Review: Mars 2120 é um bom jogo, mas expõe as dificuldades de desenvolver jogos

Mars 2120 é um jogo no estilo metroidvania desenvolvido pelo estúdio brasileiro QUBYTE Interactive, lançado em agosto de 2024 para Steam, PS4, PS5, Nintendo Switch, Xbox One e Series X|S.

Em Mars 2120, o jogador assume o papel da Sargento Anna “Thirteen” Charlotte, enviada para Marte para responder a um misterioso chamado. Ao chegar, ela se depara com uma colônia dominada por inimigos e precisa descobrir o que está acontecendo. Grande parte da trama de Mars é contada através de audio-logs, então encontrá-los é essencial para compreender mais sobre o universo do jogo.

O jogo rapidamente dá controle total ao jogador, que já começa com o pulo duplo, o que torna a exploração, um elemento crucial em metroidvania, bastante agradável. A exploração é dividida em diferentes áreas, com biomas que são fundamentais para aumentar o desafio do jogo. Na área de gelo, por exemplo, qualquer descuido pode resultar em congelamento ou até mesmo morte. É um jogo que sabe punir o jogador: cair em abismos pode significar o fim da exploração, portanto, salvar o progresso em cada ponto de salvamento é crucial.

Em Mars, o combate é dividido entre tiros e ataques corpo a corpo. Alguns inimigos morrem mais rapidamente no combate físico, enquanto outros resistem mais. Cabe ao jogador identificar isso durante a jogatina e planejar a melhor forma de derrotar os inimigos. Habilidades e melhorias podem ser encontradas ao longo da jornada, aprimorando esses aspectos. O sistema de upgrade está vinculado ao acúmulo de experiência obtida no mapa ou derrotando inimigos. No entanto, além de ter os pontos necessários para “comprar” as melhorias, o jogador precisa encontrá-las no mapa, o que incentiva a exploração e a revisita de áreas já exploradas com o uso de habilidades adquiridas posteriormente. Esses elementos são o que tornam o gênero metroidvania interessante, e Mars faz isso muito bem.

Ao longo do jogo, o jogador encontra diversos tipos de tiros que também funcionam como chaves para abrir portas ou acionar botões. No que diz respeito às mecânicas, algo que incomodou foi a necessidade de mirar com o segundo analógico, semelhante ao jogo quase esquecido Shadow Complex. Inclusive, se a memória não falha, o desenvolvedor mencionou na BGS 2023 que esse jogo foi uma das inspirações nesse aspecto. É bastante trabalhoso acertar um inimigo com o analógico, devido a uma certa imprecisão no comando. Andar, atirar, esquivar e trocar de tipo de tiro durante o combate com múltiplos inimigos tornou-se algo burocrático. No entanto, a opção de mira automática, disponível nas configurações de acessibilidade, ajudou a contornar essa dificuldade.

Mars 2120 é um jogo cheio de potencial, desde seu mapa bem desenhado, com diversos biomas que impactam diretamente a exploração e o combate, até seus chefes e a trama, que são envolventes o suficiente para prender a atenção do jogador. No entanto, aqueles que desejarem chegar ao final desta aventura terão que enfrentar situações que evidenciam as dificuldades de desenvolver um jogo, como a necessidade de tempo para polir o trabalho.

MARS 2120

Não se sabe ao certo se o estúdio teve tempo para melhorar as animações. Sabe-se que houve a transição da Unreal para Unity, de acordo com o documentário divulgado (inserir link), mas o que se vê no jogo demonstra essa carência. Isso pode prejudicar a experiência, causando estranheza. Muitas das animações são desengonçadas; é possível entender o que o personagem está fazendo, mas a execução não é das melhores. Comparando com a versão testada na BGS 2023, o jogo final está bem melhor, e ele vem recebendo atualizações que estão melhorando a experiência. Contudo, os pontos que fazem dele um jogo mediano ainda estão presentes. Vale lembrar que se trata de um jogo de baixo orçamento, e seu preço reflete isso: R$59,90 em todas as plataformas. A jornada leva cerca de 6 horas, e o jogo está legendado e dublado em português brasileiro.

Desenvolver jogos nunca foi uma tarefa fácil. As dificuldades variam entre animações, design de níveis, enredo, programação, engine gráfica, marketing e, claro, polimento e otimização. Esses dois últimos tópicos são muito comentados atualmente: se um jogo apresenta quedas de desempenho ou bugs, é comum culpá-los. O que poucos sabem é que são raros os jogos que têm o luxo de serem lançados com um bom polimento.

