Após quatro anos em desenvolvimento, por fim a produtora indie brasileira Swordtales, de Porto Alegre, lançou Toren para PC e Playstation 4. O game ganhou destaque na mídia e entre o público graças às aparições em eventos e aos diversos vídeos que mostravam um projeto ambicioso e com ares de superprodução.
O game chegou com o preço de R$ 19,99 na Steam e R$ 29,99 na PSN com a intenção de se tornar um dos jogos brasileiros de maior sucesso já lançado. Para tanto, a equipe aposta na produção do jogo. Os efeitos visuais são de longe o maior destaque do game, seguido da parte sonora e da jogabilidade inspirada em clássicos como Legend of Zelda e ICO.
O game conta a história da garota Moonchild, que cresceu em Toren, a opressiva torre que dá nome ao jogo e é símbolo máximo da decadência humana que tempos atrás almejou tocar os céus – uma clara alusão à Torre de Babel da Bíblia. O problema inicia quando Moonchild dá-se recebe a missão de derrotar um terrível dragão que habita o topo de Toren. O mundo tornou-se um deserto opressor aonde a noite nunca chega. Para restaurar o equilíbrio é necessário subir até os níveis mais altos da torre e destruir o dragão.
Ao longo da aventura, o jogador deve solucionar pequenos puzzles para avançar, mais ou menos como ocorre no já citado ICO. De fato, a desenvolvedora não esconde que buscou inspiração nas obras de Fumito Ueda, inclusive os cenários que parecem algo de Shadow of the Colossus com uma dose de psicodelia. O resultado é dos mais curiosos.
O jogo é o primeiro da indústria a se aproveitar da lei Rouanet para captar recursos financeiros até seu término. De acordo com a Swordtales, o financiamento através de recursos governamentais é um avanço e pode ser o estopim para outros jogos nacionais conseguirem o sonhado lançamento. “Toren não aconteceria de outra forma”, explica Alessandro Martinello, da Swordtales em entrevista ao IGN Brasil.
Claro que após o lançamento, o jogo já recebeu seus primeiros reviews. Das críticas mais citadas está a duração do jogo, que é bastante curta (cerca de 2 horas de jogatina). Ainda assim, tal como ocorreu com Brothers: A Tale of Two Sons, da Starbreeze Studios (que também foi criticado por sua pouca duração), o game da Swordtales está indo bem nas notas e parece ser um dos jogos brasileiros capaz de mostrar um lado da indústria nacional ainda não visto pelos jogadores.