Ferreiros e Alquimistas – jogo brasileiro reconta a história da tribo indígena Tayronas da Colômbia e o processo de alquimia para criar o ouro de tolo

O jogo Ferreiros e Alquimistas é um daqueles projetos educativos que transcendem a barreira e o preconceito que muitos jogadores têm com jogos do gênero. O game é uma verdadeira aula de história e química, apesar de ter cara de um adventure moderno. Aqui o jogador entra na pele de uma jovem da tribo Tayrona, que deve utilizar seus conhecimentos em alquimia para forjar o famoso “ouro” de Tumbaga. O game nasceu de um projeto da UFRGS e já conquistou bastante aclamação desde o ano passado.

O game é uma analogia ao que o povo Tayrona fazia na época dos conquistadores espanhóis. Nativos da região da Colômbia, os Tayronas viviam.pacificamente até os espanhóis chegarem e passarem a exigir o ouro da região. A partir de seus conhecimentos da região, os Tayronas faziam expedições para buscar elementos químicos a fim de criar a liga Tumbaga, composta de ouro e cobre, a liga mais usada entre os ourives pré-hispânicos do território colombiano.

Para isso, o jogador deve coletar diferentes itens em determinados locais do relevo colombiano, tais como lagos, montanhas, cavernas e a vegetação nativa. Ao todo são três objetivos a serem cumpridos nesta primeira fase do game: produzir o espelho de Tumbaga, criar um colar de Tumbaga e a criação de uma escultura da mesma liga. Cada uma dessas etapas necessita de um processo específico, como polir ouro, coletar cera de abelha, ou adquirir argila. Cada um desses processos replica as etapas que os verdadeiros Tayronas faziam para entregar o ouro aos espanhóis.

Na época de colonização da América do Sul os espanhóis estavam surpresos com a quantidade de ouro que os Tayronas possuíam, mas o que eles não sabiam era que todo o material era composto por 95% de cobre e apenas 5% de ouro. Acontece que no processo de alquimia, os indígenas realizavam uma infusão feita com uma planta chamada chulco, que fazia com que a superfície em cobre fosse corroída e deixasse à mostra apenas os átomos de ouro na parte exterior. Quando os espanhóis descobriram o engodo começou uma tensão entre os povos. Foi daí que surgiu a expressão ouro de tolo.

Ferreiros e Alquimistas foi desenvolvido por um grupo pertencente ao NAPEAD (Núcleo de Apoio Pedagógico à Educação a Distância da UFRGS), com liderança do professor de química Marcelo Eichler. O grupo, aliás, já pensa nas próximas duas fases do game. De acordo com Marcelo, o segundo capítulo vai se passar no Caribe e contará uma parte da história envolvendo escravatura e o trabalho de Ferreiros nas formas de Siderito (um metal advindo de um meteoro). A terceira parte será mais focada na alquimia e vai levar o jogador até a Europa.

Ferreiros e Alquimistas foi possível graças a um financiamento em 2015 através do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul). Em meados de 2017, o título foi finalista em Curitiba da SBGames (Simpósio Brasileiro de Games e Entretenimento) na categoria jogos educativos. A expectativa é que o game conquiste ainda mais sucesso entre os jogadores brasileiros e se torne um marco entre os jogos educativos. Você pode acessar o game aqui.

Abaixo tem um trailer de Ferreiros e Alquimistas:

Projeto GamesBR do Ministério da Cultura busca catalogar o maior número de games produzidos e lançados no Brasil

Você é produtor de um jogo eletrônico? Pois bem, vamos dar uma dica que pode alavancar a visibilidade do seu projeto! O Ministério da Cultura acaba de dar sinal verde para a criação do GamesBR, uma base de dados de jogos brasileiros que tenciona reunir os games criados em terras tupiniquins. O objetivo é facilitar o acesso dessas produções ao público, tornando-os mais visíveis e uma fonte de informações valiosas para entusiastas por jogos eletrônicos.

O GamesBR funcionará como um catálogo importante de informações para outros desenvolvedores, pesquisadores, professores, formuladores de políticas públicas e investidores que querem conhecer melhor os produtos desenvolvidos no nosso país. Se a ideia for adiante, apostamos que este acervo será bastante utilizado por desenvolvedores e estudantes de game design.