 

Casos como Zelda: Tears of the Kingdom, onde a Nintendo reservou um ano apenas para otimizar o jogo para o Switch, ou Baldur’s Gate 3, que entrou em Early Access e conseguiu um impacto significativo, são exceções, mesmo no cenário dos jogos AAA. Comparar um jogo indie, feito com dedicação por uma equipe pequena, com esses gigantes não faz sentido, mas evidencia a diferença entre um jogo indie de baixo orçamento e os colossos da indústria. Ao considerar esses fatores, a nota atribuída ao jogo reflete uma análise justa de um título que levou cinco anos para ser desenvolvido.

Há muita expectativa para o próximo trabalho da QUBYTE. O estúdio demonstrou competência, e certamente Mars 2120 foi uma experiência que trouxe aprendizados valiosos para o futuro, permitindo que evoluam em projetos ainda melhores. O título está disponível na Steam.

Nota: 7

Texto por: Victor Cândido

QUByte Interactive e Cadabra Games trazem “Adore” para os consoles

Se você está antenado no mercado de jogos indies nacionais, já deve ter ouvido falar de Adore, o jogo de ação da QUByte Interactive. Pois bem, após fazer sucesso nos PCs (através da Steam), chegou a hora dos jogadores de console se divertirem. Sim, o game será lançado para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S graças a uma parceria com a Cadabra Games.

Para quem não conhece, em Adore você encarna o papel de Lukha, um jovem em busca de se tornar um adorador e é capaz de invocar e controlar criaturas a fim de lutar contra as mais estranhas figuras. Além disso, você pode personalizar seu estilo de jogo de acordo com as criaturas que capturar. Cada um deles tem características e habilidades muito diferentes. Além disso, há o Sistema de Sinergia, Traços e Habilidades Especiais, que permite estilos de jogo ainda mais variados e combos poderosos.

Esse sistema de Sinergia, vale dizer, é bastante inovador. Basicamente você escolhe as criaturas que terão sinergia e a cada sinergia que uma criatura possui ativará uma habilidade extra ou modificará sua criatura.

Cada criatura também possui uma habilidade especial que pode ser usada quando sua barra de energia estiver cheia. Você tem que decidir quando é o melhor momento para usar a habilidade especial de forma mais eficaz.

Na trama, Draknar, o Deus das criaturas está morto e uma maldição está se espalhando, assumindo o controle de todas as suas criaturas que habitam Gaterdrik. Mas a última centelha é a chama sentida em Lukha, um aprendiz dos adoradores e a última esperança de Draknar. Lukha, durante sua jornada para reviver Draknar, descobre não apenas muitos segredos do imenso e misterioso mundo de Gaterdrik, mas também a conspiração que matou Draknar.

Abaixo você confere o trailer de Adore:

QUByte anuncia versão física de VASARA Collection para Vita, PS4 e Switch

Esta vai para os fãs de Shoot’ em Up: o game VASARA Collection terá lançamento em mídia física para os consoles Nintendo Switch, PS Vita e para o PS4 ainda no primeiro semestre de 2019. O lançamento é fruto da parceria entre o estúdio nacional QUByte Interactive e a Strictly Limited Games. De acordo com os responsáveis pelo lançamento, a coletânea contará com o primeiro e o segundo game já com conteúdos adicionais.

Para quem não conhece, VASARA é um shmup que mistura ficção científica e história do Japão Feudal através de uma linha temporal alternativa em que o país do sol nascente conta com armamento e equipamentos tecnologicamente avançados. Neste ambiente, os samurais usam motocicletas voadoras com poder de fogo surpreendente e armas de combate poderosas para destruir os inimigos.

Com a morte do, então, Senhor Feudal Hideyoshi Hashiba, Ieyasu Tokugawa planeja assumir o controle sobre seu território, e cabe aos nossos heróis enfrentar seus exércitos e evitar que o tirano estabeleça seu domínio.

Os dois jogos originais foram desenvolvidos pela VicoCorporation, em 2000 e em 2001, respectivamente. Com este retorno, a QUByte adiciona conteúdo inédito, a fim de atualizar um velho clássico e agradar jogadores mais novos. Entre as novas funções estão o suporte ao Playstation TV, personagens jogáveis inspirados em figuras históricas reais, novos finais e modo fácil para iniciantes.