality) como instrumen to de aprendizagem.
  • Papéis dos games na saúde e no bem-estar: plataformas lúdicas e siste mas tecnológicos em processos de tratamento, reabilitação e recuperação.
  • Imaginário e suas perspectivas nos videogames: criação, manifestação e cultivo de repertórios individuais e hábitos coletivos por meio dos games.
  • Imaginação voltada à interpretação de papéis e imersão em videogames: performance e teatralidade no desenrolar do gameplay, senso de pertenci mento, construção de interfaces e comunidades participativos.
  • Imaginação voltada ao ensino-aprendizagem nos jogos em geral: jogos e gamificação como recursos de educação formal e informal, priorizando dinâmicas a partir de metodologias ativas que incentivem a inventividade e promovam inovação.
  • Perspectivas para o desenvolvimento e consumo de videogames no Brasil e no mundo: estudos sobre o futuro da indústria e do mercado dos jogos eletrônicos.
  • Imaginário e Semiótica: Significado e Significante nos jogos digitais; Ob jeto, Representant e Interpretante, além Ícone, Índice e Símbolo nos jogos digitais.
  • Análise do imaginário: estudos de caso; diferenças e semelhanças entre mundos reais e virtuais.

De acordo com a equipe do CSGames, o livro será composto por no máximo 15 textos, subdivididos nos eixos: “criar” (discussões teórico-conceituais sobre criatividade, inovação e repertório nos games), “desenvolver” (relatos e debates sobre imaginação e inspiração na produção prática de jogos) e “compartilhar” (debates sobre impactos e fatores sociais da imaginação mediada pelos games, incluindo formação de comunidades e estilos de gameplay colaborativo).

As submissões serão analisadas pelos organizadores, responsáveis pela ordenação dos textos e por emitir pareceres no sentido de recusar, aceitar ou aceitar sugerindo modificações. O esclarecimento de dúvidas e a comunicação com os autores se dará exclusivamente pelo e-mail indicado. A previsão para publicação do livro digital é o primeiro semestre de 2021.