Obviamente o trabalho de catalogar tantos jogos não é tarefa fácil. Justamente por isso foi criado um questionário online em que os próprios desenvolvedores registram seus próprios jogos. A ideia é facilitar o trabalho de catalogar tantos jogos e contar com o maior número de registros possível. De acordo com os organizadores do GamesBR, já foram mais de 150 registros em apenas 24 horas que o formulário está no ar.

Preenchendo este formulário você está ciente e autoriza, por tempo indeterminado, o autor do projeto, o Ministério da Cultura e o Governo Federal a disponibilizar as informações na web e em aplicativo gratuito para smartphones. Qualquer pessoa pode cadastrar seus jogos, desde que o produto seja nacional. Porém vale destacar que jogos educativos não fazem parte do cadastro, bem como games produzidos por brasileiros em território estrangeiro.

“Obviamente que existem jogos que estão na fronteira entre instrumento educativo e produto de entretenimento. Esses casos serão avaliados individualmente para inclusão na plataforma”, diz o informativo do projeto.

Ah, estrangeiros que tenham produzido um game em território nacional podem registrar seu jogo tranquilamente. Ou seja, a ideia é cadastrar games feitos no Brasil. Também é importante frisar que o aplicativo é apenas para jogos já publicados e finalizados, abrindo exceção para jogos lançados em Early Acess. Para mais informações sobre o projeto: www.gamesbr.net.br.

Black Andy Label – Conheça o projeto AAA do estúdio brasileiro BlackHouse

Doze anos após a destruição de seu satélite natural, a Lua, a Terra está devastada e a solução é colonizar o planeta Marte.  Um pequeno grupo de cientistas vai até o planeta vermelho a fim de encontrar uma nova morada para a humanidade. Ao chegar lá os cientistas descobrem que a destruição da Lua foi um plano de uma raça alienígena chamada Tirax, que visa exterminar a raça humana. Cento e cinquenta combatentes são enviados para combater os alienígenas, porém são emboscados e sobrevivem apenas três dos guerreiros humanos chegam à Marte para o combate. Este é o plano de fundo do jogo Black Andy Label, um game com toda a pompa de AAA desenvolvido pelo estúdio brasileiro BlackHouse.

Já falamos aqui sobre este impactante lançamento, porém vale mais uma menção, pois este é um jogo que promete elevar o nível dos jogos brasileiros. Iniciado em 2016, Black Andy Label começou já com planos bastante promissores: os desenvolvedores realizaram diversos estudos e entrevistas com jogadores e produtores de games e chegaram a conclusão de que era possível criar um game licenciável através de uma história impactante e gráficos incríveis.

Entretanto, como fazer isso sendo um estúdio independente? Os obstáculos eram variados: não havia nenhum estúdio de motion capture no Brasil, nem mesmo a tecnologia para fotometria ou dublês experientes em jogos digitais. A solução foi buscar parceiros interessados em criar um projeto grandioso. Assim surgiram as parcerias da Print-Me, especialista em fotogrametria de pessoas para impressão colorida em cerâmica, e a Action Kung Fu que trouxe os dublês treinados e capacitados para dar vida aos personagens. Outros parceiros surgiram e o projeto Black Andy Label começou a sair do papel.

O estilo de jogo é TPS (third person shooter), assim como Gears of War, porém com o diferencial que os personagens além de atirar ainda são proficientes em artes marciais. A ideia é que o jogador não precise para a ação após parar de atirar, ou seja, pode-se sair no braço com os adversários a fim de realizar emboscadas e finalizações devastadoras. Os dublês do game são treinados em Kung Fu, Judô, Parkour e acrobacias diversas.

A expectativa da BlackHouse é criar um game não apenas divertido, mas que se aproxima das produções americanas e japonesas. Quem sabe até figurar por grandes eventos internacionais? Ainda sem data de lançamento definido, Black Andy Label deve ganhar bastante destaque entre os veículos especializados em games no Brasil. Ainda não há imagens gameplay, mas fique atento, pois este projeto promete!

Abaixo tem o trailer de Black Andy Label: