Retrô: Show do Milhão – como Silvio Santos transformou o Mega Drive num videogame obrigatório

Nos anos 90, a televisão brasileira era um verdadeiro fenômeno cultural, e os programas de auditório desempenhavam um papel central no cotidiano das famílias. Entre esses programas, o “Show do Milhão”, apresentado por Silvio Santos, conquistou uma legião de fãs. Com seu formato dinâmico e a chance de transformar o conhecimento em um prêmio milionário, o programa rapidamente se tornou um ícone da TV brasileira.

Em 2001, o mercado de games era dominado pelo Playstation 2, porém ainda haviam muitos brasileiros que jogavam em plataformas antigas. Nesse interim, a Tec Toy, reconhecida por trazer inovações ao mercado nacional de videogames, lançou uma versão do “Show do Milhão” para o console Mega Drive, criando uma ponte nostálgica entre dois mundos que, até então, pareciam distantes: o das telas de TV e o dos consoles de jogos.

O lançamento do jogo “Show do Milhão” para o Mega Drive foi um marco na história dos videogames no Brasil. Para entender a importância desse evento, é preciso relembrar o contexto da época. O Mega Drive, também conhecido como Sega Genesis em outras partes do mundo, era um dos consoles mais populares no Brasil durante os anos 90 e início dos anos 2000. Com gráficos de 16 bits e uma biblioteca de jogos que encantava tanto crianças quanto adultos, o console se tornou uma referência no mercado de entretenimento eletrônico. A Tec Toy, responsável pela distribuição do Mega Drive no Brasil, havia se consolidado como uma das empresas mais inovadoras do setor, localizando jogos internacionais e até mesmo criando versões exclusivas de franquias de sucesso para o público brasileiro.

Foi nesse ambiente que o “Show do Milhão” do Mega Drive surgiu, unindo o mundo dos jogos eletrônicos ao fenômeno televisivo que dominava os lares brasileiros. O jogo trazia para o videogame a estrutura do programa de TV, permitindo que os jogadores participassem de uma simulação fiel, com direito a todas as etapas que compunham o programa original. Desde a seleção das perguntas até a icônica trilha sonora, o jogo recriava de forma precisa a atmosfera do “Show do Milhão”, transportando os jogadores diretamente para o estúdio de gravação, ainda que de maneira virtual.

O cartucho do jogo, assim como todos os jogos do Mega Drive, era uma pequena obra de engenharia que continha mais de mil perguntas e muitas horas de diversão. Cada partida começava com uma seleção de perguntas que abordavam diversas áreas do conhecimento, desde curiosidades históricas até conhecimentos gerais e cultura pop. O objetivo era simples: responder corretamente às perguntas para acumular dinheiro fictício, avançando para níveis de dificuldade cada vez maiores, até alcançar o tão sonhado prêmio de um milhão de reais. No entanto, o caminho até o milhão era árduo, e os jogadores precisavam de uma combinação de sorte e conhecimento para chegar ao final sem errar.

Um dos aspectos mais notáveis do “Show do Milhão” no Mega Drive era a sua fidelidade ao programa de TV. A Tec Toy fez um trabalho excepcional ao recriar a experiência do “Show do Milhão” no console. As animações, embora limitadas pelos recursos tecnológicos da época, eram suficientes para transmitir a tensão e a emoção do jogo. O som, uma parte crucial da experiência, incluía frases icônicas do programa, como o inesquecível “Você está certo disso?” e o “Vamos ver!”, que ecoavam na cabeça dos jogadores, gerando uma sensação de autenticidade que poucos jogos de quiz da época conseguiam atingir.

Além disso, o jogo incluía opções para até quatro jogadores, o que permitia que amigos e familiares se reunissem em torno da televisão para testar seus conhecimentos juntos. Essa característica transformava cada partida em um evento social, em que a diversão não estava apenas em responder às perguntas, mas também em assistir aos outros jogadores enfrentarem desafios cada vez mais difíceis. A experiência de jogar em grupo reforçava os laços entre os participantes, relembrando o espírito dos jogos de tabuleiro e dos primeiros programas de TV, que reuniam as famílias ao redor de um único aparelho.

Outro aspecto interessante do jogo era a inclusão de dicas, como as “ajudas” disponíveis no programa de TV: o “pulo”, o “universitários” e o “cartas”. Essas opções davam aos jogadores uma chance extra de evitar respostas erradas, adicionando uma camada de estratégia ao jogo. Saber quando utilizar cada ajuda era crucial para progredir nas etapas mais avançadas e, assim, aumentar as chances de conquistar o milhão.

A Tec Toy, ciente da popularidade do programa e da paixão dos brasileiros pelo Mega Drive, também caprichou no manual do jogo. O pequeno livreto que acompanhava o cartucho não apenas explicava as regras e comandos, mas também trazia curiosidades sobre o “Show do Milhão” e dicas de como se dar bem no jogo. Para muitos, o manual era uma extensão da experiência, sendo lido e relido para garantir que nenhuma estratégia fosse deixada de lado.

Vale destacar que o “Show do Milhão” do Mega Drive foi um dos últimos grandes lançamentos para o console no Brasil, chegando ao mercado em uma época em que os consoles de 32 e 64 bits já dominavam as prateleiras. Apesar disso, o jogo conquistou uma legião de fãs e se tornou uma peça de colecionador, sendo lembrado com carinho por aqueles que tiveram a oportunidade de jogá-lo.

Revisitar o “Show do Milhão” do Mega Drive é como abrir um baú de memórias, onde cada detalhe remete a um tempo em que a simplicidade dos jogos e a alegria do entretenimento compartilhado eram as maiores recompensas. Em uma época em que a tecnologia ainda dava seus primeiros passos rumo à complexidade que conhecemos hoje, o jogo representava a essência pura da diversão. Para os que viveram essa era, o “Show do Milhão” do Mega Drive é uma lembrança afetiva de um tempo em que o conhecimento e a diversão se encontravam em um mesmo espaço, seja nas noites de sábado diante da TV, seja nas tardes ensolaradas jogando videogame com amigos.

Hoje, o cartucho é uma relíquia que simboliza a fusão de duas paixões brasileiras: a televisão e os videogames. E, assim como o programa que o inspirou, o “Show do Milhão” do Mega Drive continua a ocupar um lugar especial no coração daqueles que testemunharam a magia daquela época dourada.

 

Retrô – uma saga para encontrar a maior criminosa dos games. Relembre o clássico Carmen San Diego

Jogar qualquer tipo de game hoje em dia é muito fácil, bastando ter uma conexão com a internet (provável que todo mundo que tem um PC, tenha conexão) para ter acesso aos mais variados tipos de games do mercado, muitas vezes gratuito. Jogos para smartphone, jogos online para crianças, jogos competitivos famosos que tomaram estádios de futebol como League of Legends, até mesmo serviços de jogos de apostas como o sportingbet que é um deles são possibilidades para se divertir, caso queira. A tecnologia é tanta, claro, que hoje tem jogos de última tecnologia onde você vê a pele do seu personagem com mais detalhes e poros do que a sua própria pele real em carne e osso.

Só que antigamente as coisas não eram tão fáceis. Os jogos, por mais simples que fossem, precisavam ser comprados na loja e, muitas vezes, aquele game que você tanto queria não estava lá, o que era motivo de grande frustração para muita gente. Foi assim que, conversando com um amigo meu da época, ele me copiou em disquete o jogo “Onde no mundo está Carmen San Diego?”, jogo desenvolvido pela Broderbund Software e lançado durante a década de 80.

O jogo pesava apenas alguns KB (sim KB, não chegava nem a 1 MB), não possuía músicas e apenas uma interface gráfica bem limitada. Por outro lado, o título era extremamente viciante, além de ser educativo sem entrar no “careta” e no “sem graça”, tendo valores pelo gameplay e ser uma verdadeira aula de geografia. Basicamente, você é um detetive que deve investigar ladrões que estão roubando artefatos ao redor do mundo.

Para isso você deve buscar informações em diversos países e conversar com pessoas que podem te dizer coisas valiosas, não só para onde a pessoa fugiu, mas também as características que podem permitir que você tenha um mandato de prisão. Sem este último, o caso não é resolvido, e você é obrigado a reiniciar a aventura.

Lá aprendemos sobre as bandeiras dos países, as moedas correntes da época (pensar que hoje em dia diversas citações do game referentes às moedas da Europa foram substituídas pelo Euro) e o objetivo era investigar criminosos e capturá-los emitindo uma ordem de prisão.

O mais interessante é que o game foi localizado, com textos inteiramente traduzidos para o português brasileiro. Até hoje não sei quem foi a responsável por ele, mas tenho minhas suspeitas de que tenha sido a Tectoy, já que há uma edição do game também para o Master System, mas essa em si eu nunca joguei.

Fenômeno no mundo inteiro, o jogo que originalmente foi lançado em 1985 vendeu cerca de 4 milhões de cópias e acabou rendendo uma franquia, com direito a outros jogos com aulas de história, reboots, e até mesmo desenhos animados para a televisão. É verdade que nenhuma das outras edições tem o mesmo carisma do bom e velho jogo que pesava apenas alguns KB, mas todos os games da série são bem divertidos e merecem uma conferida.

Não é a velhice, ou se hoje em dia não se fazem mais jogos educativos como antigamente. Adquirir conhecimentos gerais com esse jogo era tão bacana, não sentíamos o tempo passar e simplesmente íamos jogando e rejogando até zerar.

Temos hoje toda a tecnologia do mundo, mas talvez falte um pouco de aprendizado envolvendo o entretenimento. E vocês leitores, o que acham? Fica a dúvida.

Manifesto Rock Bar sediará o festival Game Over São Paulo em junho

O pessoal que curte rock em São Paulo já deve ter conhecido o Manifesto Rock Bar. Agora é a vez de quem curte videogames conhecer esta tradicional casa noturna, pois no dia 15 de junho ocorrerá o Game Over: São Paulo, um festival de música que reunirá alguns dos maiores expoentes da game music brasileira.

Esta é a primeira vez os gamers da capital paulista terão um festival que reunirá músicas de games e muita jogatina. O evento é uma “importação” do Festival Game Over, que já acontece em diversas cidades americanas. Além das apresentações musicais, o evento vai contar com freeplay em consoles clássicos, proporcionando um encontro para os fãs de video games de todas as idades.

gameover

A festa começa com o show da banda Game Boys, seguida pelo tradicional “Game Metal” da banda MegaDriver e segue noite a dentro com a “Electronic Game Music” do PXJ DJ | AKA Thiago Adamo. Enquanto o som rola, os gamers poderão testar o mais novo Mega Drive, recém lançado pela Tec Toy. E não podemos deixar de citar a participação dos stormtroopers que farão a “segurança” do local. Sim, teremos a divertida participação da 501st Legion, a legião de Troopers mais insana do Império.

501stO evento é uma iniciativa do grupo americano MAGFest, abreviação de “Music And Gaming Festival“, responsável pelo maior festival de música e games do mundo, realizado anualmente nos EUA. De acordo com os organizadores, o “Game Over: São Paulo” chega com o objetivo de trazer esta tradição pela primeira vez ao Brasil, com toda a energia que a comunidade gamer merece.

 

Serviço: Game Over São Paulo

Data: Quinta, 15 de Junho de 2017

Ingressos: R$ 20,00 antecipado; R$ 30,00 no dia (ambos casos levar 1kg de alimento no dia)

Local: Manifesto Bar

Endereço: Rua Iguatemi, 36, Itaim Bibi – São Paulo/SP

Abertura da casa: 18h

Fone: (11) 3168-9595

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/293611134414657/

Manifesto Bar – http://www.manifestobar.com.br